“A maior diversidade do género contribui para a inovação”
A maior diversidade do género contribui para a inovação e o acelerar das transformações de que o setor da energia necessita. Esta é a opinião de Marta Jordão, “Energy Efficiency Project Manager” na Helexia.
“Os stakeholders têm um papel essencial, pressionando as empresas a estabelecerem metas de incorporação de maior diversidade nas suas organizações”, acrescenta.
“Os stakeholders têm um papel essencial, pressionando as empresas a estabelecerem metas de incorporação de maior diversidade nas suas organizações”, acrescenta.
Vida Económica - Será o setor das renováveis, pela sua energia limpa e verde, mais atrativo para as mulheres?
Marta Jordão - A energia é um pilar de qualquer economia e goza hoje em dia de um grande destaque visto ser necessário transformar o paradigma atual assente em combustíveis fósseis.
A energia renovável, dado ser um setor recente e com perspetivas de futuro, será atrativo para qualquer profissional independentemente do género, logo, será natural que venha a conseguir incorporar tanto mulheres como homens, contribuindo para uma maior diversidade que, como mecanismo por excelência para a criatividade, alavancará abordagens inovadoras e criativas no encontrar das melhores soluções para os desafios do futuro.
Há sinais evidentes de que o paradigma está a mudar, bem espelhados no facto de cada vez mais empresas no mercado estarem a dar mais importância às suas métricas ambientais, sociais e de governança.
Para impulsionar este novo mindset, os stakeholders têm um papel essencial, pressionando as empresas a estabelecerem metas de incorporação de maior diversidade nas suas organizações, contribuindo para a inovação e o acelerar das transformações de que o setor da energia necessita.
VE - A transição energética está a provocar uma transição cultural e social?
MJ - A transição energética é um conceito disruptivo que envolve mudanças estruturais ao nível das matrizes energéticas dos países, migrando de um modelo estático assente em combustíveis fósseis – como carvão, petróleo e gás natural – para uma matriz diversificada, mais intermitente e onde são incorporadas formas de energia geradas a partir de fontes renováveis.
A transição energética não pode ser dissociada da perspetiva social e cultural do meio. É um factor de sucesso, a qualquer transição, perceber quais os mecanismos sociais que a vão estimular.
A transição energética tem sido um dos principais veículos, desde a década de 90, para o combate às alterações climáticas. O progresso assinalável a que temos assistido, da penetração das energias renováveis, tem estimulado as novas gerações para uma maior consciencialização da questão central das alterações climáticas e das questões do impacte da actividade humana no planeta, como seja a grande visibilidade da questão da utilização de plásticos ou a exponencial penetração da mobilidade eléctrica, principalmente na Europa.
Evidência clara da transição cultural e social é o surgimento de diversos movimentos espontâneos nas novas gerações, alavancados pelas redes sociais, que se levantam em defesa do meio ambiente e que ganharam um protagonismo e uma voz nunca antes conseguidos. Um excelente exemplo disto é o quão longe conseguiu chegar a voz da ativista Greta Thunberg, que é vista hoje em dia como um ícone representativo das preocupações das gerações mais novas das sociedades ocidentais.
“Desconstruir o mito de género que paira sobre as áreas STEM”
VE - O que poderá ser feito para atrair mais mulheres para as áreas de engenharia?
MJ - Eu penso que poderíamos trabalhar em duas vertentes.
Por um lado, estimular em maior número o interesse de jovens estudantes candidatas, ao nível do trabalho que é desenvolvido nas próprias escolas, criando mecanismos de incentivo e que promovam o despertar de interesse para os campos STEM (ciência, tecnologia, engenharia ou matemática); criar as condições para que haja mais estudantes com melhor aproveitamento nas áreas core para ingressar nos cursos de engenharia; desconstruir o mito de género que paira sobre as áreas STEM.
Por outro, procurar adaptar os planos de marketing e comunicação de promoção dos cursos tecnológicos, desenvolvendo conteúdos que também tenham como alvo os interesses naturais do público feminino, despertando neste uma imagem mais apelativa das carreiras de engenharia e do mundo tecnológico.
VE - Porque é que as organizações ainda lutam para construir equipas diversificadas?
MJ - Porque ainda não é evidente, para muitas organizações, que equipas que agreguem diferentes experiências de vida, diferentes backgrounds e perfis são um factor diferenciador e potenciador de maior colaboração, inovação e criatividade.
No entanto, são cada vez mais as organizações que começam a aposta numa maior diversidade como vetor de diferenciação, identificando nesta estratégia uma oportunidade para melhor responder aos desafios mais dinâmicos e complexos do mercado.
VE - Porque nos devemos preocupar com a liderança inclusiva?
MJ - Uma liderança inclusiva aliada a equipas multidisciplinares e diversificadas, onde as equipas se complementam em género, cultura, competências e maturidade é referido na bibliografia como um factor potenciador para um melhor desempenho de uma estrutura organizativa.
