O empreendedorismo é a melhor vacina contra a crise;

O empreendedorismo é a melhor vacina contra a crise
Nos tempos da coligação PSD/CDS que nos governou, começámos a ouvir falar de empreendedorismo. Foi esse o tempo das primeiras incubadoras de empresas, da entrada do termo startup no léxico da maioria dos portugueses, do início dos grandes prémios de empreendedorismo, do crescimento dos coworks e da chegada a Portugal de vários formatos internacionais de programas de entretenimento sobre novos negócios - foi precisamente no ano de 2015, em que Passos Coelho deixou o governo, que o Shark Thank conheceu a sua versão portuguesa.

Foi esta também a época em que a comunicação social, principalmente a que se dedica aos temas da gestão e da economia, começou a colocar os holofotes em cima dos novos empresários - especialmente dos que se dedicavam à tecnologia. As páginas dos jornais de economia perderam algum do cinzentismo das gravatas e coloriram-se de peças sobre jovens e menos jovens que partiram para a aventura de lançar um negócio. De um momento para o outro, os novos ícones nacionais da gestão passaram a ser "miúdos" como o José Neves, o Miguel Pina Martins, o José Maria Rego e o Tiago Paiva, entre muitos outros - aos quais devemos tanto. O mundo realmente mudou muito e ainda bem.

Não é por ser presidente da distrital de Lisboa do PSD que vou negar o papel que o PS e alguns dos seus governantes também tiveram neste processo. Nomes como o João Vasconcelos ficarão para sempre gravados na pedra do empreendedorismo nacional. A própria vinda do Websummit para Lisboa - conseguida pelo governo de Passos Coelho, mas para o qual contribuiu o apoio do executivo camarário socialista - ajudou inegavelmente à consolidação de um ecossistema empreendedor, tecnológico e criativo que nos deve orgulhar a todos. Aliás, o tema do empreendedorismo não se compadece com sectarismos partidários - é um desígnio nacional que nos deve orgulhar a todos e que de todos exige dedicação, foco e irreverência.

Eu próprio - não sendo bom juiz em causa própria - tive o prazer de contribuir para este desígnio. Enquanto vereador em Oeiras, nos últimos 7 anos, tive o incrível privilégio de ser responsável pelo pelouro do empreendedorismo, para além de outras áreas. Hoje, o meu concelho está dotado de vários instrumentos de apoio aos empreendedores. Exemplos como a Fábrica de Startups - Oeiras Hub, o Centro de Indústrias Criativas, o Balcão de Apoio ao Empresário e Investidor, a Fábrica do Empreendedor, o Gabinete de Empreende + ou o Prémio Oeiras Valem, bem com o projeto das Escolas Empreendedoras, tornaram Oeiras num município detentor de um ecossistema empreendedor, verdadeiramente potenciador de novos negócios, criatividade e inovação. Uma referência no nosso País - que me enche de orgulho.

Se a saída da última crise se deveu em grande parte a este ímpeto empreendedor, a saída da crise em que já nos encontramos só poderá estar também aqui. Numa altura em que tantos empresários vêem os seus negócios sufocados pela mais imprevisível das externalidades - uma pandemia global - é urgente que os autarcas, legisladores e governantes em geral centrem a sua actuação não só no combate sanitário à pandemia, mas também no relançamento da nossa economia. Isso só será possível, repito, se nos voltarmos a focar em construirmos ecosistemas empreendedores inovadores, competitivos e focados na exportação de bens, tecnologia e conhecimento.

Ângelo Pereira Presidente da Distrital de Lisboa do PSD, 15/02/2021
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