Empresas europeias aumentam o interesse pelos mercados asiáticos;

Xangai, Hong-Kong e Singapura mas não só
Empresas europeias aumentam o interesse pelos mercados asiáticos
Para facilitar o desenvolvimento e crescimento dos negócios nos países asiáticos, a escolha da cidade de onde partir é de uma importância fundamental.
Após identificar os motivos que levam a empresa a internacionalizar-se, o novo mercado a ser conquistado e o produto  ou serviço a ser promovido, o último aspeto que os gestores e empresários devem considerar é o canal de entrada. Uma primeira seleção pode ser feita com base no nível de capital e recursos que a empresa deve utilizar: feiras, agentes, distribuidores e filiais são as principais alternativas. Mas escolher apenas os canais certos não é suficiente para garantir o sucesso. A escolha do local certo é importante.
Portanto, vale a pena pensarmos nas principais metrópoles asiáticas que já acolheram (e muito provavelmente continuarão a acolher) os planos de expansão de empresas europeias na Ásia.
Especificamente, os principais mercados escolhidos para a presença em feiras, instalação de um escritório regional ou, em num estágio mais avançado, a constituição de filiais, são Hong-Kong, Xangai e Singapura. Nos últimos 50 anos, a maioria das empresas optou por estabelecer o escritório regional de vendas da região  Ásia-Pacífico em Hong-Kong, muito devido à localização geográfica estratégica: a cerca de 4 horas de avião das principais capitais asiáticas (Tóquio, Seul, Singapura) e a 2 horas de Xangai.
Hong-Kong é uma região administrativa especial da República Popular da China. Foi uma colónia inglesa durante mais de 100 anos e, é uma cidade pronta para receber novas empresas, rápida na incorporação de estruturas corporativas e acima de tudo, aberta e habituada ao fluxo contínuo de expatriados: enfim, está praticamente na China, mas goza de uma série de autorizações especiais (tributação, taxas, vistos) e vantagens operacionais muito atrativas para a presença e retenção de talento.
No seu dia a dia, percebe-se uma forte influência europeia e, graças às políticas governamentais, Hong-Kong tornou-se ao longo dos anos o epicentro asiático de inúmeras multinacionais europeias. No entanto, devido à recente instabilidade política e aos contínuos protestos contra o Governo pela gestão do processo de integração de Hong-Kong no sistema chinês, uma nova tendência tem sido a saída de capitais e recursos da cidade, registando-se uma migração contínua de escritórios regionais para Xangai ou Singapura.
Xangai é o primeiro centro empresarial da China, e representa a escolha certa se a empresa deseja focar-se neste país. Mas as barreiras à entrada de novas empresas são inúmeras do ponto de vista burocrático e sobretudo o fosso cultural é maior: o aspecto linguístico em primeiro lugar (o conhecimento do mandarim é necessário até para cargos de nível médio); também é certamente mais chocante o impacto para a sede europeia no recrutamento de talentos locais, ou para os expatriados na adaptação aos costumes e hábitos chineses. Com o recente fluxo de migração das sedes regionais de Hong-Kong, certamente veremos uma maior abertura do Governo chinês a atrair novos talentos.
Finalmente, as empresas podem optar por Singapura como sua sede regional se a estratégia visar expandir principalmente no Sudeste Asiático (uma região com uma forte taxa de crescimento de 6,4% ao ano), penetrando em mercados já maduros, como Indonésia, Malásia e Tailândia, ou em processo de afirmação, como Vietname, Laos e Camboja. Singapura é uma jovem cidade-estado com forte estabilidade política, basta pensar-se no fundador do PAP (Partido de Ação Popular) que sempre governou a região.
Singapura também tem uma forte influência anglo-saxónica e, apesar de a língua oficial ser o malaio, todos (absolutamente todos) falam inglês de forma fluente. Por natureza, a cidade está aberta ao investimento estrangeiro e a constituição de uma empresa é rápida e fácil, com 1 euro de capital mínimo obrigatório e cerca de uma semana para concluir o proceso. Os expatriados representam mais de 25% da população, formando um verdadeiro caldeirão de ocidentais, do Oriente Médio e chineses.
Na região da Ásia-Pacífico, seguindo os modelos de exportação e distribuição regional, as empresas geralmente procuram aumentar a participação de mercado em países com PIB per capita mais alto, como Japão, Coreia e Austrália. Em suma, internacionalizar na Ásia não é uma ciência perfeita, não existe um caminho preestabelecido e um roteiro padronizado, nem uma receita única que garanta o sucesso no mercado.
No entanto, para facilitar o processo de desenvolvimento empresarial e o potencial de crescimento em todo o território, a escolha da cidade de onde partir e estabelecer o escritório regional para gerir a estratégia de toda a região é extremamente importante. A combinação de dinâmicas socioeconómicas, tendências do setor e do mercado de referência, gestão com experiência na área e, também, um pouco de intuição e sorte é a combinação certa de fatores que as empresas europeias devem considerar ao partir para o exterior.
Mirko Zenga Representante de empresas na Ásia com wegrowasia.com., 25/06/2021
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