O planeamento estratégico na empresa familiar;

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES
O planeamento estratégico na empresa familiar
O planeamento estratégico numa empresa familiar é um exercício e uma ferramenta que deve ser desenvolvida e devidamente explorada, mesmo que de uma forma mais simplista e ajustada a pequenos negócios. 
 
No essencial, deve definir onde se deseja ver o negócio num determinado futuro, em especial de longo prazo, identificando e apresentando objetivos claros e mensuráveis, em que eixos fundamentais este deve desenvolver as suas capacidades comparativas e, muito importante, incorporando a visão e os valores da família empresária.
O estudo “Global family business survey 2019” desenvolvido pela Deloitte, em 2019, questionou os participantes sobre a existência de um plano estratégico nas suas empresas familiares. As respostas salientaram que:
  • 89% possuem um plano estratégico definido, sendo que é formal em 53% dos casos e informal em 36%;
  • Somente 10% reconhecem não ter este instrumento orientador. 
O plano estratégico, ao ser aprovado pelos acionistas da empresa, assume-se como um guia orientador dos seus gestores e um instrumento que permite clarificar as expectativas dos primeiros, medir a performance dos segundos e, consequentemente, avaliar a vantagem de assegurar continuidade do negócio em mãos da família empresária.
 
A Sogrape Vinhos nasceu em 1942, da ousadia de um grupo de amigos que decidiram apostar no talento do visionário Fernando van Zeller Guedes para criar e desenvolver uma empresa de vinhos diferente, inovadora, capaz de divulgar e impor os vinhos portugueses nos mercados internacionais.
A capacidade de ver primeiro e mais longe levou à criação da primeira marca portuguesa de vinhos global – Mateus Rosé –, que resultou num sucesso comercial global e impulsionou a empresa ao conglomerado internacional atual.
No relatório de contas de 2018, sobressai a existência de um planeamento estratégico de longo prazo, condizente com o seu carácter familiar, onde o futuro surge sob o lema “Cumprir e Reinventar-se” e suporta-se nos eixos estratégicos: 
  • Crescimento Sustentável: crescimento do negócio de forma orgânica e por aquisição, mas sempre privilegiando a rentabilidade e longevidade do negócio.
  • Focalização: definição de prioridades e focalização de recursos permitindo alcançar um impacto relevante. Focalização em 2 origens, 5 marcas, 5 clusters de mercados prioritários e na geração de valor para o cliente.
  • Eficiência: organização ágil, alinhada e eficiente, libertando recursos humanos e financeiros para atividades com impacto no negócio.
Daqui a uns anos será possível avaliar o resultado deste posicionamento e o seu impacto nas variáveis mensuráveis referentes a 2018: 
  • 1000 empregados, 1500 ha de vinha;
  • Presença em 120 mercados, com 30 marcas e 130 garrafas vendidas por minuto;
  • 191milhões de euros de faturação e 17,5 milhões de resultados líquidos.

Temas para reflexão:
  • Qual o plano de longo prazo da nossa empresa familiar?
  • Quais as vantagens comparativas que desejamos manter ou desenvolver?
  • Se não temos um plano, como sabermos para onde ir? 

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
http://www.efconsulting.pt
 


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