Por que são tão importantes os indicadores para a gestão das organizações?;

Por que são tão importantes os indicadores para a gestão das organizações?
A expressão corrente é “Não se gere o que não se consegue medir.”, de facto, gerir sem uma adequada monitorização da atividade não parece compatível com a gestão e a economia dos nossos dias. Ouvimos, muitas vezes, dizer que  controlo e a escolha de indicadores são tarefas difíceis, esta ideia de dificuldade está ligada aos mais diversos aspetos. Por um lado, porque a eficácia e a qualidade dos indicadores não pode ser apreciada no abstrato, e em bom rigor, não há indicadores bons ou maus. O critério essencial a reter na seleção de indicadores, deve ser sempre o da forma como se influenciam comportamentos, exige cuidados particulares e deve estar adaptada à cultura da organização. Daí que, provavelmente, não faz sentido procurar manuais ou guiões.

A identificação do que se pretende controlar e a forma como se deverá fazê-lo não podem estar desligadas do contexto em que a organização opera, nem da sua missão e estratégia. E se ,por um lado, não se gere o que não se consegue medir, também , não é menos verdade, que não se consegue medir o que não se consegue identificar objetivamente.

Os erros mais comuns a evitar num processo de identificação de indicadores de desempenho, é ; a escolha de um indicador sem estarem identificados quais os fatores críticos de sucesso; a definição de demasiados indicadores que levam à não concentração nos principais indicadores; e utilização de um indicador que não é possível a exequibilidade do seu calculo o que leva à ineficácia do controlo.

Mais que sabermos apenas se há dados disponíveis para o efeito, também,  temos de apreciar a forma de os obter e o seu grau de fiabilidade. Outro, especto a analisar deve ser o do custo relativo de recolher e gerar informação sobre esses mesmo dados. O custo do processamento da informação, propriamente dito, e o custo dos prejuízos ou de oportunidade de não gerar essa informação.

Ligado aos indicadores, devemos ter metodologia de gestão para análise da performance, e do grau de implementação da estratégia nas organizações. Na minha opinião o Balanced Scorecard, é uma das melhor soluções, é uma metodologia constituída em 1990 por Robert Kaplan e David Norton.  Os autores sentiram-se motivados pelo facto de que as soluções existentes de avaliação do desempenho, fortemente apoiadas em elementos da contabilidade financeira, tinham-se tornado obsoletas, e não contemplavam a capacidade das organizações criarem valor futuro. Esta escolha deve-se, principalmente, porque tem uma consideração equilibrada entre vários fatores; indicadores financeiros e não financeiros; indicadores de desempenho interno e externo; objetivos de curto e longo prazos; indicadores históricos. Neste processo exige-se, portanto, uma clara distinção entre objetivos estratégicos, Indicadores, metas e Iniciativas estratégicas.

Em suma, “O Balanced Scorecard faculta aos gestores um enquadramento e uma linguagem, para comunicar a missão e estratégia; usa medidas para informar as pessoas sobre os fatores que motivam o sucesso atual e futuro. Articulando os efeitos desejados pela organização e os fatores que motivam esses efeitos, os gestores de topo podem esperar, que se canalizem as energias e capacidades específicas de toda a organiza, para atingir as metas de longo prazo”. Robert Kaplan and David Norton, Translating trategy into action – The Balanced Scorecard, Harvard Business School Press, Boston, Massachusetts, 1996.


 

 

Carlos Mendes Branch Manager e Formador, 22/10/2020
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