Fidelidade está a cumprir com as recomendações da ASF
A Fidelidade está a atuar em conformidade com as recomendações da ASF no que respeita à informação do segurado sobre a variação do preço do prémio de seguro. Esta é a conclusão que se retira das respostas às nossas questões. Importa salientar que esta seguradora, ao contrário das outras que estão no mercado, revelou desde o princípio, através do seu director de Relações Institucionais e Responsabilidade Social, Mário São Vicente, uma postura de colaboração com a investigação da Vida Económica, prestando os esclarecimentos solicitados e fornecendo inclusive avisos de cobrança aos seus clientes, numa atitude de boa-fé.
Vida Económica - A informação sobre a variação dos prémios dos seguros tem vindo a ser feita à totalidade dos segurados ou transitoriamente a uma parte deles?
Mário São Vicente - Está a ser feita para todas as renovações processadas desde o início do ano, para os clientes particulares do ramo automóvel e multirriscos habitação, exceto se tiver sido feita alteração ao contrato na anuidade anterior.
VE - No exemplos apresentados, como se explicam variações positivas e negativos dos capitais nos seguros casa? Se existe uma atualização automática anual com um índice comum a alteração dos capitais seguros deveria ser sempre positiva e uniforme.
MSV - Nos exemplos apresentados, não há variações negativas do capital de seguros casa. Não obstante, as variações de capitais estão fortemente correlacionadas com a inflação, pelo que há necessidade de separar o que é efeito de inflação e o que é efeito da variação de capitais. Para a separação de fatores entre inflação e variação de capitais, está a considerar-se primeiro a inflação (considerando índices de inflação alinhados com os tipos de bens seguros e os tipos de indemnizações pagas) e só depois a variação de capitais. Sendo certo que a larga maioria dos contratos dos seguros casa têm a aplicação da atualização automática com base nos valores publicados pela ASF, os índices variam em função do tipo de bens seguros e o impacto da variação de capitais no prémio está dependente do nível de capital seguro.
VE - Como se explica a variação negativa de capitais num seguro de RC automóvel?
MSV - Em seguros de automóvel que não garantam coberturas de danos próprios, não há variações negativas do prémio por efeito da evolução dos capitais. Nos exemplos apresentados, essas variações negativas só ocorreram em apólices que, para além da responsabilidade civil automóvel, também garantem coberturas de danos próprios, sendo que essa redução decorre da revisão do valor atual dos veículos nas renovações.
VE - Não compreendemos que nos exemplos apresentados sejam mencionadas taxas de inflação diferentes para seguros do mesmo ramo.
MSV - As taxas de inflação apresentadas corresponde a “inflação específica” a qual, como referido também no aviso de recibo, “reflete o aumento de preços dos bens e serviços utilizados na regularização de sinistros, podendo diferir da inflação referente ao índice de Preços no Consumidor (IPC) publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).”. No caso de seguros de casa temos taxas de inflação diferentes dependendo do tipo de bens seguros, dado que o tipo de prestações pagas variam. No caso de seguros de edifício, a inflação é fortemente condicionada por custos de reconstrução de imóveis, enquanto que nos seguros de conteúdos as indemnizações estão maioritariamente associadas a danos em móveis, eletrodomésticos e outros tipos de recheios das habitações. Por exemplo, os próprios índices de atualização automática de capitais, publicados pela ASF, também fazem diferenciação entre o tipo de bens seguros nas apólices.
VE - A menção à variação da sinistralidade diz respeito ao contrato em causa, à carteira da Fidelidade ou ao ramo a nível do mercado?
MSV - A variação da sinistralidade diz respeito à evolução da frequência de ocorrência esperada de sinistros na carteira da Fidelidade, a qual é ajustada para os clientes cujo comportamento específico de participação de sinistros revela propensão para sinistralidade mais elevada do que a média.
VE - Tendo em conta que no seguro automóvel se aplica o sistema do bónus malus e que tem um impacto significativo no valor do prémio a falta de informação não impede o segurado de ter uma perceção correta da variação do prémio? Por exemplo, se na anuidade seguinte, o bónus por não haver acidentes for superior, o valor do prémio pode descer face ao ano anterior, mas a tarifa do seguro até pode aumentar. Neste caso, o segurado é informado que o prémio diminui mas de facto a tarifa do seguro aumenta.
