Porto Seco em travessia do deserto;

Nota de Fecho
Porto Seco em travessia do deserto
Portugal tem duas zonas francas na Madeira e Açores mas nunca criou uma estrutura semelhante no território do Continente.
Pelo contrário, Espanha tem um conjunto de zonas francas em  Barcelona, Vigo, e Cádiz, além das ilhas. E existem igualmente depósitos francos em cidades como Alicante, Bilbao, Santander e Valência, entre outras.
A finalidade das zonas francas e depósitos francos não é reduzir a pressão fiscal mas sim estabelecer regimes que facilitem o transporte, armazenamento ou a transformação de produtos na partida ou chegada em termos de comércio internacional.
Nessa perspetiva, não existe nenhuma redução de impostos sobre os produtos nem sobre os resultados das empresas envolvidas.
Apenas é concedida uma isenção temporária nos bens destinados à exportação ou nos bens importados até à sua entrada no mercado do consumo.
Estes regimes especiais não envolvem qualquer custo pata o Estado e são muito valorizados pelos agentes económicos.
Por exemplo, a fábrica do PSA em Vigo é uma das maiores fábricas de automóveis da Europa, com uma produção anual superior a 500 mil veículos e com 7500 empregados, e tem a particularidade de estar situada dentro da zona franca de Vigo. Neste caso, a maior unidade industrial do noroeste peninsular encontra-se instalada numa zona franca, à semelhança de centenas de outras empresas comerciais, industriais e tecnológicas que valorizam as infraestruturas, os serviços de apoio, e a flexibilidade de circulação de mercadorias.
E para satisfazer a procura crescente, a Zona Franca de Vigo está a construir um novo Porto Seco, mesmo em frente a Monção. disponibilizando novos serviços e atraindo cada vez mais empresas e atividade económica.
Em Portugal a visão não é a mesma. O presidente da Câmara da Guarda está empenhado em criar um Porto Seco na região mas o projeto está “encalhado” na burocracia e na falta de interesse da Administração central.
O Fórum para a Competitividade também vem alertando  para a oportunidade que existe na criação de zonas francas e o impacto que iria resultar sobre o crescimento e emprego.
No caso da Guarda seria uma enorme oportunidade de desenvolvimento tendo em conta o elevado volume de produtos que por aí entram  ou saem em transporte rodoviário e ferroviário.
A melhor inovação pode ser replicar  fazendo bem feito em Portugal os melhores exemplos que encontramos no estrangeiro.
Para já o Porto Seco da Guarda continua a fazer a travessia do deserto de ideias de desenvolvimento à procura do oásis que não seja apenas uma miragem do discurso político.
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