“A analítica é o motor da mudança, os dados são o combustível
A colorida cidade de Orlando acolheu mais uma edição do SAS Global Forum onde os dados, o seu poder e a absoluta necessidade de analítica foram reis e senhores. “Há um imenso potencial nos dados. Mas tantos são recolhidos e depois nunca utlizados”, dizia Jim Goodnight, fundador e CEO da empresa norta-americana. E é aqui que o SAS e a analítica entram em palco.
A analítica é o motor da mudança, os dados são o combustível. A frase é de Jim Goodnight, o carismático, visionário e septuagenário fundador e CEO do SAS, uma quarentona empresa norte-americana que desde sempre lidou com tudo isto. Sendo que isto são dados. E analítica. E com Big Data muito antes de ser um conceito. Há mais de 40 anos que o SAS lida com a análise de dados, bem antes de ser um tema “cool”. Sim, porque a analítica, hoje, é cool. Aliás, não é exagero dizer que, atualmente, as empresas esperam que a analítica resolva todos os problemas. Mas a isso iremos mais adiante.
Todos os anos o SAS reúne os seus clientes, parceiros e alguma imprensa especializada mundial para mostrar como a analítica pode, efetivamente, mudar um negócio. Como pode mudar uma vida. E até uma sociedade.
Este ano, tendo como pano de fundo a, digamos, excêntrica e colorida cidade de Orlando, na Flórida, cerca de cinco mil pessoas assistiram ao lançamento de novas soluções, à demonstração de casos práticos e à explicação de como conceitos como IoT e Inteligência Artificial se vão embrenhando em todo este mundo dos dados.
“Os dados sem analítica é um valor ainda não realizado”, disse Oliver Schabenberger, vice-presidente executivo e diretor de tecnologia (CTO) do SAS. “Queremos que a analítica seja acessível a todos, independentemente das suas competências”.
Na sessão de abertura, Jim Goodnight foi incansável em dar aos dados um qualquer estatuto de super-herói – “há um imenso potencial nos dados” – mas algo incompreendido – “tantos são recolhidos, mas depois nunca usados”. Daí que se torna cada vez mais imprescindível separar o trigo do joio. Ou, neste caso, o ruído do sinal.
O foco tem de estar no cliente
Até porque, desenganemo-nos, todo o mundo cria e está envolto em dados. Desde o local onde moramos às redes sociais passando pela tecnologia móvel. “É emocionante olhar para os dados de diferentes maneiras para conseguir libertar o seu potencial”, explicava Goodnight.
“Agora que temos dados em todos o lado precisamos de analítica... em todo o lado. A analítica pode responder a todas as perguntas, é de onde as ideias vêm”.
A questão é que o mundo está a mover-se a um tal ritmo que as respostas têm de ser “agora”. E é aqui que empresas como o SAS podem ajudar.
Randy Guard, vice-presidente executivo e Chief Marketing Officer do SAS, que de resto tem vindo a ganhar cada vez mais relevo dentro da estrutura da empresa, diz mesmo que estamos a assistir a uma mudança no mercado no sentido de a analítica liderar a economia. E reforça a ideia de que as empresas agora esperam que analytics seja parte de qualquer solução. “As empresas têm de ser inovadoras para sobreviver. Ou o seu concorrente será.”
Na sessão de abertura, Randy Guard focou-se muito no cliente e naquilo que chamou de “caminho do cliente”. “O nosso foco tem de estar nas expectativas do cliente. Temos de lhe perguntar o que é melhor para ele. Temos de os acompanhar na sua viagem. O que estão a fazer no seu site, na loja, nos e-mails, no telefone? O volume de dados cresceu. Há que lidar com isso”.
AI é uma ilusão
Oliver Schabenberger deu uma curiosa visão sobre a Inteligência Artificial (IA), algo que considera estar “na moda” mas que não deixa de ser uma ilusão da inteligência humana. “IA é algo que realiza uma série de tarefas específicas numa forma parecida à humana. A inteligência humana tem criatividade, inovação, questões, moral, sentimentos, aprende com os erros. A IA não tem nada disto. Inteligência artificial usa respostas codificadas ou aprendidas”.
Schabenberger admite que é óbvio que há tarefas que poderão ser perfeitamente realizadas e com mais sucesso pela IA do que pelo homem mas, mesmo assim, prefere chamar-lhe “Inteligência do Algoritmo”.
Viya, a nova estrela da companhia
Oficialmente lançada o ano passado em Las Vegas, no SAS Global Forum 2016, a plataforma Viya continua a ser a menina dos olhos de Jim Goodnight. Aliás, à “Vida Económica”, numa entrevista que publicaremos em próximas edições, o fundador disse mesmo que Viya é o novo motor de crescimento da empresa, sobretudo à medida que vão acrescentado mais soluções à plataforma. “Queremos tirar partido do imenso poder que Viya nos dá”.
