Voltalia parte de Portugal para a internacionalização;

Empresa francesa mantém estratégia de investimento
Voltalia parte de Portugal para a internacionalização
O CEO da Voltalia, Sébastien Clerc, considera que este é o momento para apostar na energia solar, uma área cada vez mais competitiva e ainda com um grande potencial de crescimento.
A Voltalia, multinacional do setor das energias renováveis com ativos solares, eólicos, biomassa e pequenas hídricas, está a desenvolver um forte investimento no mercado português. O nosso país representa um eixo central na estratégia de internacionalização do grupo, afirmando-se como “base da energia fotovoltaica da Voltalia”, referiu à Vida Económica Sébastien Clerc, CEO da empresa. Presente em Portugal  desde 2016, fruto da aquisição da Martifer Solar, conta com 153  colaboradores em Portugal (num universo de cerca de 550 colaboradores do Grupo Voltalia), tendo como objetivo a expansão geográfica e a diversificação das respetivas atividades.
Portugal tem oportunidades de mercado, sendo que a Voltalia já tem experiência no país enquanto produtor, instalador e operador sobretudo de ativos solares fotovoltaicos. “A empresa está a desenvolver-se internamente, em grande medida devido ao investimento realizado em Portugal. A partir daqui partimos para outros mercados e a Voltalia Portugal funciona como uma base de competências ao nível da engenharia para todo o grupo. Por exemplo, está em curso um projeto importante no Quénia e a equipa responsável pelo mesmo é portuguesa. Para além do negócio propriamente dito, temos a preocupação de formar pessoas nas mais diversas valências, mas com especial foco na área do solar e isso está a ser feito a partir de Portugal”, adiantou Sébastian Clerc.
A Voltalia assume Portugal como o hub solar que dará suporte a todo o Grupo Voltalia. De notar que foi feito um aumento de capital a partir da bolsa de Paris, tendo sido garantidos cerca de 370 milhões de euros e a adesão clara dos principais acionistas, o que é revelador do interesse suscitado junto dos investidores. Quanto ao mercado nacional, a intenção é apostar cada vez mais na atividade dos serviços, Desenvolvimento de projetos, Engenharia, Construção e  O&M (Operação e Manutenção), sendo que a compra da Martifer Solar, em agosto de 2016, foi determinante nesse sentido. “Ainda assim, vamos manter o foco na necessidade de manter a Voltalia uma empresa integrada, que pode ir desde a conceção de um projeto de energia solar até à gestão do respetivo ativo.” Importa ter em conta que a energia fotovoltaica tem ganho peso à eólica dentro do Grupo Voltalia, sobretudo devido ao facto de os custos da primeira serem cada vez mais competitivod, a par de outras vantagens, como a manutenção ou as questões ligados ao espaço que é ocupado.
 
Possível aquisição da Helexia
 
Para se ter a noção da importância do mercado português para a Voltalia, que opera cerca de 90 MW de energia solar em Portugal, está em negociações para adquirir a Helexia. “O objetivo é expandir o portefólio de projetos de energia solar e eficiência energética. Este é um setor em que a competitividade está a aumentar e queremos aumentar nossa presença em todo o mundo, com especial foco nos países emergentes. Já estamos presentes em 20 mercados com escritórios próprios e a avaliar muitas oportunidades noutras geografias, mas queremos ir mais longe de forma sustentada. Nos últimos anos tem-se assistido a uma aposta progressiva nas energias renováveis, mais especificamente na tecnologia solar fotovoltaica. A sua capacidade foi multiplicada em dez vezes numa década, assumindo-se hoje como uma tecnologia de extrema competitividade”, refere Sébastien Clerc. 
A Voltalia produz e comercializa eletricidade gerada por parques solares, eólicos, pequenas hídricas e biomassa. Possui uma capacidade instalada total de 524 MW e vários projetos em fase de construção, sendo que tem já assegurado o atingir 1GW de capacidade própria instalada até 2020. Afirma-se cada vez como uma empresa prestadora de serviços ao auxiliar os seus clientes investidores em ativos na área das renováveis em todos os estágios do projeto. O objetivo, com o mencionado aumento de capital, é conseguir até 2023 uma capacidade instalada ou em construção de 2,6 GW. Trata-se de dobrar a quota de mercado até 2023. Com 1 GW assegurado, o CEO da Voltalia assume que é o momento de a empresa se projetar. Entretanto, será investido capital próprio em vários países, como Marrocos, Egipto, Quénia, Grécia, entre outros. Na sua estratégia conta-se ainda a possibilidade de aquisições, designadamente em regiões onde quer reforçar a sua presença. 
Guilherme Osswald guilherme@vidaeconomica.pt, 11/07/2019
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