Infinox vê Portugal como base para expansão;

Tiago da Costa Cardoso, responsável regional da corretora para a Península Ibérica, indica
Infinox vê Portugal como base para expansão
A Infinox entrou no mercado português com a abertura de escritório em Lisboa. A corretora britânica, especializada em CFD, vê no nosso país uma base para os objetivos de expansão, de acordo com Tiago da Costa Cardoso, que foi nomeado responsável para a Península Ibérica. “Portugal é visto como um país base para uma expansão mais agressiva nos próximos anos, tanto para a Europa como para o mercado sul-americano”, explica, em entrevista à “Vida Económica”. O mesmo responsável indica que, “apesar de uma regulação mais apertada na Europa, e com o ‘Brexit’ em vias de acontecer, Portugal foi visto como uma oportunidade, não só pelo talento disponível mas também potencial de crescimento que demonstra”.
Vida Económica – O que esteve na base da decisão da abertura de um escritório da Infinox em Portugal?
Tiago da Costa Cardoso – Portugal sempre mostrou ser um país não só avançado em termos de literacia financeira como também sofisticado no que diz respeito aos produtos transacionados, onde cada vez mais investidores procuram alternativas aos produtos tradicionais. Apesar de uma regulação mais apertada na Europa, e com o ‘Brexit’ em vias de acontecer, Portugal foi visto como uma oportunidade, não só pelo talento disponível mas também potencial de crescimento que demonstra. O objetivo da Infinox para 2019 e 2020, para além do lançamento de novos produtos e tecnologia de negociação própria, é também a expansão geográfica, contando já com abertura de sucursais na Índia e Egipto, e África do Sul depois do verão. Portugal é visto como um país base para uma expansão mais agressiva nos próximos anos, tanto para a Europa como para o mercado sul-americano.
VE – Quais os objetivos para a filial portuguesa?
TCC – Numa primeira fase, estabelecer uma presença forte, tanto pela aposta na formação e no desenvolvimento da literacia financeira como pela promoção dos pontos fortes da empresa, nomeadamente pelos custos de transação que chegam a ser 80% mais baratos, comparados com a concorrência nacional, em termos de “spreads”. O potencial de crescimento no país é tremendo, sendo que o facto de toda a equipa da Infinox ter vindo de outras corretoras promove uma elevada credibilidade junto dos potenciais clientes.
 
VE – A operação ibérica será liderada a partir de Portugal? 
TCC – Sim, a operação ibérica irá ser liderada a partir de Lisboa. Essa decisão surge pelo já explicado em cima, com Portugal a ser visto como um país onde os pontos fortes da Infinox irão sem dúvida fazer a diferença, mas também pela oportunidade de contar com uma equipa com muitos anos de experiência no mercado Forex e CFD que trazem um “know-how” e uma credibilidade muito grande.
 
VE – Como compara o investidor português com o europeu?
TCC – Como em tudo, é difícil definir estereótipos, principalmente nesta área. Mas diria que o investidor português é bem mais avançado em termos de literacia financeira comparado com outros países europeus, principalmente as camadas mais jovens, que têm uma maior noção do que é o risco e como transformar esse risco em oportunidades através da negociação de produtos mais sofisticados.
 
VE – E entre os dois países da Península Ibérica, os investidores também têm perfis-tipo diferentes?
TCC – Tenho algum conhecimento do mercado espanhol e diria que a maior diferença não é nos perfis-tipo, ambos são semelhantes ao nível de procurar alternativas aos produtos mais tradicionais. A maior diferença é mesmo ao nível da dimensão do mercado, já que falamos de um país quase cinco vezes maior.
 
VE – A Infinox é britânica. De que forma é que o processo do “Brexit” está e, sobretudo, poderá vir a afetar a atividade da empresa?
TCC – Tal como todos os riscos inerentes ao desenvolvimento dos negócios, para a Infinox, o risco “Brexit”, tem de ser visto não como um risco, mas como uma oportunidade. Um oportunidade para proceder à expansão geográfica, tendo agora uma presença na Europa, sob a regulação da ESMA. Em termos dos fundamentais da empresa, o “Brexit” não vem criar nenhum problema, já que a  nível financeiro a empresa mostra-se forte e encontra-se bastante diversificada geograficamente.
 
VE – E, mais importante ainda, de que forma é que o “Brexit” pode afetar os mercados bolsistas europeu e mundial?
TCC – Fundamentalmente, vai mexer com o comércio internacional (exportações e importações). Empresas que têm algum volume de atividade no Reino Unido vão ser as principais afetadas devido a quebras de receitas com as suas  vendas e/ou serviços. A libra, num cenário de “no deal” [sem acordo], vai ter forte desvalorização numa primeira fase e, posteriormente, vamos ter uma forte recuperação. A economia britânica nesse cenário (“no deal”) vai entrar em receção devido à queda de formação bruta de capital fixo (rubrica que representa novos investimentos).  As cotações atuais dos índices bolsistas já estão a contar com um cenário de no deal por isso não terão para já novos desempenhos negativos.  Num cenário mais otimista – uma saída com acordo – irá ter um impacto consolidativo para aguardar a resposta das empresas referentes às condições acordadas.
 
Aquiles Pinto aquilespinto@vidaeconomica.pt, 16/05/2019
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