Dívida pública nacional atinge novo recorde
A dívida pública nacional voltou a aumentar, no passado mês de junho. O agravamento cifrou-se em 1,8 mil milhões de euros, fixando-se então em 249,1 mil milhões. Foi o valor mais elevado de sempre, de acordo com os últimos dados do Banco de Portugal. A tendência de crescimento verifica-se desde o início do ano, estando a ser batidos recordes sucessivamente.
Apenas em maio houve uma quebra, altura em que a dívida pública sofreu uma quebra de 200 milhões de euros, tendo interrompido o recorde do mês anterior, o qual se cifrou em cerca de 247,5 mil milhões de euros. Em termos comparativos, face a junho do ano passado, o agravamento do valor da dívida foi de 9,2 mil milhões de euros. Já relativamente ao encerramento do exercício passado, o aumento ascendeu a oito mil milhões de euros, adianta o Banco de Portugal em comunicado.
Refere a este propósito o BdP: “O aumento da dívida reflete as emissões líquidas de títulos de 2,9 mil milhões de euros.” Em junho, o IGCP fez uma emissão de 1,25 mil milhões de euros em dívida de curto prazo e igual montante na colocação de títulos a cinco e a 10 anos. “A limitar o aumento da dívida esteve a diminuição de empréstimos de 1,3 mil milhões de euros, essencialmente por via do reembolso antecipado de empréstimos do Fundo Monetário Internacional, no montante de mil milhões de euros.” Entretanto, em julho, foi realizado novo reembolso ao FMI de 1,750 mil milhões de euros, pelo que é muito possível que se venha a registar uma descida na dívida pública referente ao mês passado.
No caso de se descontarem os depósitos, a dívida pública, em termos líquidos, terá apresentado um agravamento de 1,3 mil milhões de euros, para um total de 229,4 mil milhões de euros. Mais uma vez, trata-se de um novo recorde. Por sua vez, o Banco de Portugal ainda não revelou qual o peso da dívida no PIB, já que caberá ao INE apresentar as contas nacionais, em meados deste mês. No primeiro trimestre a dívida foi de 130,5% do PIB, abaixo do recorde de mais de 133% do ano passado. Face a um eventual crescimento económico, então é possível uma descida do valor nominal da dívida, acrescenta o Banco de Portugal.