“Queremos ser a Amazon dos produtos e serviços de marketing”;

Sérgio Vieira, cofundador e CEO da 360imprimir, afirma
“Queremos ser a Amazon dos produtos e serviços de marketing”
Sérgio Vieira, cofundador e CEO da 360imprimir, tem por objetivo atingir J100M de faturação até 2021.
A 360impimir acaba de alargar a presença a mais 17 mercados, apesenta um crescimento de 80%, em 2018, face ao ano anterior, pretendendo chegar aos J 35M de faturação, em 2019, e contratar mais 100 pessoas. Em entrevista à Vida Económica, Sérgio Vieira, fundador e CEO da empresa, afirma: “Queremos ser a Amazon dos produtos e serviços de marketing”.
Vida Económica - Preços baixos, qualidade superior e simplificação do processo de produção que permite reduzir custos a 80%. Esta é uma fórmula de sucesso. Como é que tudo isto é feito?
Sérgio Vieira - É feito tendo por base a diferenciação – compreendemos os clientes e damos-lhes a melhor resposta face às necessidades. 
Percebemos desde muito cedo que o grande fator diferenciador seria a tecnologia. A indústria gráfica estava muito associada a preços elevados – tanto maiores quanto menor fosse a necessidade do cliente – e a processos morosos. Foi assim que surgiu o nosso site – www.360imprimir.pt – que consiste numa plataforma tecnológica onde as PME e os empresários em nome individual podem satisfazer todas as necessidades de marketing – para além de mais de 400 produtos impressos personalizáveis –, assim como design de logótipo e de produtos de marketing.
A nossa tecnologia permite-nos tornar todos os pequenos clientes em clientes atrativos para os grandes players da indústria gráfica, que diariamente imprimem para grandes marcas, mas que para o pequeno cliente não conseguem diluir os custos fixos. Ou seja, percebemos que todos os pequenos clientes juntos representavam um grande cliente, capaz de encomendar um grande volume. Esta grande encomenda só é possível graças à tecnologia que, através de um software de agregação inteligente, desenvolvido internamente, assegura aos clientes os preços mais baixos do mercado. Paralelamente, juntamos o facto de o nosso negócio estar assente num modelo fabless (sem capacidade própria).
VE - Quais são os vossos principais mercados e quais as principais áreas de atuação?  
SV - A 360imprimir está presente em 21 países. Consolidámos o negócio em Portugal e Espanha, seguindo-se o Brasil e o México. Recentemente, entrámos em mais 17 mercados – dois na América do Norte e 15 na Europa. Os países onde já operávamos têm maior peso na faturação, mas esperamos que os novos mercados tenham um grande contributo a curto e médio prazo. 
 
VE - Pretendem contratar mais 100 pessoas. Até quando e em que áreas? 
SV - Temos um processo de recrutamento em aberto e, nos próximos 12 meses, queremos aumentar a equipa em 100 pessoas. Estamos a recrutar para os escritórios de Lisboa, Torres Vedras e Braga e o processo de recrutamento incide em pessoas qualificadas na vertente tecnológica – cerca de um terço da equipa são engenheiros de software e pretendemos aumentar a equipa de IT –, aliás, somos um dos principais recrutadores de engenheiros informáticos do país. No entanto, também temos outras posições em áreas como “marketing digital”; “growth”, focada na internacionalização da empresa e no lançamento de novos produtos e serviços; “operations”, posições relacionadas com logística e com todos os procedimentos inerentes à produção; “finance”, departamento responsável por toda a vertente financeira, e “product management”, equipa responsável pela implementação dos projetos da empresa. Todas as posições podem ser consultadas em  www.360imprimir.pt/home/carreiras.
 
Faturação cresceu quase 80%
 
VE - Quais as vossas ambições em termos de faturação, conquista de mercados, mas também de lançamento de serviços inovadores? 
SV - A 360imprimir fechou o ano de 2018 com uma faturação de J 21M, o que representou um crescimento de quase 80% face ao ano anterior. Em 2019 prevemos faturar J 35M. O nosso foco, tendo em conta a entrada em 17 novos mercados, está em atingir o grande objetivo, a médio prazo de faturar J100M, em 2021.
Somos líderes de mercado em Portugal, com 60% de quota do mercado online, com um portefólio que inclui mais de 400 produtos, dentro de sete gamas (pequeno formato, grande formato, carimbos, magnéticos, brindes, têxteis e serviços de design). Uma das nossas prioridades para os próximos três anos consiste no alargamento da gama em 20 mil produtos. Esta nova gama irá incluir produtos como sacos e embalagens e consumíveis associados ao fabrico e à expedição de encomendas, revistas, catálogos, livros e derivados, etiquetas em rolo e algumas sub-gamas de produtos para o canal de restauração e hotelaria. Queremos ser a Amazon dos serviços e produtos de Marketing; ser a primeira opção quando uma empresa pretende adquirir, produzir e criar produtos de comunicação e marketing.
 
VE - Haverá lugar para mais players e de que forma podem ser mais competitivos internacionalmente?
SV - O aumento da concorrência online até deve ser considerado saudável – quando ainda temos mais de 90% do mercado a comprar offline, a existência de outros players é um fator positivo na medida em que permite acelerar a migração do offline para o online. É claro que se trata de um negócio complexo e com barreiras à entrada – e a este fator acresce ainda a importância da escala, que dificulta a sobrevivência dos parceiros pequenos e locais. A concorrência deve ser vista como algo positivo porque nos obriga a ser melhores para mantermos a posição de liderança. 
 
VE - Qual o impacto do sector na economia portuguesa?
SV - O nosso contributo acontece a vários níveis. Neste momento, somos já um grande contribuinte para as exportações – é algo de que nos orgulhamos e queremos ser um exemplo que leve muitas outras empresas a fazê-lo porque é este o caminho para a sustentabilidade da nossa economia. 
É importante que se criem condições para as empresas portuguesas. Atualmente a logística não é competitiva – quando deveria acontecer o inverso –, não temos formação especifica em e-commerce e marketing digital, continuamos erradamente muito focados em taxar a entidade patronal, entre muitas outras condições a trabalhar. Este deveria ser um eixo de atuação política – seja ou não eleitoralmente vendável –, até porque não podemos esquecer que o poder de compra do país, a riqueza, o aumento salarial, e tudo o mais, dependem da força além-fronteiras das nossas empresas.
Já criámos mais de 200 postos de trabalho diretos e fazemos um enorme esforço para manter toda a operação em Portugal. Criámos e continuamos a criar muitos outros postos de trabalho indiretos, através dos nossos parceiros.
A captação de investimento estrangeiro para Portugal é também um fator económico onde nos temos destacado.
Dora Troncão agenda@vidaeconomica.pt, 27/06/2019
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