Rock in Rio tem impacto económico de 63 milhões de euros e gera nove mil empregos;

Roberta Medina em entrevista à “Vida Económica”
Rock in Rio tem impacto económico de 63 milhões de euros e gera nove mil empregos
“A internacionalização em 2004 para Lisboa, depois para Madrid e o ano passado para Las Vegas vem cimentar a posição do Rock in Rio como o maior evento de música e entretenimento do mundo”, afirma Roberta Medina.
Segundo a responsável pela organização do Rock in Rio, cada edição tem um impacto aproximado de 63 milhões de euros na economia portuguesa e gera cerca de nove mil empregos diretos e indiretos.
A próxima edição do Rock in Rio-Lisboa espera receber mais de 300 mil pessoas. O Santander Totta e a Samsung associam-se, pela primeira vez, ao evento.
A edição deste ano apresenta um projeto global: o Amazonia Live.
 
Vida Económica – O Rock in Rio-Lisboa é já ícone do mundo do espetáculo. A que se deve tal facto?
 
Roberta Medina - O Rock in Rio já nasceu com a vontade de ser grande. Na primeira edição, em 1985, o evento tinha como objetivo mostrar que era possível unir pessoas de tribos diferentes em paz e harmonia usando a música como motivação e, ao mesmo tempo, promover o Rio de Janeiro como destino turístico. 
Não era comum ver bandas como os Queen ou Rod Stewart no Brasil mas estiveram no Rock in Rio. O país estava a sair de uma ditadura e o evento tornou-se uma bandeira de liberdade de expressão e de uma juventude forte, bem como um símbolo para o Brasil. Nasce de um sonho de um publicitário e sempre tem vindo a crescer. 
A internacionalização em 2004 para Lisboa, depois para Madrid e o ano passado para Las Vegas vem cimentar a posição do Rock in Rio como o maior evento de música e entretenimento do mundo, presente em quatro países e com três décadas de história.
A entrega de uma Cidade do Rock com infraestruturas de primeira classe, com diversidade de atrações, segurança, limpeza, um “line up” estrelar com muitos dos artistas de maior notoriedade no mundo, com um projeto de comunicação extremamente sofisticado, inovação constante nos conteúdos e na experiência que oferece e muito trabalho e dedicação é o que fazem do Rock in Rio um ícone no mundo do entretenimento e da música.
 
VE – Quais são as principais novidades da edição deste ano?
 
RM - Continuamos a contar com uma Cidade do Rock cada vez mais bonita, com melhores infraestruturas e serviços, com muitas atividades e muita música boa. 
As infraestruturas foram pensadas para melhorar a experiência do público. Desde logo vamos ter uma piscina na Eletrónica para receber todos os dias “pool parties”, bem ao estilo de Las Vegas. A própria Eletrónica vai ser renovada com uma dance floor maior e mais intimista. A Área VIP também apresenta novidades, inserida na beleza natural do Parque da Bela Vista, com uma varanda maior e uma tela transparente para que todos possam ver o fogo-de-artifício e o Palco Mundo. Depois vamos ter grandes espectáculos. A EDP Rock Street tem como tema o Brasil e vai ter samba, suingue, capoeira, chorinho, a Baiana a distribuir fitinhas do Bonfim, muita animação e os maiores clássicos da música brasileira. 
E vamos trazer o Musical do Rock in Rio que esteve nos teatros do Rio de Janeiro e São Paulo para contar a história dos 30 anos do maior evento de música e entretenimento do mundo. Vai abrir o Palco Mundo todos os dias com os maiores hits que passaram pela Cidade do Rock!
 
VE – Em termos de bilheteira e bandas participantes, para que números se aponta?
 
RM - Esperamos manter a média de público das últimas edições, isto é mais de 300 mil pessoas. Vamos ter mais de 100 shows nos vários palcos: Palco Mundo, Palco Vodafone, Eletrónica, Pool Parties, Street Dance e EDP Rock Street.
 
VE  – Há marcas, como por exemplo a Vodafone, mas outras também, que surgem ano após ano ligadas ao evento. Porquê?
 
RM - Felizmente, temos marcas parceiras que estão connosco desde sempre, isso é sinal de que juntos temos vindo a atingir bons resultados. 
A Vodafone está connosco desde o início, como patrocinadora oficial, e quando surgiu a oportunidade de se tornar patrocinador principal não hesitou! Tal como a Pepsi (através da Sumol & Compal Company), que está connosco desde 2004. O Continente e a Samsung já tinham parcerias connosco antes de se assumirem como patrocinadores oficiais. A EDP renovou o patrocínio e tem uma característica única: é o único patrocinador global presente também no Rio de Janeiro e em Las Vegas. O Santander Totta e a Samsung são as únicas marcas novas. Ambas se identificam muito bem com o Rock in Rio e têm sido relações muito produtivas. No caso do Santander Totta, é uma experiência nova para eles – a aposta na música – e estamos muito entusiasmados. Temos ainda a Super Bock, que será a cerveja oficial e que é uma marca portuguesa muito presente na música. Certamente serão marcas que irão promover boas experiências ao público.
Na seleção das marcas parceiras é essencial que elas se identifiquem com o público e que queiram interagir com ele. 
 
VE – Quais são os custos do evento e de que forma se repartem as receitas, desde bilheteira e patrocínios de empresas?
 
RM - Esta edição do Rock in Rio-Lisboa volta a ter um orçamento a rondar os 25 milhões de euros, sendo que 50% corresponde ao investimento das marcas parceiras.
 
VE  – De que forma se repercute na atividade económica a realização deste evento?
 
RM - Um estudo da Universidade Católica feito em 2010 chegou à conclusão de que cada edição do Rock in Rio gera um impacto económico de cerca de 63 milhões de euros para a economia portuguesa. A cada edição são gerados cerca de nove mil empregos diretos e indiretos. Sem falarmos nos impactos gerados no crescimento do setor nos últimos 12 anos. Um produto de sucesso cria oportunidade para mais produtos no segmento terem crescimento, penso que foi o que aconteceu na área da música com a chegada do Rock in Rio a Portugal.
 
VE – Que mensagem gostaria de transmitir?
 
RM - Convidar a todos a virem participar desta superfesta que é o Rock in Rio! Vai ser mais uma grande edição. Uma festa para toda a família, para os amigos, para todos os gostos, tem vários estilos dentro do mesmo evento. É rock, é pop, é indie, é samba, capoeira, com formatos novos de entretenimento como o Rock in Rio – O Musical, que vai mostrar a história destes 30 anos de evento com cerca de 40 bailarinos e muitos hits que animaram as quatro Cidades do Rock. 
Este ano temos também uma diferente oferta gastronómica reforçada com a inclusão de cozinha de autor de quatro conceituados “chefs” nacionais. Vamos ter “pool parties” a animar o final de tarde na Eletrónica, uma novidade em Portugal. E, claro, grandes bandas e artistas de hits para o público cantar e vibrar da primeira à última música!



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VIRGÍLIO FERREIRA virgilio@vidaeconomica.pt, 12/05/2016
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