Os “millennials” e o imobiliário;

Os “millennials” e o imobiliário
O termo “millennial” abrange a geração nascida entre os anos 1980 e 2000. Representam, assim, uma geração jovem e o segmento com maior potencial de crescimento em termos de compra de casa.
 
Trata-se de uma geração que representa, consoante os países analisados, 20 a 25% da população. Esta é, também, a geração com a maior formação académica de sempre. Diversos eventos marcaram, igualmente, esta geração: a queda do muro de Berlim, o terrorismo, a globalização dos problemas e catástrofes do ambiente, entre outros.
Torna-se, portanto muito relevante conhecer melhor esta geração, no que se refere ao seu comportamento na aquisição de imóveis. Assim, verificam-se algumas tendências nesta geração:
 
Novas tecnologias
 
Um estudo feito pelas consultoras Multidados e CHbusiness Consulting – “All about millennial”, em 2017 – revela que 50% dos “millennials” dispensa entre 1 e 3 horas diárias nas redes sociais. Esta geração revela igualmente uma grande competência nas multitecnologias.
Assim, 36% dos “millennials” nos EUA já adquiriram uma “smart home” ou instalaram produtos “smart home”. Isto significa sistemas de segurança, luzes, aquecedor de água e acessos interligados e sem fios (domótica).
 
Sustentabilidade
 
Estudos diversos evidenciam que os “millennials” tendem a ser mais conscientes do meio ambiente. Daí decorre, naturalmente, que haverá uma revolução nas casas: painéis solares, gestão da energia elétrica, de forma a reduzir consumos e igualmente baterias de energia autónomas. Mais uma vez aqui a domótica terá um papel fundamental na integração destes sistemas.
“Timing” para aquisição de casa própria
 
Uma outra questão interessante na análise das tendência tem a ver com o “timing” de aquisição de casa própria. Atualmente, a grande maioria dos “millennials” vive em casa dos pais, seja porque ainda estão em formação, seja porque ainda não têm capacidade financeira para adquirir casa própria.
Interessantemente, esta geração evidencia uma grande propensão para trabalhar no estrangeiro, mas este é um aspeto que não analisaremos neste artigo.
Vários dados são importantes nesta análise: o otimismo de que o país vai melhorar e a recetividade em contrair um empréstimo bancário para aquisição de imóvel, bem como a expectativa de auferir no futuro melhores rendimentos.
Aqui os estudos em diversos países apresentam resultados diferentes. Nos EUA, tendo passado cerca de 10 anos em casa dos pais, têm capacidade financeira para sinalizar uma compra de imóvel. Considerando as suas preferências na casa e tendência, os “millennialls” preferem casas novas devidamente equipadas.  Para tal estão dispostos a procurar durante um ano.
Na Alemanha e dado os preços elevados da habitação, será muito difícil para os “millennials” adquirirem casa própria. Mas os que conseguirem adquirir têm exigências que o mercado ainda não oferece.
Em Portugal, o estudo anteriormente referido revela que 60% dos “millennialls” pretendem comprar casa nos próximos 5 anos, sendo que esta tendência é reforçada por 74% desta geração não pretenderem viver mais em casa dos pais.
Conclusão: os promotores imobiliários têm claramente nessa geração um potencial mercado apetecível, contudo terão de criar um produto inovador no mercado que vá de encontro às exigências dos “millennials”.
Jorge Felício sócio-gerente Endless Numbers - Grupo Omega, 10/07/2020
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