Mais de 10% da população vivia em casas sobrelotadas em 2021;

Dados dos INE
Mais de 10% da população vivia em casas sobrelotadas em 2021
O risco de viver em alojamentos com falta de espaço foi mais significativo para a população em risco de pobreza, sendo que, dentro deste grupo, 18,8% da população vivia em condições de sobrelotação da habitação.
Em 2021, 10,6% das pessoas viviam em condições de insuficiência do espaço habitacional, proporção superior à verificada nos três anos anteriores, em que a taxa de sobrelotação da habitação se situava abaixo dos 10% (9,6% em 2018, 9,5% em 2019 e 9,0% em 2020). Os dados constam do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
À semelhança de anos anteriores, o risco de viver em alojamentos com falta de espaço foi mais significativo para a população em risco de pobreza, sendo que, dentro deste grupo, 18,8% da população vivia em condições de sobrelotação da habitação. Este indicador compara-se com um risco de 8,7% na restante população.
Quase um em cada 17 portugueses gasta mais de 40% do seu rendimento em habitação, sendo que a taxa de sobrecarga das despesas em habitação fixou-se nos 5,9%, em 2021, um acréscimo de 1,8 pontos percentuais (p.p.) face a 2020 (4,1%). Já a carga mediana com despesas em habitação também aumentou para 10,5%, em 2021, embora se tenha mantido abaixo dos valores pré-pandemia de 2018 (11,7%) e 2019 (11%). Em 2020, a carga mediana com despesas em habitação situou-se nos 10,4%.
Para a população em risco de pobreza, a carga mediana das despesas em habitação foi 22,9%, em 2021, mais do dobro do registado para a generalidade da população, sendo que 24% da população deste grupo encontrava-se em sobrecarga das despesas, comparativamente a 1,8% para o resto da população. Por outro lado, houve um aumento geral da sobrecarga das despesas em habitação em todas as regiões, com exceção do Centro.
Na maioria das regiões do país, a taxa de pessoas a viver em alojamentos com falta de espaço aumentou, com exceção do Algarve e dos Açores, onde houve uma redução desta taxa na ordem dos 2,5 p.p. e 2,8 p.p., respetivamente. Por outro lado, “os aumentos mais significativos foram registados nas regiões Norte (mais 2,4 p.p.), Centro (mais 2,1 p.p.) e Área Metropolitana de Lisboa (mais 1,4 p.p.)”, refere o inquérito.
Os dados do gabinete estatístico apontam ainda que, ao lado das famílias em risco de pobreza, habitar num alojamento sobrelotado era uma condição que afetava principalmente 13,2% das famílias residentes em áreas densamente povoadas.

11/08/2022
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