O ano passado a plataforma foi apresentada como uma “revolução na criação de valor dos dados das empresas” e “um grande avanço para ajudar os clientes a criarem valor dos seus dados”, até porque ajuda a minimizar o tempo entre a análise de dados numa fase embrionária e a sua aplicabilidade ao negócio, criando-lhe um direto e efetivo valor.
O anúncio original foi a base de uma suite de ofertas, incluindo aprendizagem automática - um conceito conhecido muitas vezes pelo seu termo inglês, machine learning - e que consegue, garante a empresa, endereçar qualquer desafio analítico, sobretudo pelas suas quatro componentes: ser unificada, aberta, simples e poderosa e, claro, baseada na cloud.
Mas os benefícios do SAS Viya vão muito para além do suporte em cloud. Até porque, segundo a empresa, esta arquitetura permite o seu desenvolvimento não só na nuvem, mas on-site, ou seja, em “casa” do cliente ou na sua própria nuvem privada.
“A arquitetura unificada da SAS Viya disponibiliza integração tecnológica no suporte ao ciclo de vida analítico”.
Para além do mais, a empresa enfatiza o facto da plataforma suportar novos métodos analíticos que podem ser acedidos do SAS mas também desde as mais populares linguagens de programação e APIs públicas, logo entregando analítica e prospeção de dados (data mining) para qualquer nível de competências.
Como prometido, a empresa tem já disponível soluções como SAS Visual Analytcs, Visual Statistics, Visual Investigator e Visual Data Mining and Machine Learning. Mas Randy Guard, cuja entrevista em exclusivo para Portugal também editaremos em próximas edições, salientou que ainda durante este ano novas soluções deverão ser lançadas. Aliás, o CMO estava particularmente entusiasmado pelo facto deste ano a empresa ter lançado uma “preview” para a qual convidaram cerca de 25 mil pessoas a experimentarem os produtos Viya num ambiente cloud. Empresas essas que obviamente deram o seu feedback sobre o produto.
A acessibilidade do SAS
Data Step Debugger, SAS Graphics Accelerator e Edge to Enterprise Analytics foram outros dos produtos em destaque neste SAS Global Forum. O Data Step Debugger permite que os utilizadores interativamente caminhem pela execução de cada uma das suas etapas dos dados. De acordo com Schabenberger, o Data Step Debugger “reduz a barreira de entrada para aprender os passos dos dados”.
“Precisamos ser acessíveis a todos, independentemente das habilidades físicas”, disse Schabenberger ao público presente. “A deficiência não deve limitar o acesso às possibilidades oferecidas pela analítica”. Em particular, a empresa está a concentrar-se em melhorar o acesso para pessoas com deficiência visual, e o SAS Graphics Accelerator tem precisamente como alvo esses utilizadores, já que exibe os dados usando som e pode operar em um intervalo de velocidades para suportar ritmos de trabalho diferentes. De resto, uma apresentação impressionante em Orlando.
Com a Internet das Coisas a tornar-se cada vez mais proeminente, “os dados em todo o lado pede analítica em todo o lado”, disse Schabenberger. Com isso em mente, o SAS e sua parceira Cisco uniram-se para apresentar Edge to Enterprise Analytics, que tem três níveis: “borda”, “transferência” e “empresa”. A camada de “borda” significa considerar o contexto local e reportar apenas informações importantes. A camada de “transferência” roteia os dados relevantes da “borda” para a “empresa” via Apache Kafka. Finalmente, a análise na camada corporativa visa contextualizar globalmente os dados de vários locais de “borda”. “A Internet das Coisas exige mais do que a capacidade de mover dados ... levar analítica aos dados faz realmente parte do que estamos a fazer no SAS há muitos anos”, disse Schabenberger.
SAS para todos
Igualmente comunicado neste Forum foi o denominado SAS Results, produto baseado na cloud em modelo “as a service”. Apresentado como acessível em termos de preço, contém o poder da analítica que assim fica disponível para qualquer organização, independentemente da sua dimensão. “É uma opção que pode ser especialmente atrativa para pequenas e médias empresas”.
O produto é apresentado como capaz de dar às organizações respostas para as questões mais prementes. “E não precisam entender nada de software SAS para obter essas respostas”, já que a organização providencia dados, problemas de negócios específicos e opções de trabalho. “Usando os consultores globais SAS e um modelo de entrega seguro os clientes encontram a resposta à sua pergunta”.
Portugal regista aumento de novos licenciamentos
Em Portugal, o SAS continuou com um crescimento sólido, registando um aumento de +15.7% em novos licenciamentos, um número acima da média do mercado. A empresa classificou 2016 como um ano bastante positivo, com uma crescente procura de soluções analíticas. Para 2017, a empresa pretende continuar a aposta nas áreas tradicionais (soluções analíticas, gestão de dados, conhecimento do cliente e gestão de risco), aumentar as soluções de fraude e penetrar em novos setores de atividade, como os serviços, a indústria e o reforço na Administração Pública. A empresa garante que a vertente I&D continuará a ser prioridade, assim como a relação com a rede de parceiros. |