Networking ajuda a internacionalizar negócios locais;

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim acolheU III Conferência BNI Norte Litoral
Networking ajuda a internacionalizar negócios locais
Terry Hamill e Ricardo Anselmo, diretor do BNI Portugal e diretor executivo do BNI em Portugal e Brasil respetivamente.
Tal como habitualmente, a primeira sexta-feira de fevereiro é sinónimo da Semana Internacional do Networking. Organizada anualmente pelo BNI, a iniciativa, cuja 14.ª edição decorreu na passada semana na Póvoa do Varzim, tem como principal objetivo aproximar os empresários e negócios locais, regionais, nacionais e internacionais, ao permitir colocar em contato empresários de todo o país, mas também possibilitar a qualquer dos presentes solicitar um contacto internacional.
Em declarações à ‘Vida Económica’, Terry Hamill e Ricardo Anselmo, respetivamente diretor do BNI Portugal e diretor executivo do BNI em Portugal e Brasil, explicam a importância de pertencer a um grupo de networking, como o BNI, e lembram que “muitos ensinam a vender, mas ninguém ensina como construir relações”.
“Imagine que procura encontrar uma empresa para fazer negócio no Canadá, EUA, Inglaterra, ou Alemanha. Nós estamos ligados a todos esses países e por isso a ideia é permitir aos empresários fazer crescer os seus negócios e criar uma rede de contato verdadeiramente internacional”, afirma Terry Hamill, diretor do BNI Portugal.
Complementando esta ideia, Ricardo Anselmo identifica como cinco os objetivos desta conferência anual: “celebrar, reconhecer, acrescentar, promover e aproximar”. “Celebrar a Semana Internacional do Networking tem um papel fundamental nos nossos negócios, pois o networking move o mundo”. Para o diretor executivo do BNI em Portugal e Brasil, este encontro permite “reconhecer os membros, as empresas, e os grupos que mais se destacaram enquanto networkers no último ano”. Assim como, “acrescentar valor através de bons palestrantes que tragam bom conhecimento, que nos ajudem a ser melhores pessoas e melhores profissionais”. Para além disso, o evento pretende ainda permitir aos empresários “promover os seus negócios” e, por último, “aproximar o mundo empresarial, não só os membros da organização entre si como com a comunidade”.
Lembrando que mesmo quando o nosso país atravessou uma grave crise económica “os membros do BNI cresciam”, Ricardo Anselmo explica que tal aconteceu porque “quando trabalhamos como uma equipa, não trabalhamos sozinhos. Não somos só nós a procurar trabalho, temos uma equipa que nos ajuda. Que está atenta no dia-a-dia. Eu dou, ajudo os meus colegas e incentivo-os também a dar, para criar o gosto de dar, de ajudar os seus pares. O mesmo acontece quando alguém precisa de um funcionário, indo à bolsa de oportunidades do grupo BNI, através do ‘boca-a-boca’, da referência dada por alguém membro”.
A missão do BNI é agrupar os empresários numa entreajuda constante com vista à promoção dos seus negócios através de um ambiente “favorável, estruturado e solidário em que empresários e profissionais liberais se reúnem para fazer novos contactos, conhecer e entender os negócios representados no grupo, aprender valiosas técnicas de marketing e desenvolver fortes relações pessoais que levam à confiança e à consequente geração de significativos negócios para todos”, explica o responsável.
Nesse sentido, pertencer a um grupo BNI, explica Ricardo Anselmo, “é como ter algumas dezenas de comerciais a trabalhar para cada empresário, sem ter de lhes pagar salários ou comissões. Os negócios têm no marketing ‘boca-a-boca’ a sua melhor forma de divulgação e promoção. É tão simples quanto isto! É assim tão simples porque se baseia no conceito de ‘se eu te ajudar tu vais querer ajudar-me’ e, desta forma, todos vão beneficiar”.
 
“O verdadeiro interesse do BNI é permitir construir relações fortes”
Questionado pela ‘Vida Económica’ acerca da qual ainda subsiste um certo nível de desconfiança em torno deste tipo de encontros, Terry Hamill explica que “o verdadeiro interesse do BNI é permitir construir relações fortes e isso pode levar algum tempo, pois esse é o tempo necessário para conquistar a confiança das pessoas”. Por isso, acrescenta o responsável, “quando encontram um bom grupo do BNI e quando os participantes entendem a cultura de partilha e entreajuda entre todos, as pessoas permanecem durante um longo período”, dando como exemplo disso mesmo a existência de um grupo no Porto com atividade há 14 anos.
Contudo, o diretor do BNI Portugal admite ainda assim que, “infelizmente, muitas pessoas assumem que o BNI irá corrigir o seu negócio rapidamente. Porém, é necessário tempo para as pessoas começarem a confiar verdadeiramente nas outras. É, pois, apenas após conquistar esta confiança que os negócios começam a crescer. Não esperem que o vosso negócio seja corrigido numa semana pois, na verdade, é tudo uma questão de relações humanas”. Nesse sentido, o responsável máximo salienta que “os portugueses são muito protetores dos seus relacionamentos e, por isso, muitas pessoas dizem que não entendem o BNI, pois não querem construir relações para o seu futuro”. A verdade, é que “muitos ensinam a vender, mas ninguém ensina como construir relações”, remata.
 
Pertencer a uma rede de networking é “um investimento”
Presente no evento, Luís Costa sócio-gerente da geSe - mediação de seguros, apontou à ‘Vida Económica’ que a principal mais-valia de pertencer ao grupo BNI “é a possibilidade de alargar a rede de contatos”. “O networking é muito importante, esse passa a palavra tem-nos trazido muitos negócios. Por isso, não é um custo, mas sim um investimento pertencer a uma rede de networking”. Procurando demonstrar isso mesmo, o empresário revela que a geSe pertence, em simultâneo, a dois grupos do BNI, “um deles há oito anos”, e que em 2018 a faturação da empresa via BNI “rondou os 350 mil euros”. Por isso mesmo, Luís Costa aconselha os empresários nacionais dizendo que estes “devem dar uma oportunidade ao conceito”.
Quem também esteve presente foi Luís Diamantino Batista, vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, cidade que acolheu a III Conferência BNI Norte Litoral, revelou que a autarquia poveira é membro honorário do BNI. “A autarquia tem uma ligação muito forte com o tecido empresarial e entendemos que esta é uma forma de podermos desenvolver e fazer crescer esta participação dos empresários na vida comunitária local”.
O BNI é uma organização com 34 anos de existência no mundo, estando em Portugal há 13 anos. Portugal tem já mais de 2 mil membros em 83 grupos distribuídos por todo o país. No global, o volume de negócios anual dos sócios ascende a 120 milhões de euros, apenas em Portugal. Nos últimos 12 meses só no litoral faturaram mais de 15 milhões de euros.
No próximo ano a conferência realizar-se-á em Braga, novamente na primeira sexta-feira do mês de fevereiro.
Fernanda Silva Teixeira fernandateixeira@vidaeconomica.pt, 22/02/2019
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