Investimento em alojamentos habitacionais aumenta 2,4%;

Investimento em alojamentos habitacionais aumenta 2,4%
Dados oficiais recolhidos pelo Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) revelam que, em 2020, transacionaram-se 171 800 alojamentos familiares, menos 5,3% que em 2019.
A taxa de variação média do Índice de Preços da Habitação fixou-se nos 8,4%, registando um ligeiro decréscimo de 1,2% face ao ritmo de crescimento dos preços observado em 2019.
Já em termos do investimento que os alojamentos habitacionais terão representado, este terá concentrado, em 2020, um total 26 186 534 euros, mais 2,4% que em 2019.
Estes valores revelam que, apesar do contexto de crise pandémica, que teve reflexos em todos os setores da economia, o setor imobiliário conseguiu observar resiliência no decorrer do ano, o que se refletiu também na dinâmica de crescimento dos preços das habitações transacionadas.
“Tradicionalmente, o segundo semestre do ano reúne sempre maior número de transações, e 2020 não foi exceção. Em termos globais, podemos concluir que o imobiliário conseguiu demonstrar a sua resiliência ao longo do ano, apesar de todas as dificuldades decorrentes da situação pandémica. Esta resiliência foi assente sobretudo no mercado interno, que concentrou mais de 80% das transações, com uma procura a manter-se elevada, até pela inexistência de um mercado de arrendamento competitivo que se apresente como alternativa habitacional, levando também a que se tivesse registado uma maior concessão de crédito à habitação no decorrer do ano”, declarou Luís Lima, presidente da APEMIP.
Ainda assim, revelou-se surpreendido com o desempenho do quarto trimestre de 2020, para o qual esperava números mais conservadores, devido ao impacto da segunda vaga, o que poderá ter decorrido de “processos de compra que já estavam em curso e que foram escriturados no último trimestre”.
No que diz respeito ao índice de preços, Luís Lima declara que este resulta do facto de a procura interna (assente maioritariamente na classe média) continuar a ser muito superior à oferta existente, sendo necessário que haja uma introdução de “stock” que dê resposta a este segmento para que os preços comecem a equilibrar-se. 
Para 2021, o representante das imobiliárias escusa-se a antecipar cenários, declarando que será importante analisar os dados das transações efetuadas no primeiro trimestre do ano – enquanto o setor se viu impedido de realizar visitas presenciais – e pensar nas consequências que o eventual fim das moratórias de crédito poderá ter no mercado imobiliário.



Susana Almeida, 26/03/2021
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