Empresários portugueses retornam com sucesso à presença física em feiras internacionais;

Paulo Vaz, administrador das Áreas de Negócio da AEP, dá nota positiva à participação nas feiras no Dubai e em Moscovo
Empresários portugueses retornam com sucesso à presença física em feiras internacionais
“As missões presenciais e a participação em feiras internacionais continuam a ser um dos instrumentos mais importantes da comunicação e promoção da empresa, de dar a conhecer os seus produtos, as suas inovações e de o empresário conseguir ‘tomar o pulso’ ao mercado”, afirma Paulo Vaz, no rescaldo da participação das empresas portuguesas nas feiras Gulfood e Gulf Host, no Dubai (em fevereiro), e na MosBuild, na Rússia (março-abril).
“A AEP continua a acreditar que a presença física se manterá como um fator indispensável em muitas geografiase e que o contacto e a relação de proximidade são elementos que geram a confiança para o negócio”, acrescenta o administrador das Áreas de Negócio da AEP.
Vida Económica  - Qual é o balanço da participação das empresas portuguesas nas feiras que decorreram no Dubai e em Moscovo?
Paulo Vaz -
O balanço foi claramente positivo, em especial se tivermos em conta a situação pandémica que vivemos, que continua a apresentar constrangimentos a uma normal abordagem aos mercados.
A participação das empresas portuguesas nas feiras Gulfood e Gulf Host, no Dubai (em fevereiro), e na MosBuild, na Rússia (março-abril) – para além do simbolismo de terem sido as primeiras presenças dos últimos 12 meses – foi muito positiva na abordagem empresarial aos mercados internacionais, tanto para as empresas que participaram pela primeira vez como para as que procuram consolidar a sua presença nestes mercados.
No Dubai, por exemplo, fecharam-se negócios e identificaram-se potenciais parcerias, que as empresas irão explorar, no sentido da efetivação de futuros negócios ou do desenvolvimento e aprofundamento das parcerias já existentes.

VE - Que diferenças destaca em termos de expositores e visitantes face à situação anterior à pandemia?
PV -
As feiras Gulfood (setor alimentar & bebidas) e a Gulf Host (equipamento para a indústria da hotelaria e restauração) são dois dos maiores certames da região do Médio Oriente e dos mais importantes a nível mundial para estas fileiras. Num ano regular, estes dois certames atrairiam mais de 120 mil visitantes profissionais, provenientes de 150 países.
Naturalmente que a edição deste ano foi muito condicionada pelas restrições que vivemos por causa da pandemia, mas, apesar de tudo, os eventos reuniram 3000 empresas expositoras, de 100 países. Já em relação aos visitantes profissionais – oriundos da região do Médio Oriente, Continentes africano e asiático –, a organização estima que tenha ficado abaixo (40% a 50%) do que seria expectável sem pandemia.
Positivo foi também o que as empresas designaram por “aumento significativo da qualidade dos contactos efetuados”, que mostraram que quem decidiu ir ao certame tinha um verdadeiro interesse em efetuar negócios.
A MosBuild, a maior feira anual da Europa de materiais de construção, continua a ser um certame que serve de porta de acesso à Rússia, mas também aos países da União Económica Euro-Asiática, a maior associação económica integrada e o maior mercado do espaço pós-soviético.
Este ano, o número de visitantes surpreendeu pela positiva, tendo-se verificado uma afluência superior às registadas em edições anteriores. O número total de visitantes em 2021 foi 66 588 e na edição de 2019 (sem pandemia) foram 77 338. De notar, ainda, que a densidade de visitas por uma empresa participante foi de 111 visitantes (64 em 2019).

VE - Além da presença física, é indispensável aumentar a presença nos mercados externos através dos canais digitais?
PV -
A transformação digital permite mudanças disruptivas em modelos de negócios, em produtos e em processos, incluindo soluções digitais de resposta a necessidades de personalização crescente dos produtos e serviços e é um facto que a pandemia veio acelerar a transformação tecnológica das empresas.
Se falarmos em termos de bens transacionais, que se enquadram no modelo Business to Consumer, o E-commerce é uma excelente oportunidade para promover o aumento das exportações. É uma ferramenta de internacionalização que dá visibilidade à oferta portuguesa nos canais online.
Já no “Business to Business”, se considerarmos alguns setores de atividade como bens industriais, maquinaria e equipamento especializado, que pelas suas características técnicas requerem outro tipo de abordagem, a componente física e presencial continua e continuará a fazer sentido e a ser necessária.
Por outro lado, se analisarmos os principais instrumentos de abordagem aos mercados internacionais, as missões presenciais e a participação em feiras internacionais continuam a ser um dos instrumentos mais importantes da comunicação e promoção da empresa, de dar a conhecer os seus produtos, as suas inovações e de o empresário conseguir “tomar o pulso” ao mercado.
A AEP continua a acreditar que a presença física se manterá como um fator indispensável em muitas geografias e que o contacto e a relação de proximidade são elementos que geram a confiança para o negócio.
Susana Almeida, 15/04/2021
Partilhar
Comentários 0