Tendências e desafios da tecnologia em 2023;

Tendências e desafios da tecnologia em 2023
Nuno Archer, CEO Winsig
As tendências tecnológicas são fundamentais para entender o rumo que a sociedade está a tomar e, por isso, são cada vez mais importantes para a tomada de decisão nas empresas. Neste artigo, apresento algumas das tendências tecnológicas que devem marcar o próximo ano e como estas nos vão impactar. Entre elas estão a automação e digitalização de processos, a atração e retenção de talento e a cibersegurança.

Automação e digitalização de processos

A adoção de boas práticas é crítica para a melhoria da produtividade nas empresas. Se digitalizarmos processos ineficientes, o ganho obtido é muito reduzido. É fundamental aproveitar as oportunidades que a digitalização permite para revisitar processos e alterar a forma como os fazemos. Em 2023, o formato de comunicação de faturas à Administração Pública será um standard obrigatório. O nome desse formato é CIUS-PT: basicamente, é um formato estruturado onde se reflete o conteúdo completo de uma fatura – cabeçalho e linhas. Esse formato deverá ser adotado generalizadamente pelo mercado e como forma standard de troca de informação entre as empresas. Assim, conseguiremos ultrapassar a situação ridícula que temos atualmente, onde todas as empresas têm sistemas de faturação certificados, mas as faturas são enviadas em papel ou em PDF – que são formatos que não permitem um tratamento automatizado pela entidade que recebe esses documentos. Com a adoção generalizada do CIUS-PT esta troca de informação será muito mais ágil e eficiente e, finalmente, será substituído o velhinho PDF e o ainda mais velhinho papel. Todos os softwares certificados permitem a emissão neste formato, portanto não há desculpas para não se adotar este novo processo.

Atração e retenção de talento

A concorrência nesta área aumentou fortemente ao longo dos últimos dois anos. A pandemia veio provar que o trabalho remoto é possível e sua utilização intensiva foi alargada a muitas empresas nos mais variados setores. As equipas de IT habituaram-se a trabalhar neste regime e, desta forma, o local onde o recurso se encontra passou a ser menos relevante. Os empregadores potenciais para os recursos humanos portugueses alargam-se de forma exponencial e esta mudança veio para ficar.
As empresas portuguesas têm de se preparar para este novo desafio. A gestão do talento contempla vertentes fundamentais, para além da remuneração. O fazer parte de uma equipa, ter um propósito, sentir que a empresa é um local colaborativo onde existem reais oportunidades de evolução e onde a aprendizagem é permanente são fatores-chave na retenção de talento. Pertencer a uma empresa ética, que defende valores de equidade e de sustentabilidade, são fatores importantes na escolha do futuro local de trabalho da nova geração de estudantes que concluem agora os seus estudos.
A coerência é outro vetor importante, a realidade tem de acompanhar os valores promovidos – “Walk the talK”.
O software de gestão de recursos humanos das empresas deve acompanhar esta nova realidade e alargar o seu âmbito para além do mero processamento salarial.

Cibersegurança

O tema da cibersegurança continuará presente nas manchetes dos noticiários. Com cada vez mais informação digitalizada, os ciberataques passaram a ser um negócio apetecível e todas as organizações são suscetíveis de serem atacadas.
A cibersegurança inclui uma variedade de práticas e tecnologias, como firewalls, criptografia, autenticação de usuário, atualizações de software e políticas de segurança. Também pode envolver ações de prevenção, deteção e resposta a ameaças cibernéticas. Os hackers passaram não só a apoderar-se e a encriptar os dados das empresas, mas também a ameaçar divulgar essas informações publicamente.
Apenas bloquear dados não tem o mesmo efeito do que divulgá-los para o mundo e os hackers, ao aperceberem-se desse facto, começaram a ameaçar tornar esses dados públicos na World Wide Web.
Uma forma de mitigar o acesso externo aos dados sensíveis das empresas passa pela formação e informação dos colaboradores das empresas, pela proteção dos postos de trabalho, bem como por manter o software de gestão atualizado. Devem estar atentos aos e-mails de phishing, mensagens escritas, plataformas web de envio e receção de mensagens e, mais recentemente, aos telefonemas que replicam a voz dos CEO e gestores das empresas.
A correta gestão dos backups é a melhor forma de permitir a existência dum plano B, no caso de um ciberataque bem-sucedido.
A utilização de data centers especializados nestes temas é uma forma de as PME portuguesas poderem proteger-se. Não resolve o problema a 100%, mas reduz o risco drasticamente, pois são entidades especializadas que têm melhores aptidões para evitarem este tipo de ataques.
Susana Almeida, 30/12/2022
Partilhar
Comentários 0