Banca vai ter primeiro “Quadro de Referência para a Cibersegurança”;

Norgarante viabiliza financiamento superior a 12 mil milhões de euros
Banca vai ter primeiro “Quadro de Referência para a Cibersegurança”
Há linhas de apoio disponíveis para este tipo de investimentos, como a Capitalizar, e a que as PME “podem e devem recorrer”, defendeu Teresa Duarte, presidente da Comissão Executiva da Norgarante, organizadora da confe­rência.
Há linhas de apoio disponíveis para o investimento em cibersegurança, como a “Capitalizar”, e a que as PME “podem e devem recorrer”, afirmou Teresa Duarte, presidente da Comissão Executiva da Norgarante, organizadora da segunda conferência da sétima edição dos Fóruns Norgarante, recentemente realizada no Multiusos do Museu Histórico da Vista Alegre, em Ílhavo. Encontro onde foi apresentado pelo Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) o “Quadro de Referência para a Cibersegurança”.

Para a gestora da sociedade de garantia mútua que opera na região Norte e nos distritos mais a norte da região Centro, é tempo de as nossas empresas inscreverem a cibersegurança na sua agenda, tanto mais que, “em breve”, este será um critério importante a considerar na “avaliação de risco de crédito” que a banca faz na hora de decidir como e a quem financiar.
Teresa Duarte incentivou, por isso, os cerca de 150 empresários e gestores dos distritos de Aveiro, Viseu e Guarda presentes na segunda sessão dos VII Fóruns Norgarante, a aproveitar este tipo de iniciativas, para que fiquem “mais conscientes e informados sobre o tema”. Assim, será mais fácil tomar medidas para evitar que as empresas portuguesas sejam alvo de ataques cibernéticos e, no caso de isso acontecer, “terem um plano de contingência” para reagirem com sucesso.
Desde o início da sua atividade, há 16 anos, a Norgarante - Sociedade de Garantia Mútua apoiou o financiamento de mais de 49 mil micro, pequenas e médias empresas dos distritos do Porto, Braga, Aveiro, Viseu, Viana do Castelo e Guarda. Já prestou mais de 120 mil garantias, cujo montante global ultrapassa os 6278 milhões de euros. Desta forma, viabilizou financiamentos da ordem dos 12 227 milhões de euros.

CNCS publicará mais
13 referenciais normativos
até março


Até final de março do próximo ano, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) conta publicar “um conjunto de normas” que deverão passar a nortear os operadores económicos de 14 setores de atividade em matéria de cibersegurança, anunciou esta semana o coordenador do organismo. A banca é o primeiro setor a ser dotado dessa espécie de guia de boas práticas recomendadas para uma utilização “segura e confiável” do ciberespaço, adiantou Lino Santos.
O coordenador do CNCS afirmou, durante a sua intervenção na conferência, que o organismo que lidera, desde junho passado, vai lançar em 2019 uma série de iniciativas relativas à “regulação de sistemas proativos de cibersegurança”.
Entre janeiro e fevereiro, adiantou, será apresentado o “Quadro de Referência Nacional para a Cibersegurança”, de adesão voluntária por todas as entidades portuguesas, públicas e privadas, cuja operação rentabilize os recursos disponíveis no ciberespaço. Este quadro orientador incidirá em vários aspetos da atividade das organizações e pretende reforçar os níveis de segurança com que os seus sistemas, redes e equipamentos funcionam, ajudando-as a adotar “medidas” e a lidar com os “instrumentos necessários” à antecipação, deteção, reação e recuperação de situações que, face à iminência ou ocorrência de incidentes ou ciberataques, ponham em causa a respetiva operação. Para tanto, o CNCS, segundo o seu coordenador, está a desenhar o quadro de referência português com base no modelo norte-americano de cibersegurança, um dos mais exigentes do mundo.

2019: “Ano da Cibersegurança”
em Portugal


Dois mil e dezanove, aliás, promete ser o “ano da cibersegurança” em Portugal, uma vez que está prevista a publicação de vários “referenciais normativos em matéria de cibersegurança”, uma das missões da CNCS. Concluído o da banca, até março próximo serão publicados mais 13, dirigidos a outras tantas atividades e “replicando” o que está feito para um dos setores mais sensíveis no que toca a cibersegurança.
Lino Santos adiantou ainda que estão a ser preparados “modelos de maturidade”, a publicar também no próximo ano pelo organismo que lidera, com orientações “que mostrem um caminho” às organizações, para que estas possam “atingir os requisitos mínimos de cibersegurança”. O país, da administração pública às microempresas, precisa de ser dotado, “com urgência”, de quadros regulatórios e normativos neste âmbito, numa altura em que a digitalização da economia e as relações do Estado com os cidadãos estão a alterar significativamente a sociedade e as dinâmicas sociais. “Devemos olhar para a cibersegurança quando concebemos as políticas públicas e vamos trabalhar para isso”, preconizou o coordenador do CNCS.
Susana Almeida, 15/11/2018
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