Surf Out Portugal debate o futuro da modalidade;

Surf Out Portugal debate o futuro da modalidade
Sobre o mote ‘Surf à vista’, a vai reunir, pela primeira vez, os principais intervenientes do setor do surf e os amantes deste desporto e estilo de vida num evento que vai decorrer nos dias , na (FIARTIL). O evento será composto por duas vertentes: a exposição dos melhores produtos e serviços do setor, com a história por detrás das marcas, e um programa de conversas sobre a atualidade e o futuro do setor.

Para Salvador Stilwell “nunca o surf no nosso país, passou por um momento tão positivo em termos de popularidade, mediatismo e alcance”. E dada a própria dimensão que já alcançou como desporto, “faz todo o sentido a existência de um evento nestes moldes”, salienta um dos organizadores do evento. Por isso mesmo, os irmãos Stilwell (Salvador e Patrick), juntaram a paixão pelo surf à experiência profissional e know-how noutros setores, para desenvolver este evento agregador e debater a evolução futura da indústria do surf em Portugal.
Patrick Stilwell, acredita que este é um “setor estratégico para o país”. Porém, até agora, o surf em Portugal tem sido “capitalizado essencialmente através de duas dimensões distintivas. Uma delas, é o potencial turístico dada a nossa localização geográfica, qualidade e diversidade de ondas nos permite explorar”. Exemplo disso é onda gigante da Nazaré que passou nos ecrãs de Times Square, em Nova Iorque, e foi partilhado pelo mundo fora. Outro dos eixos, é a promoção de Portugal por via dos atletas de alta competição.
“Este tem sido um trabalho de longo curso, e feito por várias entidades, na criação das estruturas que permitam que os nossos surfistas possam chegar e brilhar no topo”. O responsável afirma ainda que “temos as condições para crescer numa terceira dimensão, na aposta da indústria (empresas, marcas e profissionais do setor) como ativo de grande potencial económico para o país”. Para isso é necessário desenvolver um conjunto de medidas, tais como a “criação de um ecossistema funcional que permita que as marcas tenham acesso a mais ferramentas de inovação, de gestão, criatividade e financiamento. É necessário mais diálogo e entendimento entre os incumbentes e oferecer melhores expectativas, para o talento profissional possa olhar para o mercado do surf como uma área de interesse para investir o seu tempo e dinheiro”, reforçam os dois irmãos.
Segundo os organizadores, Portugal têm hoje mais de “200 mil surfistas”, espalhados um pouco por todo o país e ilhas. E “muitos milhares vêm de outros países”. “Portugal já aparece como um dos destinos principais de surf a nível mundial e também já consta nos principais roteiros europeus do surf”.
Embora não existam dados concretos sobre quanto vale esta modalidade em Portugal, há uma série de estudos que nos permitem quantificar alguns pontos fundamentais, como o impacto do surf em Portugal que já em 2012 a Associação Nacional de Surfistas avançava ser de mais 400 milhões de euros. Não obstante, “o valor ao dia de hoje é bem superior”, reforça Patrick Stilwell.
De acordo com a World Surf League, em 2014 a etapa portuguesa do circuito mundial de surf, que decorreu em Peniche, teve um impacto económico direto de 15 milhões de euros, mais 46 milhões de retorno mediático, consequência de uma audiência global de 300 milhões de pessoas. Segundo um estudo da Fundação Gulbenkian, entre 2011 e 2014, o impacto mediático das ondas gigantes gerou um retorno económico direto superior a 10 milhões de euros. Mas a atratividade deste setor comprova-se também por outros números, tais como os dados de 2017 do Registo Nacional de Agentes de Animação Turística (RNAAT), quando a secretaria de Estado do Turismo revelou que já existem 611 empresas a trabalhar neste setor.
 
FERNANDA SILVA TEIXEIRA ferandateixeira@vidaeconomica.pt, 06/09/2018
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