“As empresas estão mais confiantes”
A Michael Page Porto registou um aumento de 44% do volume de contratações em 2016, face a 2015. Em declarações à “Vida Económica”, Carlos Andrade, manager da Michael Page Porto explica que este significativo crescimento resultou, sobretudo, do dinamismo do setor da Indústria, que absorveu 45% dos processos de recrutamento, e do sector das Tecnologias da Informação, que registou 34% das colocações.
“O grande desenvolvimento de centro de serviços partilhados (share services centers) que estão a ser criados no Grande Porto, algo que não era prática habitual há três ou quatro anos atrás” e o dinamismo registado no setor das Tecnologias da Informação permitiram à Michael Page Porto registar um crescimento de 44% do volume de contratações durante o ano de 2016, comparativamente a 2015. Para além destas áreas, o responsável admite ainda que tem havido um acréscimo de contratações nas áreas financeiras, sobretudo de trabalhadores que dominem idiomas, assim como nas áreas de suporte, funções administrativas e secretárias de direção.
Salientando que este crescimento é “bom para Portugal, sobretudo para a região Norte”, Carlos Andrade destaca ainda que os perfis de “Sales Controller, Business Inteligence, Travel&Expenses e Asset Manager constituem algumas das novas tendências de recrutamento nos setores da Indústria, Information Technology e Shared Services Center”. Já para o futuro, o responsável acredita que “o crescimento nestas áreas continue”, e adianta ter conhecimento de empresas multinacionais que pretendem se instalar no Porto, “o que é um bom sinal”, frisa.
Mostrando-se otimista quanto à evolução a curto prazo, o manager da Michael Page Porto explica que “após a saída da Troika de Portugal e com a previsão de uma maior estabilidade financeira, as empresas estão mais confiantes” e estima que 2017 se confirme como um ano de evolução do mercado de trabalho. “Os níveis de desemprego têm apresentado uma ligeira melhoria e as perspetivas das empresas e do mercado laboral, na zona norte, seguem uma linha de otimismo muito devido às perspetivas de contratação e do investimento de algumas empresas estrangeiras no país. Com o crescimento das exportações e um aumento da procura, as empresas desejam ainda reforçar os seus quadros com colaboradores que assegurem as áreas produtivas e comercias”, afirma.
Para além disso, o responsável revela ainda acreditar que, a curto prazo, o setor da construção venha a recuperar, nomeadamente com a construção de três barragens no rio Tâmega, nos distritos de Braga e de Vila Real, um de investimento de 1,6 mil milhões de euros e que vai afetar positivamente a região Norte. Tudo isto significa um acréscimo de trabalho e uma maior procura de profissionais”, indica.
Portugal como destino privilegiado de serviços partilhados e tecnologia
Questionados sobre as expetativas para 2017, os especialistas da Michael Page revelam que mercado laboral português tem demonstrado “grandes e interessantes desenvolvimentos nos últimos anos, especialmente impulsionados pela alteração do mindset dos profissionais da geração millennial, que está a transformar a economia e a obrigar o mercado a reinventar-se,” relembra Álvaro Fernández.
Lembrando que os millennials são “consumidores mais racionais que os da geração anterior e que valorizam a experiência acima da compra”, o diretor geral da Michael Page Portugal salienta que “também no mundo laboral, esta geração pressiona as empresas a adaptarem-se para manterem os seus colaboradores motivados e reterem o seu talento. Altamente qualificados e cada vez mais especializados, estes profissionais desempenham um importante papel na evolução do mercado nacional, contribuindo para a consolidação de Portugal como destino de preferência para centros de serviços partilhados e a sua transformação em pólo tecnológico”, remata.