Fundo Vallis vende fábrica de chocolates Imperial;

Alienação deverá estar concluída “nos primeiros meses de 2019”
Fundo Vallis vende fábrica de chocolates Imperial
Manuela Tavares de Sousa, CEO da Imperial
O Fundo Vallis Sustainable Investments I está vendedor da fábrica de chocolates Imperial, cuja totalidade do capital adquiriu em junho de 2015. O processo de venda “está no seu início” e deverá estar concluído “nos primeiros meses de 2019”, confirmou Eduardo Rocha, fundador e presidente executivo do Fundo. A empresa de Vila do Conde, que emprega 219 pessoas e já foi detida pelo grupo RAR, registou um volume de negócios de 34 milhões de euros em 2018, cerca de 30% das quais em 45 mercados internacionais, e prevê crescer para os 36,5 milhões de faturação em 2019.
A empresa de chocolates de Vila do Conde, liderada por Manuela Tavares de Sousa, anunciou esta operação aos seus trabalhadores dias antes do Natal e afixou, inclusive, um edital na fábrica a confirmar a alienação, reservando para mais tarde o nome da entidade adquirente.
Confrontado com estes factos, Eduardo Rocha diz que “não é correta” a informação de que a Imperial foi alienada. Refere que “o que é correto, e foi, de facto, partilhado numa comunicação aos trabalhadores da empresa, por parte do Conselho de Administração, é que o Fundo Vallis Sustainable Investments I está vendedor da sua participada Imperial”.
E fá-lo, “não porque não esteja satisfeito com o desempenho da mesma, muito pelo contrário, mas porque recebeu, no último ano, abordagens no sentido da compra, por parte de investidores nacionais e internacionais, a quem o trajeto de sucesso da empresa não passou despercebido”. Por isso, revela que decidiram “organizar um processo de venda, cujo mandato foi entregue ao Haitong Bank”.
Eduardo Rocha lembra que a atividade da Vallis é a gestão de fundos de investimento, pelo que “é natural que haja um momento de investir, uma trajetória de crescimento e geração de valor da empresa participada e um momento de desinvestir”. No caso da Imperial, esse momento “ocorrerá no quarto ano, permitindo assim remunerar os nossos investidores”. Salvaguarda, contudo, que “é o próprio sucesso do investimento e o notável crescimento da empresa que motiva o ‘timing’ da transação”.
Recorde-se que a Imperial, que assinalou 85 anos de atividade em 2017, inaugurou, justamente nesse ano, em setembro, um nova fábrica com capacidade para três mil toneladas de chocolate/ano, o que representou um investimento de seis milhões de euros. À data da inauguração, Manuela Tavares de Sousa, CEO da empresa, adiantou que “a perspetiva dentro da empresa é de crescimento, pelo que até 2020 devemos estar a faturar 40 milhões de euros”.
Aliás, o facto de  ter sido alvo de “investimentos significativos e recentes numa nova unidade industrial” e de “possuir uma equipa de gestão profissional, bem como a crescente recetividade que os seus produtos têm tido nos mercados internacionais”, é que despoleta esta operação. Eduardo Rocha diz mesmo que é isso que faz com que a “Imperial seja vista pelo mercado, não como um ativo maduro, mas sim como um ‘player’ europeu de respeito no seu setor e com um enorme potencial de crescimento”.
O volume de negócios da Imperial em 2018 foi de 34 milhões de euros, com um EBITDA (resultados antes de impostos e amortizações) de 4,5 milhões. Em 2019, o Fundo Vallis prevê que “a faturação irá crescer para 36,5 milhões de euros”, devendo registar um EBITDA de 5,5 milhões.
TERESA SILVEIRA (teresasilveira@vidaeconomica.pt), 18/01/2019
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