Projeto Living Lab-Carbono Zero premiado pela Comissão Europeia;

Projeto Living Lab-Carbono Zero premiado pela Comissão Europeia
O projeto Living Lab-Carbono Zero, criado pela Câmara de Matosinhos e pelo CEiiA - Centro de Engenharia e Desenvolvimento e co-financiado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente, foi distinguido na última semana, na Áustria, pela Comissão Europeia, na categoria ‘Apoio ao Desenvolvimento de Mercados Ecológicos e à Eficiência de Recursos’. Foi avaliado entre 503 projetos de 32 países e passou à frente dos seus dois concorrentes diretos – o HAS Food Experience (Holanda) e o Green bicycle (Eslováquia), um sistema de partilha de ‘bike-sharing’ para pequenas cidades.

O investimento total do Living-Lab é de um milhão de euros, financiado em 50% pelo Fundo Ambiental e 50% pela autarquia. A poupança energética - que é medida pela plataforma ‘Ayrcredits’, desenvolvida pelo CEiiA, que monitoriza em tempo real as emissões de carbono evitadas e o impacto da atividade do laboratório vivo – é de 40 megawatts, explicou José Pedro Rodrigues, vereador da mobilidade. A instalação de iluminação pública reativa ao movimento da Philips Lighting – “a primeira solução do género em todo o mundo” – permitirá gerar poupanças de oito toneladas de emissões ao ano no centro de Matosinhos. E, uma vez alargada a todo o concelho, a solução poupará 800 toneladas de emissões por ano.
Ladeada pelo vereador e por Catarina Selada, responsável do CEiiA City Lab, Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos, subiu ao palco e elevou a fasquia, dizendo que estão “a construir uma sociedade carbono zero de Matosinhos para o mundo”. Aos jornalistas portugueses presentes em Graz, na Áustria, a autarca frisou que este é “o reconhecimento de um projeto que contribuirá para que Matosinhos seja um concelho com qualidade de vida próxima da neutralidade das emissões de carbono”.
A solução premiada pela Comissão Europeia no âmbito dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial consiste na criação de um mercado local de carbono, onde os munícipes são recompensados por terem comportamentos de mobilidade que visam poupanças de emissões de CO2.
O projeto envolve 18 parceiros, entre ‘startups’, empresas privadas, de transportes públicos, o Porto de Leixões, a Efacec, o Metro do Porto, a STCP e a Universidade do Porto. Candeeiros autossustentáveis, pavimentos que reduzem a velocidade de circulação, um sistema de ‘bike-sharing’ ligado ao sistema de transportes, a contabilização das emissões de CO2 poupadas na mobilidade e a sua conversão em créditos utilizados na aquisição de bens e serviços são algumas das soluções tecnológicas já implementadas em Matosinhos. Um dos resultados apresentados na Áustria foi, aliás, a experiência da nova iluminação pública na Rua de Brito Capelo.

* A jornalista viajou a convite da Comissão Europeia.
TERESA SILVEIRA, NA ÁUSTRIA * teresasilveira@vidaeconomica.pt, 29/11/2018
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