Programa Indústria 4.0 é “uma oportunidade única” para as empresas nacionais
Apresentado na passada semana, o programa Indústria 4.0 define a estratégia nacional para a digitalização da economia. Contemplando um total de 60 medidas, de iniciativa pública e privada, a iniciativa deverá ter impacto sobre mais de 50 mil empresas a operar em Portugal e representar mais de dois mil milhões de euros de investimento nos próximos anos.
Segundo Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec, este programa constitui “uma oportunidade única de repensar os modelos de negócio” e um “instrumento essencial para estimular a transição para novos modelos de organização económica e assim contribuir para melhorar a competitividade das empresas”.
Segundo Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec, este programa constitui “uma oportunidade única de repensar os modelos de negócio” e um “instrumento essencial para estimular a transição para novos modelos de organização económica e assim contribuir para melhorar a competitividade das empresas”.
Refletindo uma intenção política inequívoca do Governo, a Estratégia Nacional para a Digitalização da Economia pretende assumir-se como um instrumento essencial para estimular a transição para novos modelos de organização económica e contribuir para melhorar a competitividade das empresas. Nesse sentido, “para as empresas em geral, incluindo as menos preparadas, o programa Indústria 4.0 (i4.0) constitui uma oportunidade única de repensar os modelos de negócio” e a “possibilidade de gerar valor adicional para os clientes”, começa por afirmar Jorge Portugal.
Falando sobre a iniciativa apresentada na passada semana, o diretor-geral da Cotec, associação empresarial para a inovação, explica que a aposta na digitalização, no contexto da era da internet industrial das coisas, permitirá ainda às empresas “explorar novos modelos de organização da produção e distribuição mais eficientes” e “gerar ofertas aos clientes mais individualizadas e, por isso, mais valorizadas”.
Defendendo que, pela sua importância crítica na competitividade empresarial, a digitalização deverá atrair, nos próximos anos, “níveis significativos de investimento em inovação”, o responsável alerta que as empresas nacionais deverão aproveitar esta iniciativa para apostarem na “introdução de conceitos e tecnologias i4.0” nos seus modelos de negócio, tendo em vista a manutenção, ou mesmo reforço, das suas posições nas cadeias de valor. Ao invés, o atraso nesta transição poderá representar, a prazo, uma “perda progressiva de negócio oriundo dos melhores clientes, aqueles que apostarão também nos mesmos conceitos e famílias de tecnologias e a incapacidade de concorrência na eficiência e no valor acrescentado”.
“Se existe previsão que poderemos fazer com um forte grau de certeza é que o futuro vai ser mais digital”. Por isso, acrescenta, “há um sentido de urgência na mobilização de todas as empresas e outros agentes económicos”, independentemente do setor de atividade, dimensão, organização ou até grau de internacionalização, no sentido de apoiar a exploração as tecnologias digitais em ambiente empresarial. “Todas as empresas que tenham intenção de explorar as novas possibilidades poderão beneficiar do apoio do Programa Indústria 4.0.”, assegura Jorge Portugal.
Cotec será responsável pela coordenação e acompanhamento da iniciativa
Ainda assim, o dirigente associativo reconhece que existem riscos no processo de transição que as empresas terão de percorrer, nomeadamente ao nível da obsolescência das competências, da eliminação de postos de trabalho ou das ciberameaças. No entanto, a perspetiva da Cotec é que a natureza destes riscos “é antecipável” e, por isso, os seus efeitos poderão ser mitigados. “Se a aplicação das tecnologias de automação inteligente é irreversível, é possível antecipar que funções apresentam maior potencial de eliminação e, ao mesmo tempo, que outro tipo de funções os trabalhadores estão aptos a desempenhar e assim conceber programas de formação e treino de forma preventiva. Este é um tema de grande urgência, já que para que a Indústria 4.0 alcance resultados positivos, a sociedade terá de vencer a corrida da requalificação, disputada entre pessoas e máquinas”.
Questionado sobre qual o papel reservado à Cotec no âmbito deste programa, Jorge Portugal explica que este passará pela coordenação e acompanhamento da implementação da iniciativa, de forma integrada e articulada com os agentes políticos, económicos e sociais, e pela identificação de lacunas e oportunidades de melhoria. Para além disso, a associação terá ainda como missão maximizar os resultados das diferentes medidas e apoiar a adaptação das empresas, trabalhadores e da economia.
Em paralelo, a Cotec acompanhará também todos os desenvolvimentos nas plataformas europeias e internacionais, fazendo a coordenação da participação portuguesa nas mesmas, e será responsável por promover as tecnologias made in Portugal e o potencial do nosso país como polo atrativo ao investimento em i4.0. “Vamos por isso ter muita disponibilidade para escutar as empresas, as estruturas académicas, económicas e sociais, e valorizar as suas preocupações e contribuições para melhorar o Programa i4.0, cujas medidas já estão e irão agora para o terreno”, remata o responsável.