Renault revela plano de cortes que vai custar 15 mil empregos;

Foco na rentabilidade
Renault revela plano de cortes que vai custar 15 mil empregos
Jean-Dominique Senard e Clotilde Delbos.
A Renault apresentou um plano de transformação a três anos com com o objetivo obter poupanças anuais superiores a dois mil milhões de euros, relançando as bases para uma melhoria da competitividade.  O projeto de ajustamento dos efetivos terá por base medidas de reconversão, de mobilidade interna e de saídas voluntárias e terá um custo de 1,2 mil milhões de euros. Ao todo serão perto de 15 mil empregos cortados em todo o mundo, 4600 dos quais em França.
O grupo Renault pretende, então, ajustar os seus efetivos, “mas compromete-se a que tal seja feito através de um diálogo exemplar com os parceiros sociais e as autoridades locais”.

As dificuldades da situação do grupo, a crise excecional que atravessa a indústria automóvel provocada pela pandemia de Covid-19 e a urgência ligada à transição ecológica, são os imperativos que levam a empresa a acelerar a sua transformação. “A rentabilidade em vez de volumes, sem prejuízo do plano de lançamentos será tido em atenção”, avançou na conferência de imprensa, Clotilde Delbos, diretora financeira da Renault e CEO interina, enquanto Luca de Meo não assume funções de CEO da marca, o que ocorrerá a 1 de julho.

Fábrica portuguesa deverá manter-se

A marca não dá detalhes ainda sobre a forma como os cortes irão afetar a operação do construtor à escala mundial. Em França, o plano articula-se em torno de polos de atividades estratégicas para o futuro: os veículos elétricos, os veículos comerciais ligeiros, a economia circular e a inovação de grande valor acrescentado.  Das 14 unidades industriais do construtor em território gaulês, três deverão fechar.

Fora de França, não deverá haver encerramentos de fábricas. Recorde-se que o construtor é um grande empregador em Portugal e tem presença industrial em Aveiro (Cacia), onde produz caixas de velocidades e outros componentes para motores de automóveis da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

“Haverá muito poucas fábricas a serem encerradas. O único exemplo é Choisi-Le-Roi, que será, na verdade, ser transferido para Flins [ammas em França]. Portanto, não vamos simplesmente fechar a fábrica e acabar com todos os emprego aí. Portanto, há uma estratégia a implementar em todas as unidades fabris, pelo que, nem em França nem em outros países, à parte do exemplo que dei, não haverá encerramentos de fábricas”, indica Clotilde Delbos,

“Tenho toda a confiança nas nossas capacidades e pontos fortes, nos nossos valores e na direção da empresa para levar a cabo esta necessária transformação e para elevar, através deste plano, o valor do nosso Grupo. As evoluções projetadas são fundamentais para assegurar a perenidade da empresa e o seu desenvolvimento a longo prazo. Será coletivamente, e com o apoio dos nossos parceiros da Aliança, que seremos capazes de atingir os nossos objetivos e de fazer do grupo Renault um ator principal na indústria automóvel, nos próximos anos. Temos plena consciência da nossa responsabilidade, e a transformação apenas poderá ser atingida respeitando todas as entidades do grupo e no quadro de um diálogo social exemplar”, disse Jean-Dominique Senard, presidente do conselho de administração da Renault.


Aquiles Pinto, 29/05/2020
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