Direção da Ordem dos Contabilistas tem uma tarefa difícil pela frente
A APOTEC admite que a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) entrou num novo ciclo e que nada será como antes no futuro. A associação liderada por Manuel Patuleia espera que a nova bastonária consiga levar a bom porto o projeto complexo que uma ordem, em qualquer regime democrático, sempre define: “defender os profissionais que regula, numa ótica de serviço público”, diz Manuel Benavente, diretor do “Jornal de Contabilidade”.
Considera este membro da APOTEC que a nova bastonária, Paula Franco, tem uma difícil tarefa pela frente, depois de passar o “recente estado de graça” pós-eleições. O mandato adivinha-se difícil, “pois a Ordem dos Contabilistas Certificados é um rico castelo cheio de fendas nas ameias, isolado no autismo da sua atuação passada e projetado num deserto de reflexões sobre a vida futura dos profissionais”, alerta Manuel Benavente. Refere a este propósito que, por um lado, a bastonária se apresenta com um programa de ação bastante abrangente, que coloca na sua esfera de influência os temas mais discutidos pelos contabilistas, e, por outro, apresenta-se “como herdeira da continuidade do projeto passado, enfrentando questões que, nunca sendo fáceis de resolver, são impossíveis de ultrapassar sem mudanças nos objetivos de longo prazo, bem como nos percursos de curto prazo.
“Temos a nossa estrela polar consubstanciada no civismo político, na academia, na ordem, nos contabilistas e na Autoridade Tributária. Pensamos que o civismo político vai ser assimilado por todos, com respeito, educação e tolerância pelas ideias alheias.” Quanto à academia, o contabilista defende que há problemas e currículos a discutir entre quem está balizado nos conceitos e quem está nos objetivos. Neste contexto, Manuel Benavente acha que a Ordem tem de ser profundamente repensada, pois nas atuais condições dificilmente se pode definir dessa forma. No que toca aos contabilistas, “basta lembrar que é neles – como universo associativo – que repousa o fim da história”. E no que se refere à Autoridade Tributária, “a jusante de tudo e a montante do trabalho fiscal do contabilista, desempenha uma ação catalisadora, fundamental entre a escola, a ordem, os contabilistas e as empresas”.
Um projeto tangível do passado
Os tempos não estão fáceis para os profissionais da contabilidade. É uma profissão que está a passar por profundas alterações. O que significa, na perspetiva de Manuel Benavente, que o atual conselho diretivo vai administrar “o gigantesco projeto tangível do passado, o qual, numa ordem reguladora de profissionais, numa ótica de serviço público, é uma excrescência que, naturalmente, com o devido bom senso, necessita de resgate. Será o caso da gestão do universo associativo, nitidamente desfasado do objeto a que é destinado e cuja solução passa por representar um desinvestimento na grandeza artificial da Ordem”.
Uma das questões que se coloca é a de perceber que os contabilistas certificados são hoje muito menos contabilistas e muito mais fiscalistas e que é necessário perfilar um horizonte e uma outra estruturação para esta realidade, designadamente novos currículos, um verdadeiro controlo de qualidade, como lidar com a evolução do digital, face à “inevitável cilindragem da profissão, com partida para novas realidade e outras valências”. Manuel Benavente lembra ainda que é necessário assumir rapidamente uma posição de inteira parceria com a Autoridade Tributária, o que não é fácil, “fazendo perceber ao Estado que o mais importante de tudo são os contribuintes e depois talvez o Estado esteja apto a reconhecer todos como cidadãos”.
O diretor do “Jornal de Contabilidade” conclui: “A Ordem tem a difícil missão de procurar regressar ao futuro, do qual anda à procura desde os idos da Comissão Instaladora. E se o caminho se faz caminhando, um bom caminho será pensar em limitar a sua atividade à regulação dos respetivos membros”.
“Temos a nossa estrela polar consubstanciada no civismo político, na academia, na ordem, nos contabilistas e na Autoridade Tributária. Pensamos que o civismo político vai ser assimilado por todos, com respeito, educação e tolerância pelas ideias alheias.” Quanto à academia, o contabilista defende que há problemas e currículos a discutir entre quem está balizado nos conceitos e quem está nos objetivos. Neste contexto, Manuel Benavente acha que a Ordem tem de ser profundamente repensada, pois nas atuais condições dificilmente se pode definir dessa forma. No que toca aos contabilistas, “basta lembrar que é neles – como universo associativo – que repousa o fim da história”. E no que se refere à Autoridade Tributária, “a jusante de tudo e a montante do trabalho fiscal do contabilista, desempenha uma ação catalisadora, fundamental entre a escola, a ordem, os contabilistas e as empresas”.
Um projeto tangível do passado
Os tempos não estão fáceis para os profissionais da contabilidade. É uma profissão que está a passar por profundas alterações. O que significa, na perspetiva de Manuel Benavente, que o atual conselho diretivo vai administrar “o gigantesco projeto tangível do passado, o qual, numa ordem reguladora de profissionais, numa ótica de serviço público, é uma excrescência que, naturalmente, com o devido bom senso, necessita de resgate. Será o caso da gestão do universo associativo, nitidamente desfasado do objeto a que é destinado e cuja solução passa por representar um desinvestimento na grandeza artificial da Ordem”.
Uma das questões que se coloca é a de perceber que os contabilistas certificados são hoje muito menos contabilistas e muito mais fiscalistas e que é necessário perfilar um horizonte e uma outra estruturação para esta realidade, designadamente novos currículos, um verdadeiro controlo de qualidade, como lidar com a evolução do digital, face à “inevitável cilindragem da profissão, com partida para novas realidade e outras valências”. Manuel Benavente lembra ainda que é necessário assumir rapidamente uma posição de inteira parceria com a Autoridade Tributária, o que não é fácil, “fazendo perceber ao Estado que o mais importante de tudo são os contribuintes e depois talvez o Estado esteja apto a reconhecer todos como cidadãos”.
O diretor do “Jornal de Contabilidade” conclui: “A Ordem tem a difícil missão de procurar regressar ao futuro, do qual anda à procura desde os idos da Comissão Instaladora. E se o caminho se faz caminhando, um bom caminho será pensar em limitar a sua atividade à regulação dos respetivos membros”.