Atividade económica com uma recuperação acentuada no segundo trimestre;

“Para onde vai a economia portuguesa” – Indicador compósito
Atividade económica com uma recuperação acentuada no segundo trimestre
A atividade económica portuguesa regista uma forte recuperação no 2.º trimestre de 2021 e aproxima-se dos valores verificados antes dos efeitos provocados pela pandemia Covid-19, a avaliar pelo indicador compósito que temos vindo a construir para acompanhar a evolução da atividade económica portuguesa.
A construção deste indicador compósito é baseada na opinião de oito economistas e nas séries estatísticas disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estatística e pelo Banco de Portugal, relativas ao produto interno bruto (PIB), formação bruta de capital fixo, exportação de bens e serviços, taxa de desemprego, índice harmonizado de preços no consumidor, indicador de sentimento económico, volume de negócios no comércio a retalho (excluídas as vendas de combustíveis), vendas de novos veículos automóveis comerciais pesados e vendas de cimento. A figura mostra a evolução deste indicador desde o 1.º trimestre de 2005 até ao final do 2.º trimestre de 2021.
Como se pode observar na Figura que se apresenta, o ciclo de crescimento da atividade económica portuguesa iniciado no 2.º trimestre de 2013 começa a dar sinais de interrupção a partir do 2.º trimestre de 2019. Contudo, no 2.º trimestre de 2020 sofre uma queda sem precedentes na maioria dos setores da atividade, motivada, em grande parte, pelos efeitos da pandemia Covid-19. No segundo trimestre do ano em curso regista-se uma recuperação, quer em relação ao trimestre anterior quer em relação ao trimestre homólogo do ano anterior, como se pode constatar no Quadro onde se resume a evolução do indicador compósito que temos vindo a construir para acompanhar a evolução da atividade económica em Portugal. A evolução em relação ao trimestre anterior (+8,23%) foi explicada, fundamentalmente, pelo crescimento do PIB, das vendas a retalho, das vendas de veículos automóveis comerciais pesados, das vendas de cimento, bem como pela melhoria no indicador de sentimento económico e pela queda da taxa de desemprego.
A franca evolução registada em relação ao trimestre homólogo do ano anterior (+33,59%) deve-se, certamente, à reabertura da economia no segundo trimestre de 2021, após um período de recessão devido ao confinamento. Assim, não constitui surpresa esta evolução muito favorável do indicador em relação ao trimestre homólogo do ano anterior. Para esta evolução favorável do indicador contribuíram todas as rubricas que entram na sua construção, com exceção da taxa de desemprego, onde se registou uma evolução desfavorável.
Com a evolução da vacinação é expectável que os efeitos provocados pela pandemia venham a perder importância na evolução da atividade económica e ganhem importância os Planos de Recuperação que começam a ser implementados na grande maioria das economias e, em particular, na economia portuguesa. Para acompanhar essa evolução, continuaremos a construir este indicador compósito nos próximos trimestres para dar a conhecer aos nossos leitores a evolução da economia portuguesa.



João Veríssimo Lisboa e Mário Gomes Augusto, 02/09/2021
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