Preço das Casas Aumenta 7% no Último Ano;

Preço das Casas Aumenta 7% no Último Ano
O mercado imobiliário nacional não para de surpreender. Ao fim de um ano e meio de restrições à mobilidade, os efeitos nefastos na atividade económica nacional são ainda difíceis de contabilizar.

Os anos de 2020 e 2021 estão repletos de histórias de dificuldades e resiliência, mas também de oportunidades que foram sendo criadas em contraciclo, desafiando a maioria das probabilidades.
Ao encararmos o último trimestre de 2021, os números revelados pela atividade imobiliária em Portugal dão motivos para sorrir a investidores e profissionais que operam no ramo. Numa perspetiva mais abrangente, este é também um aspeto positivo para a economia, resultando na criação de emprego e riqueza para um país que, em plena pandemia, tanto necessita.

Distritos Exemplares

Não será surpresa para a maioria constatar que nem todo o país se move à mesma velocidade no que toca aos montantes praticados na compra e venda de imóveis. No ponto mais extremo desta discrepância destaca-se a compra de casa em Lisboa. Em agosto de 2021 os valores médios praticados fixavam-se nos €585.837.

Montantes em muito impulsionados pelo imobiliário de luxo, resultando numa inflação que se estende a muitos outros distritos do litoral nacional. Em larga medida, as zonas periféricas da cidade replicaram aumentos percentuais que colocam agora a habitação acessível como um oásis.

O reverso da medalha no crescimento do segmento de luxo acaba por se refletir na pressão colocada na restante oferta de imobiliário. Esta regra é tão válida em Lisboa, como em Faro, Porto ou até na Região Autónoma da Madeira, ocupantes dos quatro lugares cimeiros nos preços de venda.

Alternativas aos Preços Elevados

Uma rápida pesquisa por imóveis online resulta em algumas surpresas para aqueles que não estão a par deste progresso. A oferta disponível registou uma subida de preços de cerca de 7.1% em relação ao período homólogo.

Com efeito, há apenas um ano o valor médio de venda em Portugal fixava-se nos €341.145. Atualmente, em €365.264 segundo o mais recente barómetro da plataforma de referência Imovirtual.

Os valores médios arredam, à partida, uma larga maioria da população que se vê assim privada de aceder a uma oferta sustentável e acessível no que respeita à habitação. Infelizmente, neste ponto em particular, os valores da maioria do país não convidam ao conceito até que o mercado disponibilize mais opções.

Apenas distritos como a Guarda observam uma tendência decrescente, com valores médios em redor dos €120.000 a remeter para uma época em que a aquisição de habitação não era tão condicionada pela inacessibilidade. Em determinados cenários, alguns portugueses consideram até mesmo saltar para o outro lado da fronteira em busca de casas mais baratas.

O mercado imobiliário nacional aparenta seguir numa tendência de crescimento incessante. Com cada vez maior dificuldade em encontrar novas casas a preços convidativos nos grandes centros urbanos, muitas famílias são forçadas a ponderar alternativas viáveis.

Neste aspeto, o trabalho remoto veio dar um impulso à repovoação de alguns distritos que foram sendo descaraterizados ao longo das últimas décadas e onde ainda é relativamente barato adquirir casa.

Ainda que o êxodo urbano seja insuficiente para colmatar o desequilíbrio, é um prenúncio do que poderá ser a distribuição de habitantes no futuro, quer ela decorra de forma voluntária ou não.

 

Susana Almeida, 10/09/2021
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