Santander e Millennium bcp reduzem crédito às empresas em mais de 800 milhões;

O Santander e o Millennium bcp estão a reduzir o crédito às empresas, Em 2022 a carteira de crédito no segmento das empresas diminuiu mais de 800 milhões de euros. Os dois maiores bancos privados cortaram cerca de 400 milhões de euros cada um no financiamento ao setor produtivo, preferindo aumentar o financiamento as famílias através do crédito à habitação.
Desde 2017 os dois bancos retiraram maus de 3600 milhões de euros de crédito ao setor produtivo, mas a evolução da atividade têm sido diferente nas duas instituições.
O Santander tinha no final de 2017 um total de 19 125 milhões de euros de crédito às empresas sendo na altura o maior financiador do investimento produtivo.
Desde então tem vindo a reduzir o crédito às empresas. Ao longo dos últimos cinco anos a contração de crédito às empresas até ao valor atual de 15.421 milhões de euros. Em cinco anos o Santander retirou 3.700 milhões de euros no financiamento as empresas, apostando mais no crédito às famílias. O crédito às empresas representa agora 35,6% da carteira total de crédito quando em 2017 significava 46,2% do crédito concedido.
O Millennium bcp reduziu em 2022 o crédito às empresas em 2,1%, invertendo um ciclo de subida que conduziu a primeira posição no financiamento do setor produtivo, ultrapassando o Santander, e a CGD.
Em 2017 o Millennium bcp tinha 18.863 milhões de euros em crédito às empresas. No final de 2022 a carteiro de crédito às empresas atingiu 18.955 milhões de euros. Em 5 anos o financiamento das empresas teve uma subida ligeira de 92 milhões de euros mas o peso nas empresas no total do crédito concedido diminuiu de 49,6% para 47.2%.
Neste período o Santander perdeu quota de mercado para o Millennium bcp e para a generalidade dos bancos, mas continua a ser o banco privado com maior carteira de crédito concedido.

Menus crédito bancário para investimento
Ao contrário do Santander e do millennium bcp o BPi e mesmo o novo banco estão a aumentar o financiamento das empresas mas como a sua quota de mercado é inferior há uma redução efetiva do crédito concedido.
 A redução do financiamento das empresas nos dois maiores bancos pode ser uma das causas do baixo nível de investimento no nosso país em comparação com a Zona Euro.
Ao concentrar o crédito na compra de imóveis em detrimento do financiamento das empresas os bancos podem achar que o risco é inferior mas aumentam a sua exposição na vertente do imobiliário.
Não podemos esquecer que apesar de se tratar de bens de longa duração a compra  de imóveis de habitação é consumo e não gera rendimento ao contrário do que acontece com o investimento produtivo.
Por outro lado, Portugal já atingiu um nível muito alto de famílias proprietárias de habitação compradas com crédito hipotecário o que limita o crescimento do crédito nesta vertente e aumenta os riscos no atual contexto de subida das taxas de juro.