Politécnico da Guarda tem de manter aposta de captar alunos do exterior;

João Queiroz, docente universitário, defende
Politécnico da Guarda tem de manter aposta de captar alunos do exterior
CRESCIMENTO E SUSTENTABILIDADE NA REGIÃO DA GUARDA
Ensino superior tem de dar resposta às necessidades das empresas, na perspetiva de João Queiroz.
O Instituto Politécnico da Guarda deve manter a aposta de captar alunos de outras regiões, tendo em conta que as empresas procuram o que mais rapidamente dá resposta às suas necessidades. O instituto já recebe muitos estudantes provenientes do exterior, o que se tem revelado uma mais-valia para a região. “Uma empresa qualificada traz mais competitividade e uma evolução mais consistente, especialmente nas regiões do interior”, defendeu João Queiroz, docente universitário, durante a conferência “Crescimento e sustentabilidade na região da Guarda”, promovido pelo município da Guarda e pelo jornal Vida Económica.

Para este professor, as instituições de ensino superior devem caracterizar-se pela maior abertura possível à sociedade, em geral, residindo o futuro no desenhar de programas específicos para as necessidades regionais. Tal implica fazer apostas claras em determinadas áreas, como são os casos do “cluster” automóvel, da saúde ou da cibersegurança. O Politécnico da Guarda tem de dar uma resposta efetiva a estas necessidades. Também é muito positivo o facto de existir uma grande diversidade a todos níveis. “A realidade é que, nos últimos anos, as regiões do interior têm registado um acréscimo de alunos. As instituições de ensino superior, por seu lado, devem desenvolver esforços para que essa tendência se mantenha. A evolução passa por uma aprendizagem cada vez mais qualificada”, acrescentou João Queiroz. Há indicadores claros de que cada vez mais é precisa uma colaboração estreita entre as empresas e as instituições de ensino, até para permitir a empregabilidade dos jovens.
O docente universitário, na sua intervenção, colocou a tónica na necessidade de as instituições de ensino superior abrirem as portas à sociedade, em geral, e às câmaras municipais e empresas. “O ensino superior é uma mais-valia para a inovação, a produção e o desenvolvimento de projetos e médio e longo prazos. Nas últimas décadas, o ensino superior desenvolveu-se muito, sobretudo por via do processo de Bolonha, que trouxe um novo paradigma e um maior reconhecimento europeu. O ensino é mais centrado no estudante e no que aprende e menos no que o professor ensina.” A realidade é que, atualmente, o ensino superior conta com cerca de 400 mil alunos, quando há cinco anos eram 350 mil e cada vez é mais heterogéneo, com visões diferentes.
O ensino tem hoje a característica de ser multicultural, o que permite desenvolver projetos diferentes, sendo uma mais-valia. “É bom que se pense no ensino superior quando se pretende um parceiro para inovar e crescer. No PRR há dois grandes programas (Impulso Jovem e Programa para adultos) que têm como objetivos o “upskilling” e “reskilling”, ou seja, dar mais qualificação às pessoas que têm já alguma formação e àquelas que têm necessidades formativas especializadas. O que significa que tem de haver uma interação cada vez maior com as empresas.” Aliás, os cursos são aprovados de acordo com essa mesma ligação às empresas. Portanto, a cooperação entre as partes é essencial.
Susana Almeida, 22/07/2021
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