Mudar de fornecedor de energia pode trazer poupanças consideráveis;

Mudar de fornecedor de energia pode trazer poupanças consideráveis
A maior parte dos consumidores não o sabem, mas se mudarem de fornecedor de eletricidade podem obter poupanças consideráveis. Um cliente do mercado regulado pode poupar até 8% na sua conta de eletricidade ao aderir ao mercado livre, o que equivale a cerca de 200 euros por ano no caso de uma família”, afirma Carlos Afonso Sobral, responsável da Selectra Portugal.

Aderir ao mercado livre de energia é um processo completamente “grátis e fácil” e permite aos consumidores obter, “sem dúvida, muitos benefícios nessa alteração”, assegura Carlos Sobral. Ainda assim, segundo o responsável da Selectra Portugal apenas 67% dos clientes do mercado doméstico já mudou para o mercado livre, contra cerca de 96% das empresas, o que demonstra que muitos consumidores “não estão cientes da possibilidade de poupar ao aderir ao mercado livre de energia”.
Citando um estudo realizado pela Deco, que mostrou que um terço dos consumidores que ainda não mudaram para o mercado livre não o fez porque acredita que tal alteração “não compensa”, Carlos Sobral admite que esta demora na transição deve-se à “falta de informação” e lembra que a LojaLuz, marca sob a qual o grupo francês opera em Portugal, faculta essa informação aos clientes para que estes saibam qual a proposta mais adequada ao seu perfil de entre todas as ofertas disponíveis.
Na prática, a LojaLuz auxilia gratuitamente os consumidores a mudarem de fornecedor e a encontrarem as melhores ofertas de eletricidade e gás natural. Através de um “eficiente” comparador de tarifas, “podemos encontrar a melhor opção que atenda às necessidades específicas de cada cliente”. Uma simulação feita pela LojaLuz mostra que um consumidor pode poupar “até 8% na eletricidade, o que equivale a cerca de 80 euros anuais para uma habitação unipessoal, ou mais de 200 euros para uma família”, explica Carlos Sobral.
Ainda assim, é importante lembrar que existem ainda outros fatores além do preço, como o “atendimento ao cliente e a transparência dos serviços”, e estes aspetos são “mais difíceis de mensurar”, assegura o responsável da Selectra Portugal. E acrescenta, “é fácil observar que a maioria dos consumidores não faz uma comparação das empresas e das suas diferentes tarifas antes de celebrar um contrato”.
Questionado pela “Vida Económica”, se acredita que o preço da eletricidade pode descer, uma vez que continuam a ser dos mais altos a nível europeu, Carlos Sobral diz acreditar “que sim”. Sem dúvida que, os preços deviam igualar com os da Europa. “França por exemplo, tem tarifas mais económicas do que Portugal, mas os preços tendem a descer graças ao mercado livre. Em Espanha, o preço de consumo vai de 0,12 e 0,13 euros, o que é uma boa tarifa. Em Portugal uma boa tarifa pode ser considerada entre os 0,14 e 0,15 euros”.

Quatro milhões de clientes já mudaram

Lembrando que as tarifas transitórias (EDP - Serviço Universal) têm data de extinção marcada, dezembro de 2017, e que, até lá, o consumidor deve encontrar e contratar um novo fornecedor, o representante da Selectra Portugal assegura o mercado livre de energia em Portugal “já amadureceu”. “Atualmente já existe mais de uma dezena de fornecedores de eletricidade no mercado, e a livre-concorrência naturalmente traz preços menores”. Em contrapartida, a tarifa transitória do mercado regulado tem seus preços fixados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), e sofre reajustes trimestrais de forma a incentivar a mudança para o mercado livre. Por isso, os “valores da tarifa transitória são muito elevados se comparados às tarifas de mercado”, explica Carlos Sobral.
Os dados mais recentes da ERSE revelam que em junho deste ano existiam já eram mais de 4 milhões de clientes no mercado livre, o que representa um aumento de 41% em relação ao ano anterior.
Em número total de clientes, a EDP Comercial é o principal fornecedor no mercado liberalizado, com 84,5% dos clientes.
 
Poupar com as melhores ofertas
de eletricidade em 2015

Mas não é só ao mudar do mercado regulado ao livre que o consumidor pode poupar. Mesmo dentro do mercado livre, são muitas as tarifas e as possibilidades de poupar.
Por exemplo, considere o caso de uma potência contratada de 3,45 kVA. Em geral, esta potência é recomendada para pessoas que moram sozinhas e fazem pouco uso de eletricidade. Neste caso, a tarifa mais cara do mercado livre seria da companhia espanhola Endesa e equivaleria a um gasto anual de cerca de 981G, contra 902G da Ylce, a tarifa mais barata. Por outro lado, é importante ressaltar que a tarifa da YLCE, obriga que todos procedimentos sejam feitos eletronicamente (subscrição online e faturas eletrónicas). Entre as tarifas com maior liberdade contratual, a mais barata seria a Luzboa, uma pequena companhia portuguesa, com 940 euros.

Já para um casal, a potência contratada recomendada é em torno de 5,75 kVA. Neste caso, a comparação de tarifas ao longo do ano 2015 foi similar à de uma vivenda unipessoal, mantendo como melhor opção as ofertas do mercado livre.

Por fim, fizemos também uma simulação para uma família. Neste caso, com uma potência contratada de 10,35 kVA. Esta também costuma ser a potência contratada em pequenas lojas, cafés ou escritórios. Novamente, as pequenas companhias saem na dianteira com os menores preços, com valores entre 2000 e 2200 euros por ano, casos da Luzboa, YLCE e ENAT.

 

FERNANDA SILVA TEIXEIRA fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 27/11/2015
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