Empresas devem apoiar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal;

“Randstad Employer Brand Research 2019” revela novas tendências
Empresas devem apoiar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal
A Randstad destacou as 20 empresas mais atrativas para trabalhar em Portugal.
O equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal é o que mais interessa aos “millennials” (55%) na sua decisão de trabalho. Esta é uma das conclusões reveladas pelo último estudo “Randstad Employer Brand Research”, que avaliou as respostas de várias gerações em 32 países.
A geração dos “millennials” está mais interessada no balanço entre o trabalho e vida pessoal do que as duas gerações antecessoras, a geração X (35-54) e os “boomers”. (55-64). Para estes últimos, é mesmo o ambiente de trabalho que aparece como o critério mais importante na decisão de emprego (49%).
Já a geração Z, composta por jovens entre os 18 e os 24, destaca a possibilidade de progressão de carreira como o critério mais importante (51%), o que traz desafios para as organizações que muitas vezes fazem a integração destes jovens através de estágios profissionais e nem sempre apresentam de forma transparente o que pode ser o futuro dentro da empresa.
É curioso verificar que, apesar de as empresas comunicarem cada vez mais os seus processos de transformação e como utilizam cada vez mais tecnologia, este não é um critério para nenhuma geração, sendo mesmo o menos valorizado.
“A tecnologia é uma ferramenta e não um fator de atratividade. Existe para ajudar as pessoas a serem melhores e não terem de fazer tarefas repetitivas, mas não é o fator de motivação na escolha de um empregador. Acreditamos até que será cada vez mais uma commoditie”, afirma José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal.
Se a estratégia das organizações é ser cada vez mais digital, o estudo também revela que os canais mais utilizados pelos portugueses para saber mais sobre as empresas que estão a recrutar são os portais de emprego (77%) –- como o “net-empregos”, “expresso emprego” e “indeed-com” – as referências vindas de grupos pessoais (51%), e, em terceiro lugar, o Linkedin (47%). Já o site da empresa aparece em sexto lugar na lista, o Facebook em oitavo, sendo que em último lugar ficou o Twitter, com apenas 2%.
 
Ficar ou sair?
 
No último ano, em Portugal, foram mais os que mudaram de empresa do que no ano anterior. Um aumento da confiança no mercado e a redução da taxa de desemprego terão ajudado a este crescimento (15% em 2017 versus 20% em 2018). E também cresceu a vontade de mudança, que passa de 27% para 31%, intenções que são para concretizar em 2019.
A principal razão para os “millennials” portugueses se manterem fiéis à sua empresa está relacionada com a existência de um bom ambiente no local de trabalho, que seja capaz de lhes proporcionar bem-estar no dia a dia. Enquanto 43% dos mesmos valorizam este fator, 35% da geração Z está mais preocupada em ganhar experiência e exige às empresas que criem as condições necessárias para um bom programa de treino.
Por outro lado, o que faz com que nasça uma vontade nos “millennials” em procurar novos desafios é o facto do salário oferecido pela empresa ser muito baixo (52%). Para a geração mais nova, são os problemas resultantes da falta de equilíbrio entre a vida pessoal e o profissional que mais pesam (27%) e é por isso que, muitas vezes, partem em busca de novas oportunidades.
Com o evoluir das gerações, os motivos para esta ‘mobilidade’ deixam cada vez mais de estar centrados nas limitações em construir uma carreira ou na falta de capacidade de liderança das empresas, algo que está mais alinhado com as preocupações das gerações mais antigas.
 
A empresa “mais-que-ideal”
 
Antes de enviarem as candidaturas, a maioria dos portugueses (92%) admite investigar a reputação das empresas para saber com o que contar. No entanto, existem diferentes formas para o fazer, mas não há dúvidas que o digital assume, na maior parte das vezes, o controlo. As diferenças estão mais no modo como procuram a informação, sendo que os “millennials” são os que mais optam pelo Linkedin (50%). Para quem considera que o Facebook não serve para fins profissionais, a geração Z vem mostrar exatamente o contrário ao preferir esta rede para encontrar oportunidades (42%).
Além deste lado mais ‘reputacional’, os setores mais atrativos, de acordo com os portugueses, são o da energia, saúde e serviços, destacando-se nos critérios de saúde financeira, utilização de tecnologia de ponta e boa reputação. “Estes resultados demonstram bem que existe um gap entre o que as pessoas mais valorizam numa decisão de emprego e os critérios em que as empresas se destacam na opinião dos talentos. O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é mesmo o melhor exemplo. Este é o critério mais valorizado, em especial pelos “millennials”, mas é um dos que têm pior avaliação (número 9 em 10) nas empresas que atuam em Portugal, uma diferença que nos deve levar a agir e a criar uma estratégia de “employer branding” não apenas para as empresas, mas também para o nosso país, para a marca Portugal”, afirma o CEO da Randstad Portugal.
Este ano, a Farfetch, Ikea e Hotéis Real integram este ranking do top 20, enquanto o top 3 se mantém em relação ao ano passado, demonstrando que o “employer branding” é uma estratégia a médio e longo prazo.
Na cerimónia, a Randstad quis também reconhecer empresas que, embora não sejam um top 150 empregadores, se distingam na área do “employer branding”. A Ria Blades recebeu o top “EVP work-life balance” por ser percepcionada uma das melhores empresas no critério equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. E a Samsung foi distinguida como “top employer brand”, pois estaria no top 3 se fosse um dos maiores empregadores em Portugal.
 
Estudo abrange 32 paises
 
O “Randstad Employer Brand Research” é o maior estudo independente de “employer brand” realizado a mais de 200.000 inquiridos em 32 países. Este estudo baseia-se nas perceções da população ativa e apresenta uma reflexão sobre a atratividade das empresas que estão entre os 150 maiores empregadores de cada país, conhecidas por pelo menos 10% da população. O estudo analisa também as motivações do talento e o índice de mobilidade.
Em Portugal, o “Employer Brand Research” distingue todos os anos as empresas mais atrativas para trabalhar, na perceção dos portugueses.
A TNS, empresa independente de estudos de mercado, questiona uma amostra da população ativa portuguesa sobre as empresas que reconhece em termos de “awareness” de marca e, dentro dessas, considera quais as mais atrativas para trabalhar. Depois é feita a análise de percepção de cada uma das marcas estudadas. 
 
Randstad emprega 600 mil pessoas
 
A Randstad é a multinacional líder no setor dos recursos humanos, presente em 39 países e que emprega diariamente mais de 600 mil pessoas.  
Em Portugal, a Randstad é líder nesta área, conta com 420 colaboradores internos, 37 delegações, localizações Inhouse e “contact centres” – cerca de 30 mil pessoas a trabalhar diariamente nos seus clientes. 
A oferta da Randstad subdivide-se em “Staffing” (trabalho temporário e “permfit”); Outsourcing (“Contact Centres”, “Retai”l e “social contact” e “Technologies”); Recrutamento e seleção especializado em quadros médios e superiores(Professionals); Human Consulting (“learning and development”, “talentoinsights e organisation design”) e Inhouse Services.

Susana Almeida, 11/04/2019
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