Indústria 4.0 é um processo natural para as PME
“As PME vão entrar nesta Revolução da Indústria 4.0. Não se trata de um ‘Big Bang’, é um processo evolutivo e natural”, afirmou Mira Amaral no debate “Os Desafios e a Aplicação da Indústria 4.0”, encontro promovido pela NERSANT e recentemente realizado na Startup Santarém.
Mira Amaral descomplica o conceito da Quarta Revolução nas PME: “Corresponde à crescente digitalização da economia e das nossas empresas, em toda a cadeia de valor, trata-se de um processo evolutivo”.
A principal diferença da Indústria 4.0 é que envolve as Ciências da Vida: “Estamos na quarta Revolução Industrial, a revolução da convergência entre o mundo físico, as tecnologias digitais, os sistemas biológicos e as ciências da vida. Esta é a minha tese, não se trata só de digitalização, passa para o âmbito das ciências da vida; se virmos bem, é isso que está a acontecer na indústria agroalimentar”.
Num debate animado, pautado por muitas questões dos cerca de 50 empresários presentes, o antigo ministro destacou a importância de apresentar, falar e discutir a Indústria 4.0 “de forma simples, sem grandes chavões nem palavras caras, para não assustar as PME. Já que as PME já estão habituadas a inovar, esta quarta revolução é seguir o processo natural da digitalização”.
“Uma PME tem de estar sempre a inovar, aliás as que sobrevivem é porque inovam, mesmo que não tenham consciência disso. Por isso, as PME naturalmente vão entrar nesta Revolução da Indústria 4.0. Mas não se trata de um ‘Big Bang’, é um processo evolutivo e natural”, afirmou.
A renovação do emprego
Em relação aos constrangimentos e ao impacto social desta Revolução, Mira Amaral destaca as previsões de que “10% a 15% dos atuais empregos no setor industrial irão desaparecer nos próximos 10 anos”, mas descansa o auditório, “serão criados tantos outros”.
O orador destacou ainda a importância de aliar investigação às empresas.
Num ambiente descontraído, Mira Amaral fez ainda uma declaração que arrancou sorrisos ao auditório: “Foi para evoluir sempre que entrei na Economia, depois entrei na política, mas arrependi-me a tempo e voltei à economia. Estava a ficar tecnologicamente obsoleto!”.