Contabilista tem de garantir uma maior afirmação na sociedade
Existe uma forte relação entre a contabilidade e o desempenho económico e político das empresas e dos estados. Quanto ao contabilista, tem de recuperar a ambição de outros tempos e assumir uma posição de liderança nas decisões de crescimento económico dos países, defende o docente norte-americano Jacob Soll, em entrevista à revista Contabilista. Na sua perspetiva, “se se quer entender e perceber como ser um Estado ou uma empresa bem sucedida, é necessário existir um critério de rigor e fiabilidade das contas subjacentes”, alerta o professor da Universidade da Califórnia do Sul.
Os padrões contabilísticos mais elevados são sinal de um país saudável, designadamente a contabilidade de acréscimo, o balanço as auditorias. “Muitos países não usam o balanço, o que é um mau sinal. Os que o usam têm economias fortes e sistemas democráticos equilibrados. É preciso exigir balanços auditados por um ou vários profissionais e, a partir desse momento, a ‘accountability’ estará assegurada. O problema é que ninguém exige”, defende o docente universitário. Por exemplo, as grandes empresas de auditoria deveriam criar um modelo de negócio para vender conhecimento contabilístico. Em vez disso, “essas empresas especializaram-se apenas em vender programas para ajudar as pessoas na contabilidade”.
Considera ainda que a maioria das pessoas não faz a mínima ideia do que é e para que serve a contabilidade, tendo mesmo esta uma conotação negativa junto da opinião pública. Mas o que se passa é que os assuntos financeiros, na maior parte dos casos, estão relacionados com assuntos contabilísticos. Ou seja, a contabilidade também enfrenta um problema de linguagem. “Para mudar esta imagem, é preciso ter poder mundial e financiamento desta indústria especializada, porque os governos não têm como prioridade o investimento na educação.”
Contabilistas “põem-se a jeito”
Jacob Soll não deixa de lamentar o facto de os contabilistas serem usados como bodes expiatórios em momentos de crise. Mas é crítico relativamente a estes profissionais: “Eles põem-se a jeito. Infelizmente, os contabilistas são servidores, em vez de líderes. E este não era o paradigma histórico. Até aos anos sessenta do século passado, os contabilistas eram confiáveis e prestigiados. Os contabilistas precisam de recuperar a ambição que já tiveram e integrar as grandes decisões ao nível do crescimento dos países em que se inserem e participar na vida social, cultural e inteletual. Os contabilistas precisam de ter uma voz forte, caso contrário não terão todas as ferramentas na sua posse.”
Por sua vez, importa ter em conta que a era digital será um enorme desafio para o setor da contabilidade. “Os contabilistas impreparados serão afastados e muitas auditorias poderão ser realizadas por máquinas. A contabilidade – por não ser uma ciência exata – continuará a ser feita por pessoas. Tem um lado instintivo e de perceção que é insubstituível. A contabilidade jamais poderá abdicar do mais profundo sentido humano. É uma caraterística fundamental para os bons contabilistas serem inteligentes e humanos.”
Mas o professor de História da Contabilidade defende também uma nova era através de uma avaliação de risco conservadora e prudente para evitar as quedas abruptas de empresas e particulares a que se tem assistido. Todos devem ter um bom contabilista. Deu como exemplo a Time Warner, a qual foi sobreavaliada em 50 mil milhões de dólares, algo perfeitamente fora da realidade e que deve chamar a atenção para a necessidade de uma contabilidade profissional. Também fez questão de referir o facto de que na base da construção de um Estado com sucesso está a contabilidade, como é o caso evidente da China, que está a utilizar o balanço em todas as suas atividades, em especial a um nível de topo.
Considera ainda que a maioria das pessoas não faz a mínima ideia do que é e para que serve a contabilidade, tendo mesmo esta uma conotação negativa junto da opinião pública. Mas o que se passa é que os assuntos financeiros, na maior parte dos casos, estão relacionados com assuntos contabilísticos. Ou seja, a contabilidade também enfrenta um problema de linguagem. “Para mudar esta imagem, é preciso ter poder mundial e financiamento desta indústria especializada, porque os governos não têm como prioridade o investimento na educação.”
Contabilistas “põem-se a jeito”
Jacob Soll não deixa de lamentar o facto de os contabilistas serem usados como bodes expiatórios em momentos de crise. Mas é crítico relativamente a estes profissionais: “Eles põem-se a jeito. Infelizmente, os contabilistas são servidores, em vez de líderes. E este não era o paradigma histórico. Até aos anos sessenta do século passado, os contabilistas eram confiáveis e prestigiados. Os contabilistas precisam de recuperar a ambição que já tiveram e integrar as grandes decisões ao nível do crescimento dos países em que se inserem e participar na vida social, cultural e inteletual. Os contabilistas precisam de ter uma voz forte, caso contrário não terão todas as ferramentas na sua posse.”
Por sua vez, importa ter em conta que a era digital será um enorme desafio para o setor da contabilidade. “Os contabilistas impreparados serão afastados e muitas auditorias poderão ser realizadas por máquinas. A contabilidade – por não ser uma ciência exata – continuará a ser feita por pessoas. Tem um lado instintivo e de perceção que é insubstituível. A contabilidade jamais poderá abdicar do mais profundo sentido humano. É uma caraterística fundamental para os bons contabilistas serem inteligentes e humanos.”
Mas o professor de História da Contabilidade defende também uma nova era através de uma avaliação de risco conservadora e prudente para evitar as quedas abruptas de empresas e particulares a que se tem assistido. Todos devem ter um bom contabilista. Deu como exemplo a Time Warner, a qual foi sobreavaliada em 50 mil milhões de dólares, algo perfeitamente fora da realidade e que deve chamar a atenção para a necessidade de uma contabilidade profissional. Também fez questão de referir o facto de que na base da construção de um Estado com sucesso está a contabilidade, como é o caso evidente da China, que está a utilizar o balanço em todas as suas atividades, em especial a um nível de topo.