“Indústria é o único setor da economia que tem condições de criar empregos”;

Coligação “Odivelas: A Mudança é Agora” Henrique Neto, mandatário da coligação “Odivelas: A Mudança é Agora”, afirma

“Indústria é o único setor da economia que tem condições de criar empregos”
“A Esquerda portuguesa é hoje constituída por grupos de interesses diversificados, ideologicamente estagnada há um século e incapaz de ter um projecto de progresso para o país”, afirma Henrique Neto.
A atual solução política “não é de Esquerda nem de Direita, mas uma solução de controlo do poder político a qualquer preço, que apenas favorece a corrupção e os interesses da grande família socialista”, afirma Henrique Neto, empresário, ex-candidato à Presidência da República, ex-deputado do PS e mandatário da coligação “Odivelas: A Mudança é Agora”.
A “criação de creches e de escolas do pré-escolar de qualidade” e “atrair investimento, nacional e internacional, para novas iniciativas industriais” são as duas propostas que faz, “que se completam numa só”, para “melhorar em poucos anos o nível de vida das famílias portuguesas através da competitividade da economia”.


Vida Económica - Foi militante comunista e destacado deputado socialista, a que se deve o seu apoio a uma coligação maioritariamente constituída por militantes de centro direita?
Henrique Neto - Deve-se essencialmente a um julgamento que faço da atual solução política, que não é de Esquerda nem de Direita, mas uma solução de controlo do poder político a qualquer preço, que apenas favorece a corrupção e os interesses da grande família socialista. Controlo que tem vários perigos óbvios: (1) Incapacidade de pagar a dívida do Estado e o perigo de uma nova bancarrota; (2) A incapacidade de melhorar a produtividade e a balança comercial; (3) A falência do sistema educativo, sem o qual não teremos os recursos humanos suficientes para modernizar a metade pobre da economia portuguesa; (4) Domínio do Estado sobre a sociedade que deu asneira sempre que foi essa a política dos países; (5) Inexistência de um regime democrático devido a que os deputados da Assembleia da República são escolhidos pelas oligarquias partidárias e não pelos eleitores, que estão a deixar de votar. Ou seja, a Esquerda portuguesa é hoje constituída por grupos de interesses diversificados, ideologicamente estagnada há um século e incapaz de ter um projecto de progresso para o país.


VE - Teve um percurso empresarial destacado na área da indústria. Acha que um território como Odivelas, na cintura urbana de Lisboa, pode acolher indústria de ponta? Ou por outro lado está condenado a ser um dormitório e a alojar serviços e pequeno comércio?
HN - Todos os territórios são passíveis de progresso económico e, naturalmente, industrial. Para isso faço duas propostas que estão ao alcance de qualquer autarquia: (a) criação de creches e de escolas do pré-escolar de qualidade, com boa alimentação e transporte, que permita democratizar e disciplinar a frequência, com o objectivo de interromper o círculo vicioso da pobreza e da ignorância existente em metade das famílias portuguesas e evitar a sua exclusão à entrada do ensino oficial; (b) atrair investimento, nacional e internacional, para novas iniciativas industriais, porque a indústria é o único sector da economia que tem condições de criar empregos para trabalhadores com baixas qualificações em tarefas repetitivas, trabalhadores que hoje sobrevivem em muito pequenas  empresas sem futuro e com baixos salários. São duas propostas que se completam numa só, melhorar em poucos anos o nível de vida das famílias portuguesas através da competitividade da economia.


VE - Sabemos que é um homem que sempre teve fortes preocupações sociais, o que é que as autarquias podem fazer para arranjar o elevador social que tantas vezes parece estagnado em sítios como Odivelas?
HN - A educação é a base de qualquer desenvolvimento, não existem povos pobres e ignorantes com um bom nível de vida em lado algum. Em Portugal só metade da população vive razoavelmente porque a outra metade ganha o salário mínimo porque não tem qualificações para obter um emprego mais bem remunerado e sobrevive em empregos, ou pequenos negócios, mal pagos. O acesso a uma boa educação para todos em condições de igualdade, o que se joga principalmente nos primeiros anos de vida das crianças, além de um emprego condizente com as suas novas qualificações, é a solução para Portugal, como para qualquer outro lugar. Não há milagres e não será a dar dinheiro às famílias e sem usar o dinheiro para as qualificar numa geração, que resolveremos o nosso atraso. Ensinar a pescar em vez de dar o peixe é a sabedoria antiga.
Susana Almeida, 20/09/2021
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