Práctica Legal cria “Chinese Desk” e reforça presença no mercado chinês
A criação da “Chinese Desk” é um dos objetivos mais importantes para 2018 – afirma à “Vida Económica” José Angel Ruiz Pérez, sócio diretor da Práctica Legal. “Nós entendemos que a melhor forma de prestar serviços adequados ao mercado chinês é estabelecer a parceria com a sociedade na China e, em paralelo, criar uma divisão chinesa na Práctica Legal em Madrid”, adianta.
“Com esta nova estrutura conseguimos prestar um serviço de muito melhor qualidade e oferecer aos nossos clientes acesso a 45 mercados asiáticos”, conclui.
Para Eloy Rodrigues, “partner” da Luís S. Rodrigues & Associados, esta é a melhor forma de “eliminar uma barreira cultural”.
Vida Económica - A criação da “Chinese Desk” é crucial?
José Angel – É um dos objetivos mais importantes para 2018. Nós entendemos que a melhor forma de prestar serviços adequados ao mercado chinês é estabelecer a parceria com a sociedade na China e, em paralelo, criar uma divisão chinesa na Práctica Legal em Madrid. Com esta nova estrutura conseguimos prestar um serviço de muito melhor qualidade e oferecer aos nossos clientes acesso a 45 mercados asiáticos.
VE - A “Chinese Desk” integra advogados chineses?
JA – Advogados chineses com um determinado perfil. Não são chineses de segunda geração nascidos em Espanha, Portugal ou nos países da América Latina, mas sim advogados que nasceram na China. Portanto, estão totalmente integrados na cultura chinesa, escrevem chinês e têm formação jurídica no direito espanhol, português ou da América Latina.
Eloy Rodrigues – Pretendemos com isso eliminar uma barreira cultural porque o interlocutor privilegiado tem que ser alguém com quem o investidor, o cliente, se entende. Têm que ter pontos culturais em comum. É o passo seguinte de uma estratégia que já seguimos há muitos anos para captação e para robustecer as dotações do escritório no oriente, onde a Práctica Legal já tem uma longa experiência. No entanto, os tempos são outros, renovam-se as necessidades e esta nova fase permite conquistar empresas maiores e dar uma resposta mais robusta.
VE - A Luís S. Rodrigues & Associados acompanha sobretudo empresas. Como podem ajudar uma empresa a expandir-se para o mercado chinês?
ER – O nosso escritório tem uma metodologia própria para responder às necessidades específicas de qualquer empresa em Portugal, Espanha, Argentina, Brasil e África. Trata-se de uma metodologia uniforme em toda a rede. Portanto, a interlocução com clientes que estão mais longe do mercado chinês é possível com a implementação do sistema da Práctica Legal. Esse sistema parte de uma primeira auscultação das necessidades do cliente e avança com a rápida transmissão aos colegas da “Chinese Desk”.
Ampliação de serviços
VE - Na Convenção 2018 acordaram ainda a ampliação de serviços…
JA – Sim, em duas áreas. Na área Finance vamos integrar uma equipa completa de consultoria, de contabilidade fiscal e de auditoria. A equipa conta com 26 pessoas, já tem uma estrutura organizada e a sua própria carteira de clientes que passa a fazer parte da Práctica Legal. Na área Corporate vamos integrar uma equipa de oito pessoas especializadas em tudo o que tem a ver com oportunidades de negócio, como fusões, aquisições, compras de empresas e captação de fundos.
VE - É importante para Espanha ter Portugal na rede da Práctica Legal?
JA – É fundamental. A Práctica Legal em Espanha não existe sem a Práctica Legal em Portugal.
VE - Qual a razão?
JA – A partir da integração conjunta dos dois países na Comunidade Económica Europeia em 1986, Portugal converteu-se no primeiro mercado internacional para as empresas espanholas e Espanha no primeiro mercado internacional para as empresas portuguesas. Esta internacionalização deu origem à nossa presença nos dois países. Desde então, a Práctica Legal tem acompanhado empresas espanholas e portuguesas. Crescemos com elas. Há que relembrar que as entidades de referência nos dois países não tinham o tamanho que têm hoje. Naquela altura a sua internacionalização era o projeto estrela. Essas empresas muito potentes não teriam entrado em contacto connosco nem nós com elas se não estivéssemos presentes nos dois países.
VE - Para a Luís S. Rodrigues & Associados a rede ibérica também deve ser um fator de distinção em Portugal.
ER – Exatamente. A antiguidade desta colaboração e as vantagens que tem trazido ao longo dos últimos 20 anos reflete-se até na própria formação das nossas equipas. Já a nível académico, as equipas apostam neste projeto e costumam falar os dois idiomas.
Integração das áreas Finance
e Corporate
VE - Quais os prazos que definiram para a concretização dos objetivos de 2018?
JA – Estamos a contar com um prazo de três meses para concluir a integração das equipas Finance e Corporate. Quanto à parceria com a sociedade chinesa e a criação da “Chinese Desk”, prevemos ter tudo operacional já em breve.
VE - Qual o crescimento que a “Chinese Desk “pode trazer à Luís S. Rodrigues & Associados em 2018?
ER – Quanto aos negócios relativos ao mercado asiático, contamos com um aumento de dez por cento. Acreditamos que com a “Chinese Desk” podemos chegar a novos clientes e consolidar aqueles que temos. Estamos convencidos que com a “Chinese Desk” e a parceria com a sociedade de advogados chinesa estamos a elevar o nosso serviço a outro patamar no que diz respeito aos mercados asiáticos. Podemos oferecer um amplo leque de serviços qualificados, bem assente numa estrutura sólida.
Aproximação ao mercado asiático
é a prioridade do momento
Uma vez por ano, a Práctica Legal realiza uma convenção de dois dias para definir os objetivos e a estratégia desta rede luso-espanhola de sociedades de advogados. Este ano, teve lugar em Lisboa, na Luís S. Rodrigues & Associados, com escritórios em Lisboa, Porto e Almancil, que há 20 anos integra a Práctica Legal como única sociedade portuguesa. Luís Rodrigues e Eloy Rodrigues receberam os colegas de Lisboa, Madrid, Barcelona, Castilla la Mancha e Buenos Aires, assim como a “Vida Económica”.
Os pontos principais acordados na Convenção 2018, que reuniu 12 responsáveis, foram: “Continuar com a aproximação da Práctica Legal ao mercado asiático, criar uma ‘Chinese Desk’ e concluir o processo de integração com uma das principais sociedades de advogados chinesas, especializada em gerar investimentos, tanto investimento chinês no exterior como captação de investimento estrangeiro para projetos na China. Também decidimos reforçar as estruturas da Práctica Legal através da integração de equipas completas especializadas em duas áreas: Finance e Corporate”, adiantou José Angel.
|