Europac garante certificação de 85% das suas explorações florestais
Depois da inauguração, em janeiro último, de uma nova unidade industrial em Tânger, Marrocos, num investimento de 30 milhões de euros, a Europac anunciou no último mês a criação de um centro logístico na fábrica de Viana do Castelo. Ali passa a ser gerido todo o serviço logístico do grupo, com capacidade de produção, nas quatro fábricas de Portugal, Espanha e França, de um milhão e cinquenta mil toneladas de papel por ano.
Em entrevista à “Vida Económica”, Enrique Isidro, vice-presidente do Grupo, revela que o grupo gere em Portugal cerca de 5700 hectares de floresta e mais 1550 hectares fora do país, explicando que 85% dessas explorações florestais já são certificadas.
Depois da inauguração, em janeiro último, de uma nova unidade industrial em Tânger, Marrocos, num investimento de 30 milhões de euros, a Europac anunciou no último mês a criação de um centro logístico na fábrica de Viana do Castelo. Ali passa a ser gerido todo o serviço logístico do grupo, com capacidade de produção, nas quatro fábricas de Portugal, Espanha e França, de um milhão e cinquenta mil toneladas de papel por ano.
Em entrevista à “Vida Económica”, Enrique Isidro, vice-presidente do Grupo, revela que o grupo gere em Portugal cerca de 5700 hectares de floresta e mais 1550 hectares fora do país, explicando que 85% dessas explorações florestais já são certificadas.
Vida Económica - Que dificuldades encontra a Europac no aprovisionamento de matéria-prima, nomeadamente em Portugal? Há escassez de madeira?
Enrique Isidro - A madeira utilizada na nossa unidade de Viana do Castelo tem origem ibérica. Cerca de 50% da madeira é importada de Espanha. A área de pinhal em Portugal tem regredido acentuadamente (27% nos últimos 15 anos), essencialmente devido aos fogos florestais. Inversamente, a capacidade de consumo tem aumentado, essencialmente para a indústria da energia (‘pellets’), o que leva inevitavelmente a um défice na oferta.
VE – Falou dos fogos florestais. Estes, sempre que ocorrem, destroem muita madeira. Mas as árvores atingidas pelos fogos que não ficam destruídas são aproveitáveis? Para que fins?
EI - Olhamos este fenómeno com grande preocupação. Todos os anos, nas áreas que gere direta e indiretamente, a Europac afeta recursos para a prevenção do fogo e em estruturas para o seu combate. No que respeita à valorização da madeira proveniente de áreas ardidas, no nosso caso, em que o destino é para trituração, recebemos a madeira sem qualquer desvalorização. Ou seja, pagamos o mesmo preço. No entanto, existem outras utilizações que são mais afetadas.
VE - A certificação da gestão florestal é valorizada pela Europac? Quantos dos vossos fornecedores aderiram já à certificação?
EI - A Europac participa ativamente na liderança das entidades que representam os mais elevados standards da gestão florestal em Portugal, empenhando-se na sua divulgação e na sua adoção pelos diversos atores da fileira florestal. Atualmente, 85% das explorações florestais geridas pela Europac são certificadas, com a certificação de gestão florestal sustentável.
Europac exporta papel e embalagens para mais de 50 países
A Europac, que opera na indústria de papel e embalagens industriais de papelão, inaugurou no último mês o centro logístico criado na sua fábrica de Viana do Castelo, a partir do qual passa a ser gerido todo o serviço logístico do grupo, com capacidade de produção, nas quatro fábricas de Portugal, Espanha e França, de um milhão e cinquenta mil toneladas de papel por ano.
Numa recente apresentação à comunicação social, o vice-presidente do grupo espanhol, Enrique Isidro, explicou que esta é uma das medidas do plano estratégico que a empresa tem em curso desde 2015 e até 2018. Um plano “destinado a melhorar a produtividade e a rentabilidade de um serviço chave para os clientes do grupo”, o que passa por uma “aposta na melhoria, na otimização, até ao limite, de todas as operações do grupo”. Neste momento estão em curso “103 projetos, em simultâneo, em todas as fábricas”.
A Europac detém quatro fábricas em Portugal, cinco em França, duas em Espanha e uma em Marrocos, esta última inaugurada em janeiro último e que tem capacidade de produção de 100 milhões de metros quadrados de papelão ondulado por ano. O grupo exporta os seus produtos para mais de 50 países, tendo atingido um volume de faturação de 1084 milhões de euros em 2015, 63% dos quais resultantes da venda de papel e 37% da venda de embalagens.
A empresa espera aumentar a margem do EBITDA (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) dos 13,8% registados em 2015 para 16% em 2018.
Só a unidade de Viana do Castelo emprega mais de 300 trabalhadores e desde 2000 quase duplicou a capacidade de produção de papel. Passou “de 220 mil toneladas por ano para as 425 mil toneladas, em 2015”.
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Setor agroflorestal é determinante
para a soberania alimentar
Dados divulgados em finais de maio pelo Gabinete de Políticas e Planeamento (GPP) do Ministério da Agricultura mostram que o complexo agroflorestal e pescas deu um importante contributo para a redução do défice, passando de um valor de aproximadamente menos quatro mil milhões de euros em 2000 para menos mil milhões de euros em 2015. Aliás, os produtos que contribuíram positivamente para o saldo comercial foram a cortiça, o vinho, a pasta de madeira e o papel e cartão.
Estes são valores que comparam positivamente com o grau de autoaprovisionamento de alguns outros produtos alimentares identificados pelo GPP a partir dos balanços de aprovisionamento do INE: vinho 134,3%; azeitona 103%; carnes 72,2% (bovinos 47,2% suínos 64,7% ovinos e caprinos 79,2% aves 86,5%); cereais 25,5% (trigo 5,7, centeio 35,3, aveia 69,8, cevada 9,7, milho 35,1); leite e produtos lácteos 94,3%, (leite 108,1%, iogurtes 50,6%, manteiga 144,4%, queijo 71,3%) e frutos 76,8%.
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