Um líder que tenha a capacidade de fazer com que as pessoas se sintam incluídas e que sintam que são tratadas com justiça e respeito onde o seu contributo é valorizado são definitivamente factores que promovem uma maior colaboração, melhorando o desempenho organizacional e a capacidade de resposta e adaptação aos desafios, cada vez mais diversificados, colocados pelos mercados, clientes e concorrência.
Marta Jordão - A energia é um pilar de qualquer economia e goza hoje em dia de um grande destaque visto ser necessário transformar o paradigma atual assente em combustíveis fósseis.
A energia renovável, dado ser um setor recente e com perspetivas de futuro, será atrativo para qualquer profissional independentemente do género, logo, será natural que venha a conseguir incorporar tanto mulheres como homens, contribuindo para uma maior diversidade que, como mecanismo por excelência para a criatividade, alavancará abordagens inovadoras e criativas no encontrar das melhores soluções para os desafios do futuro.
Há sinais evidentes de que o paradigma está a mudar, bem espelhados no facto de cada vez mais empresas no mercado estarem a dar mais importância às suas métricas ambientais, sociais e de governança.
Para impulsionar este novo mindset, os stakeholders têm um papel essencial, pressionando as empresas a estabelecerem metas de incorporação de maior diversidade nas suas organizações, contribuindo para a inovação e o acelerar das transformações de que o setor da energia necessita.
VE - A transição energética está a provocar uma transição cultural e social?
MJ - A transição energética é um conceito disruptivo que envolve mudanças estruturais ao nível das matrizes energéticas dos países, migrando de um modelo estático assente em combustíveis fósseis – como carvão, petróleo e gás natural – para uma matriz diversificada, mais intermitente e onde são incorporadas formas de energia geradas a partir de fontes renováveis.
A transição energética não pode ser dissociada da perspetiva social e cultural do meio. É um factor de sucesso, a qualquer transição, perceber quais os mecanismos sociais que a vão estimular.
A transição energética tem sido um dos principais veículos, desde a década de 90, para o combate às alterações climáticas. O progresso assinalável a que temos assistido, da penetração das energias renováveis, tem estimulado as novas gerações para uma maior consciencialização da questão central das alterações climáticas e das questões do impacte da actividade humana no planeta, como seja a grande visibilidade da questão da utilização de plásticos ou a exponencial penetração da mobilidade eléctrica, principalmente na Europa.
Evidência clara da transição cultural e social é o surgimento de diversos movimentos espontâneos nas novas gerações, alavancados pelas redes sociais, que se levantam em defesa do meio ambiente e que ganharam um protagonismo e uma voz nunca antes conseguidos. Um excelente exemplo disto é o quão longe conseguiu chegar a voz da ativista Greta Thunberg, que é vista hoje em dia como um ícone representativo das preocupações das gerações mais novas das sociedades ocidentais.
“Desconstruir o mito de género que paira sobre as áreas STEM”
VE - O que poderá ser feito para atrair mais mulheres para as áreas de engenharia?
MJ - Eu penso que poderíamos trabalhar em duas vertentes.
Por um lado, estimular em maior número o interesse de jovens estudantes candidatas, ao nível do trabalho que é desenvolvido nas próprias escolas, criando mecanismos de incentivo e que promovam o despertar de interesse para os campos STEM (ciência, tecnologia, engenharia ou matemática); criar as condições para que haja mais estudantes com melhor aproveitamento nas áreas core para ingressar nos cursos de engenharia; desconstruir o mito de género que paira sobre as áreas STEM.
Por outro, procurar adaptar os planos de marketing e comunicação de promoção dos cursos tecnológicos, desenvolvendo conteúdos que também tenham como alvo os interesses naturais do público feminino, despertando neste uma imagem mais apelativa das carreiras de engenharia e do mundo tecnológico.
VE - Porque é que as organizações ainda lutam para construir equipas diversificadas?
MJ - Porque ainda não é evidente, para muitas organizações, que equipas que agreguem diferentes experiências de vida, diferentes backgrounds e perfis são um factor diferenciador e potenciador de maior colaboração, inovação e criatividade.
No entanto, são cada vez mais as organizações que começam a aposta numa maior diversidade como vetor de diferenciação, identificando nesta estratégia uma oportunidade para melhor responder aos desafios mais dinâmicos e complexos do mercado.
VE - Porque nos devemos preocupar com a liderança inclusiva?
MJ - Uma liderança inclusiva aliada a equipas multidisciplinares e diversificadas, onde as equipas se complementam em género, cultura, competências e maturidade é referido na bibliografia como um factor potenciador para um melhor desempenho de uma estrutura organizativa.
Um líder que tenha a capacidade de fazer com que as pessoas se sintam incluídas e que sintam que são tratadas com justiça e respeito onde o seu contributo é valorizado são definitivamente factores que promovem uma maior colaboração, melhorando o desempenho organizacional e a capacidade de resposta e adaptação aos desafios, cada vez mais diversificados, colocados pelos mercados, clientes e concorrência.