Portugal volta a emitir dívida com sucesso;

Juros baixam
Portugal volta a emitir dívida com sucesso
Portugal emitiu esta semana 1750 milhões de euros em dívida de curto prazo, dividia por 500 milhões de euros em bilhetes do tesouro a seis meses e 1250 milhões de euros a 12 meses. Face ao último leilão comparável, as taxas desceram, nos seis meses, dos -0,4467% para os -0,532% e nos 12 meses, dos -0,452% para os -0,507%.
No leilão a seis meses (data de vencimento em março 2021), a procura foi 2,36 vezes a oferta. Já no leilão a 12 meses (data de vencimento em setembro 2021), a procura foi 1,86 vezes a oferta.
“Volta a ser um leilão com sucesso, com as taxas nestes leilões de curto prazo a atingiram os valores mais baixos do ano. Os discursos dos vários banqueiros centrais têm sido claros, as taxas irão manter-se baixas ou negativas por um período longo de tempo. Urge-se em estimular a economia e conseguir que a inflação volte aos targets definidos. Missão que não estava fácil antes da Covid-19 e que ainda veio a piorar com o abrandamento económico que sofremos este ano. As taxas obtidas, acabam por refletir a conjuntura global que vivemos, que vai no sentido de beneficiar os emitentes de dívida em detrimento dos investidores, no entanto sempre com o sentido de que a prazo, a economia irá recuperar”, afirma o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

Menos procura preocupa

David Silva, analista da corretora financeira Infinox, afirma, que, “mais uma vez, a emissão de dívida de curto prazo por parte do Estado português teve um resultado positivo juntos dos investidores e, tal como é seu apanágio, a procura por estes títulos superou a sua oferta”.
O especialista avisa, porém, para a menor procura que a emissão de dívida realizada pelo IGCP suscitou do mercado. “Ao olharmos para as últimas emissões a seis e 12 meses realizadas no passado mês de julho, a procura apresentou uma quebra relevante, principalmente no período de seis meses. No que diz respeito à emissão a seis meses, a procura passou de 3,64 para 2,36 (vezes superior à oferta), enquanto a 12 meses registou uma queda de 2,54 para 1,86”, indica David Silva.
O analista da Infinox salienta, ainda assim, que a mais recente emissão tem “o custo mais baixo de sempre” e que esse fator “também poderá explicar a quebra registada na procura dos títulos”.
Aquiles Pinto, 16/09/2020
Partilhar
Comentários 0