Comprar casa em 2023;

Na base da questão que me é dirigida está sempre a incerteza do contexto que vivemos, o aumento da inflação e das taxas de juro, que pode provocar alterações na economia e, como consequência, no setor imobiliário.
Embora não possamos prever com total assertividade o futuro, podemos sempre retirar alguma lição das crises económicas, financeiras ou sanitárias anteriores, e utilizá-las no contexto atual, no que diz respeito à compra de um imóvel.  
 Na minha resposta uso sempre a experiência e o conhecimento neste mercado. Já são quase 25 anos de presença e conhecimento do mercado imobiliário português, entre tantos ciclos económicos e sociais distintos, motivados por diferentes causas, com ajustes mais ou menos acentuados.
 Esta experiência dá-nos a confiança para perceber que, perante um cenário de incerteza, é natural existir um período de algum arrefecimento. Além desta certeza, temos outra, a que esse arrefecimento irá certamente provocar ajustes de preço. Mas também é praticamente certo que, em alguns imóveis e localidades, não seja expectável quedas de preço, como nos centros de grandes cidades, localizações privilegiada e imóveis destinados ao segmento alto.
 A resposta do mercado será, contudo, alterada a partir do momento em que as empresas e as pessoas tiverem a consciência do teto máximo a que podem chegar efetivamente as taxas de juro. Nesse momento começará aquilo a que posso apelidar de “período de ajuste” e que irá caracterizar o ano de 2023. Ajuste para as empresas, para a banca e para os clientes.  
 À data de hoje, e apesar de um natural ligeiro decréscimo dos clientes compradores, a realidade é que os números não pintam, até agora, um cenário tão negro quanto aquele que vemos espelhado nas notícias.  Quer isto dizer que, mesmo já antevendo um mercado mais desafiante em 2023 com alterações no padrão de procura, o mercado continuará a funcionar.
Não esqueçamos que Portugal continua na mira do investimento, tem preços competitivos comparando com alguns mercados europeus, e com uma qualidade de vida claramente reconhecida. Não nos podemos esquecer também que há novos hábitos de trabalho, e muitas pessoas decidiram mudar-se para fora das zonas urbanas, onde as oportunidades são imensas.  
 Se a aquisição de um imóvel for para investimento, vale sempre a pena comprar, em 2023 e nos anos seguintes.  O imobiliário sempre foi e continuará a ser um investimento seguro. Há várias oportunidades no mercado e podem aparecer mais ainda, assim como existem várias formas de rentabilizar o investimento, além da sua valorização natural, a médio e longo prazo. Se a intenção for investir para segunda habitação, que pode ser casa de férias ou para rentabilização através de aluguer de curto ou médio prazo, aplica-se a mesma regra. Vale sempre a pena, dependendo do local e do produto.
 Por fim, se a aquisição for para habitação própria permanente, é importante ter em conta a capacidade financeira para fazer face ao serviço da divida, num contexto de subida de taxas de juro e até estabilizarem e terem o esperado efeito na inflação.
Neste ponto, o papel da intermediação de crédito que a ERA pode prestar aos seus clientes poderá ser um fator diferenciador na obtenção de propostas de crédito à habitação mais competitivas. A compra de um imóvel fora dos grandes centros urbanos poderá ser uma boa opção na medida em que existem cada vez mais oportunidades a preços mais competitivos e com uma excelente qualidade de construção.
Em qualquer dos casos, continuo a afirmar que vale a pena comprar, e ser bem acompanhado faz muita diferença. É para isso que as imobiliárias servem, para ajudar os seus clientes a encontrarem as melhores soluções para as suas necessidades habitacionais ou de investimento, tendo todas estas características e contexto em análise. É por isso que cá andamos há tantos anos e já ultrapassámos tantos ciclos económicos diferentes.  
Não prevendo um cenário igual ao que temos vivido, continuo confiante de que vale a pena comprar casa em 2023.