Setor privado da Zona Euro cresce menos do que o previsto;

Setor privado da Zona Euro cresce menos do que o previsto
As tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos estão a refletir-se nos setores industrial e dos serviços da região da moeda única. 
O crescimento da atividade do setor privado da Zona Euro acelerou ligeiramente em maio, mas menos do que se esperava. A atividade industrial continua em quebra e ameaça estender-se aos serviços, alerta a Markit. O índice passou de 51,5, em abril, para 51,6 pontos, em maio, com o recuo a dever-se à pouca consistência do segmento industrial.
 
De notar que a atividade industrial no bloco da moeda única está em baixa há quatro meses consecutivos, estando já em terreno de contração. Quanto aos serviços, verificou-se uma descida de 52,8 para 52,5, no âmbito do inquérito realizado junto das empresas. A componente dos novos contratos para exportação nos serviços recuou novamente para 48,1 pontos, o valor mais baixo desde finais de 2014. Sem dúvida que esta situação se prende com as incertezas e os receios crescentes relativamente à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. A Zona Euro também sofre as consequências deste conflito que não tem fim à vista. 
Quanto às duas maiores economias da região do euro, na Alemanha, os setores industrial e dos serviços sofreram uma quebra, em maio, face ao agravamento das tensões comerciais nas últimas semanas. No entanto, os analistas acreditam que o pior poderá já ter passado e que haverá uma melhoria nos próximos tempos. Isto porque a baixa na produção abrandou, o mesmo tendo acontecido com as exportações e as encomendas. Agora, a Alemanha espera uma certa estabilização. Já nos serviços, a tendência verificada foi em sentido contrário. Maio marcou o primeiro mês de quebra, depois de quatro meses consecutivos de aumento. Os industriais são os mais pessimistas quanto às consequências das tensões comerciais.
Em França, a situação pode ser considerada de maior otimismo, com aqueles dois setores de atividade a darem sinais de recuperação. A indústria está acima da fasquia que separa o crescimento da recessão, o que é uma boa notícia, depois de três meses pouco animadores. Nos serviços, foi atingido o nível mais elevado desde novembro, com 51,7 pontos. Os analistas esperavam um valor mais baixo. A França está a contribuir positivamente para o crescimento económico da Zona Euro e a tendência é para que esta situação se mantenha. 
Susana Almeida, 30/05/2019
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