Empresas portuguesas desconhecem diretiva europeia para evitar atrasos de pagamentos
A maioria (56%) das empresas portuguesas reconhecem ainda não estarem familiarizadas com a Diretiva Europeia dos Atrasos de Pagamento, iniciativa da Comissão Europeia destinada a resolver, ou pelo menos reduzir, os problemas causados pelos atrasos de pagamento.
De acordo com o “European Payment Report 2016”, estudo realizado pela Intrum Justitia e que reúne dados de milhares de empresas na Europa, entre as empresas portuguesas que afirmam ter conhecimento daquela diretiva europeia, 42% confirmam nunca a terem aplicado, optando assim por não exercerem o direito de cobrarem, no mínimo, 40 euros por fatura mais juros em caso de atraso de pagamento em transações entre empresas (B2B) e setor público.
“Esta diretiva europeia foi transposta para a legislação nacional em 2013 [DL 62/2013], mas é ainda muito reduzido —apenas 5% – o número de empresas que, tendo conhecimento dos direitos que a mesma confere, indicam que a aplicam sempre. Acreditamos que uma das razões que explicam este fenómeno pode ser o receio das empresas em ferir relações comerciais ao exercerem os seus direitos”, refere Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Justitia.
O mesmo estudo refere ainda que 75% das empresas portuguesas não notaram qualquer impacto resultante da implementação da Diretiva Europeia dos Atrasos de Pagamento, enquanto apenas 7% reconhecem que a medida contribuiu ativamente para uma redução dos atrasos.
Instadas a pronunciarem-se sobre se seria benéfico para os seus negócios que a regulação da União Europeia contra os atrasos de pagamento se aplicasse também aos consumidores finais, apenas 11% das empresas nacionais responderam afirmativamente, ao passo que 42% indicaram não vislumbrar vantagens na implementação de tal medida.