MSV - A Fidelidade implementou o detalhe dos fatores que contribuem para a variação do prémio de acordo com as recomendações da ASF, as quais não fazem qualquer destaque específico à evolução do bónus-malus. Considerando-se que poderia ser interessante destacar o impacto da evolução da classe de bónus no prémio, o exercício de isolar o impacto de todos os fatores no prémio de renovação de todos os avisos de pagamento é complexo e a sua implementação obrigou a alguma simplificação. Por este motivo, há diversos fatores tarifários que não são detalhados no aviso de pagamento, como acontece também, por exemplo, com a idade da carta, a idade do veículo e a idade do edifício.
Mário São Vicente - Está a ser feita para todas as renovações processadas desde o início do ano, para os clientes particulares do ramo automóvel e multirriscos habitação, exceto se tiver sido feita alteração ao contrato na anuidade anterior.
VE - No exemplos apresentados, como se explicam variações positivas e negativos dos capitais nos seguros casa? Se existe uma atualização automática anual com um índice comum a alteração dos capitais seguros deveria ser sempre positiva e uniforme.
MSV - Nos exemplos apresentados, não há variações negativas do capital de seguros casa. Não obstante, as variações de capitais estão fortemente correlacionadas com a inflação, pelo que há necessidade de separar o que é efeito de inflação e o que é efeito da variação de capitais. Para a separação de fatores entre inflação e variação de capitais, está a considerar-se primeiro a inflação (considerando índices de inflação alinhados com os tipos de bens seguros e os tipos de indemnizações pagas) e só depois a variação de capitais. Sendo certo que a larga maioria dos contratos dos seguros casa têm a aplicação da atualização automática com base nos valores publicados pela ASF, os índices variam em função do tipo de bens seguros e o impacto da variação de capitais no prémio está dependente do nível de capital seguro.
VE - Como se explica a variação negativa de capitais num seguro de RC automóvel?
MSV - Em seguros de automóvel que não garantam coberturas de danos próprios, não há variações negativas do prémio por efeito da evolução dos capitais. Nos exemplos apresentados, essas variações negativas só ocorreram em apólices que, para além da responsabilidade civil automóvel, também garantem coberturas de danos próprios, sendo que essa redução decorre da revisão do valor atual dos veículos nas renovações.
VE - Não compreendemos que nos exemplos apresentados sejam mencionadas taxas de inflação diferentes para seguros do mesmo ramo.
MSV - As taxas de inflação apresentadas corresponde a “inflação específica” a qual, como referido também no aviso de recibo, “reflete o aumento de preços dos bens e serviços utilizados na regularização de sinistros, podendo diferir da inflação referente ao índice de Preços no Consumidor (IPC) publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).”. No caso de seguros de casa temos taxas de inflação diferentes dependendo do tipo de bens seguros, dado que o tipo de prestações pagas variam. No caso de seguros de edifício, a inflação é fortemente condicionada por custos de reconstrução de imóveis, enquanto que nos seguros de conteúdos as indemnizações estão maioritariamente associadas a danos em móveis, eletrodomésticos e outros tipos de recheios das habitações. Por exemplo, os próprios índices de atualização automática de capitais, publicados pela ASF, também fazem diferenciação entre o tipo de bens seguros nas apólices.
VE - A menção à variação da sinistralidade diz respeito ao contrato em causa, à carteira da Fidelidade ou ao ramo a nível do mercado?
MSV - A variação da sinistralidade diz respeito à evolução da frequência de ocorrência esperada de sinistros na carteira da Fidelidade, a qual é ajustada para os clientes cujo comportamento específico de participação de sinistros revela propensão para sinistralidade mais elevada do que a média.
VE - Tendo em conta que no seguro automóvel se aplica o sistema do bónus malus e que tem um impacto significativo no valor do prémio a falta de informação não impede o segurado de ter uma perceção correta da variação do prémio? Por exemplo, se na anuidade seguinte, o bónus por não haver acidentes for superior, o valor do prémio pode descer face ao ano anterior, mas a tarifa do seguro até pode aumentar. Neste caso, o segurado é informado que o prémio diminui mas de facto a tarifa do seguro aumenta.
MSV - A Fidelidade implementou o detalhe dos fatores que contribuem para a variação do prémio de acordo com as recomendações da ASF, as quais não fazem qualquer destaque específico à evolução do bónus-malus. Considerando-se que poderia ser interessante destacar o impacto da evolução da classe de bónus no prémio, o exercício de isolar o impacto de todos os fatores no prémio de renovação de todos os avisos de pagamento é complexo e a sua implementação obrigou a alguma simplificação. Por este motivo, há diversos fatores tarifários que não são detalhados no aviso de pagamento, como acontece também, por exemplo, com a idade da carta, a idade do veículo e a idade do edifício.