eCommerce: necessidade oportunística ou estratégia a longo prazo?;

eCommerce: necessidade oportunística ou estratégia a longo prazo?
O eCommerce está a registar um acentuado crescimento, claramente impulsionado pela pandemia. Num cenário de restrições como o que vivemos, na verdade para muitos consumidores não há outro canal alternativo para adquirir determinados produtos ou serviços. Do lado das empresas, o eCommerce para muitas tornou-se numa espécie de bóia de salvação no que à sua sobrevivência diz respeito.

Contudo, para lá de hoje em dia ser quase como que "um must" nas nossas vidas, o que é um facto é que a pandemia veio tornar ainda mais evidentes os benefícios do eCommerce na ótica do consumidor.
Para que o eCommerce possa crescer de forma sustentada e para que não seja apenas um fenómeno oportunistico devido às circunstâncias, é importante que conheçamos qual o perfil deste consumidor e o que valoriza mais quando compra online.

Qual o perfil do consumidor que compra online?

Segundo o estudo eCommerce 2020 publicado pelos CTT, o comprador online português em termos de faixas etárias é composto pelo o grupo 25-44 anos (56,1%) que é predominante, tendo o grupo 45-54 aumentado a sua participação (21,2%). O perfil escolar e o rendimento dos ebuyers é superior à média nacional. O Facebook continua a ser a rede social mais utilizada, mas o crescimento é mais relevante no Instagram e no Twitter. As categorias de produtos mais compradas online em 2020 são vestuário e calçado, produtos eletrónica e tecnologia, livros e filmes, produtos para o lar, higiene e cosmética.

O que mais valorizam os clientes quando compram online?

Os consumidores compram online porque percecionam benefícios como a conveniência, a poupança de custos devido à existência de incentivos à compra online, a poupança de tempo ou mesmo uma maior variedade de produtos disponibilizada quando o cenário é comparado com as formas mais
tradicionais de comprar.
Estes benefícios são ainda mais ampliados quando estamos a falar de mCommerce, isto é a compra online num site ou aplicação através de dispositivos móveis. Com o mobile o consumidor pode obter informação conveniente, personalizada e
pode ter benefícios baseados na localização quando procura informação que o ajude a tomar uma decisão relacionada com a compra.
O mCommerce permite, por exemplo, que o os consumidores recebam recomendações que são baseadas na sua localização. Um dos exemplos é por exemplo a aplicação do Uber Eats que nos faz recomendações de restaurantes e aplica promoções consoante a nossa localização geográfica.

As empresas que queiram verdadeiramente encarar o eCommerce como modelo de negócio terão que estar atentas a estes aspetos. Aproveitar os dados deixados pelos clientes e analisar. Perceber o que valorizam, qual a sua jornada de compra online. Sabendo que a conveniência, a existência de variedade e de promoções personalizadas, como por exemplo, as baseadas em localização, os negócios que melhor endereçarem estes benefícios percebidos melhor posicionados estarão para terem sucesso neste canal a longo prazo, muito para lá da necessidade que a pandemia impôs temporariamente.





Carolina Afonso e Sandra Alvarez – Coordenadoras do Programa Executivo “eCommerce Management” do ISEG Executive Education, 27/01/2021
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