Motonáutica é um atrativo em Vila Velha do Ródão
Vila Velha de Ródão recebe em junho a primeira etapa do Campeonato do Mundo de Fórmula 2 de Motonáutica. Uma aposta que o presidente da edilidade assume como parte de um plano mais vasto de promoção turística da região, procurando ao mesmo tempo combater a interioridade e fomentar novas oportunidades de negócio
O presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, reforçou a aposta do seu executivo nos desportos náuticos através da assinatura de um contrato com a Federação Portuguesa de Motonáutica. Fica assim garantida a estreia de Portugal no calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 2, prevista para os dias quatro a seis de junho. Esta aposta está inserida num investimento anual estimado em 60 mil euros, fazendo parte de uma estratégia que é aqui destacada pelo autarca.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão, Luís Pereira, reforçou a aposta do seu executivo nos desportos náuticos através da assinatura de um contrato com a Federação Portuguesa de Motonáutica. Fica assim garantida a estreia de Portugal no calendário do Campeonato do Mundo de Fórmula 2, prevista para os dias quatro a seis de junho. Esta aposta está inserida num investimento anual estimado em 60 mil euros, fazendo parte de uma estratégia que é aqui destacada pelo autarca.
Vida Económica - Qual a relação de VVR com os desportos náuticos?
Luís Pereira - O rio Tejo foi desde sempre um elemento essencial e determinante na garantia da sobrevivência daqueles que vivem neste território. Se no passado foi essencial enquanto fonte de recursos ou via de comunicação, com o Porto do Tejo a servir de passagem a uma estrada comercial que assegurava o fluxo de mercadorias do interior para o litoral do país, nos dias de hoje o rio oferece-nos outras potencialidades. Uma delas tem precisamente a ver com os desportos náuticos, pois possuímos um plano de água vasto e com pouca corrente, que se adequa perfeitamente a diversas modalidades, desde a canoagem ao kayak e remo ou pesca. Possuímos um Centro de Formação Desportiva de Canoagem e nos últimos anos temos procurado diversificar a oferta nesta área, nomeadamente, através da aposta na Motonáutica.
VE - Que balanço faz da estreia da motonáutica em 2020 com a F2?
LP - Apesar do contexto de pandemia, traço um balanço muito positivo da estreia da Motonáutica aqui o ano passado, por diversas razões. Por um lado, porque pudemos ter a felicidade de ver aqui sagrar-se campeão nesta modalidade, pela primeira vez na história, um piloto nacional, o que só por si é um feito inesquecível. Depois, pelo espetáculo desportivo em si, que veio confirmar que temos as condições para a prática desta modalidade e que teve a mais-valia de ser enquadrado por uma paisagem fantástica. Por fim, pela forma como tudo correu, em termos de organização e segurança e da articulação com o Município, o que fez com que recebêssemos elogios da parte das equipas e da imprensa internacional, quer pela qualidade do espetáculo proporcionado pela pista, quer também pela hospitalidade da vila.
VE - Qual a importância estratégica desta aposta na motonáutica?
LP - Para nós, a aposta na motonáutica faz parte um eixo estratégico mais vasto, que se prende com a qualificação socioeducativa, cultural e desportiva e que é um dos eixos que fazem parte do nosso Plano Estratégico de Desenvolvimento 2020-2027. O nosso objetivo é promover uma oferta cultural e de lazer orientada para os gostos e expetativas dos diferentes públicos, na qual se incluem o surgimento de novas ofertas desportivas relacionadas com o aproveitamento do rio Tejo para a prática de desportos náuticos.
VE - Acha que os eventos desportivos de cariz internacional podem alavancar o turismo?
LP - Foi precisamente por não termos dúvidas de que os eventos desportivos internacionais podem ser uma ótima ferramenta para alavancar o turismo que fizemos esta aposta na motonáutica. Para além de mostrar que possuímos condições excecionais para a prática destas modalidades e uma paisagem única, o que permite potencialmente atrair outros eventos deste género, a realização deste provas traz ao nosso território novos públicos e muitas pessoas envolvidas na organização da prova. Para além do impacto económico direto que essas estadas podem representar para a região em termos turísticos no presente e no futuro, este tipo de eventos são também uma oportunidade de dar projeção e notoriedade ao território a nível nacional e internacional, pois são transmitidos e vistos em vários pontos do país e do mundo, servindo quase como um postal da região.
VE - Que papel têm estes eventos no combate à interioridade?
LP - Estes eventos são importantes no combate à interioridade por tudo o que já foi dito antes: seja pela maior visibilidade e notoriedade que dão às regiões do interior; pela atração de novos públicos, que podem ser visitantes e turistas no futuro; pelo impacto económico direto para a região e pelo potencial de projeção nacional e internacional representam… Em resumo, embora tenhamos plena consciência de que o combate à interioridade não passa apenas por este tipo de eventos, eles não deixam de ter um papel importante nessa luta.
VE - Que impacto económico para a região?
LP - O contexto de pandemia que marcou a prova do ano passado – e vai certamente condicionar a prova deste ano – não nos permitiu avaliar com realismo o verdadeiro potencial em termos de impacto económico para a região que representa a realização desta prova, pois a presença de público foi fortemente condicionada devido à Covid-19. Ainda assim, o impacto económico é notório ao nível da restauração e da hotelaria da região.
VE - Têm prevista uma maior aposta na náutica como fator de desenvolvimento?
LP - O esforço desenvolvido pelo município na requalificação da zona ribeirinha visou não só promover a fruição dos espaço mas, e acima de tudo, apostar nas atividades ligadas ao rio, aproveitando este espaço único e todo o seu enorme potencial. O município está fortemente apostado em dinamizar as atividades desportivas ligadas ao rio, fomentando parcerias ao nível da formação e da competição e atendendo ao sucesso das iniciativas que temos patrocinado, entendemos que esta aposta é para intensificar, seja pelo patrocínio de novas iniciativas ou pelo reforço e aprofundamento das parcerias já estabelecidas. O rio Tejo é um elemento fundamental da nossa identidade.