Institucionalizar e profissionalizar a família empresária ;

Reflexões sobre Empresas Familiares
Institucionalizar e profissionalizar a família empresária
O III Fórum das Empresas Familiares, dedicado à relevância da Família Empresária na Competitividade da Economia, relevou o tema da profissionalização da família empresária e da diversidade de género como meios para assegurar a perenidade das empresas familiares.
 
No passado dia 23 de outubro, decorreu o III Fórum das Empresas Familiares, no salão nobre da Câmara Municipal da Maia, numa iniciativa conjunta desta entidade com a EFConsulting e o apoio do “Jornal de Negócios”.
O presidente da Câmara, António Silva Tiago, salientou a importância das empresas familiares para o concelho e da realização deste evento que, de forma recorrente, permite reunir líderes a debater temas específicos destas organizações e a testemunhar como os mesmos podem ser abordados de formas distintas e ajustadas à realidade de cada entidade em particular.
O presidente do IAPMEI, Nuno Mangas, apresentou a nova linha de financiamento, no valor de 100 milhões de euros, como um instrumento financeiro que visa apoiar o processo de sucessão empresarial.
Isabel Folhadela Furtado, presidente da COTEC, CEO da TMG Automotive e membro do conselho superior da Associação de Empresas Familiares, falou da significativa representatividade destas sociedades a nível internacional e da importância para o emprego e geração de riqueza em qualquer região onde se encontrem instaladas.
A influência da família empresária sobre a empresa e seus decisores é de tal forma significativa que deve ser devidamente enquadrada e regulamentada. Este foi o foco de António Nogueira da Costa, CEO da EFConsulting, salientando que a família empresária deve ser institucionalizada e caminhar no sentido da sua própria profissionalização, referindo que, em conjunto com Rita Lobo Xavier, já apresentaram a estrutura essencial de uma proposta legislativa que permita considerar a família empresária integrada no Código das Sociedades Comerciais, com uma regulamentação própria ao seu funcionamento e relacionamento com a empresa que controla.
Este contexto serviu de introdução à primeira mesa de debate, dinamicamente moderada por Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, que contou com as intervenções de Daniela Simões, administradora da empresa de logística Luís Simões, que está em processo de coexistência geracional da 2ª e 3ª gerações; José Oliveira, CEO da quase centenária Riopele e com opinião vincada de não integrar na empresa os familiares não consanguíneos, e José Fernandes, presidente do Grupo Casais, que emprega mais de 4400 pessoas e um número significativo de membros da família proprietária. 
A segunda parte do Fórum, dedicada ao tema da diversidade de género como fator gerador de valor em equipas, iniciou-se com a intervenção de Rita Lobo Xavier, Profª da Faculdade de Direito da U. Católica do Porto, que defendeu que as diferenças ao nível de género existem e devem ser consideradas como um contributo para encontrar soluções distintas e de maior valor para todos os intervenientes. 
Esta mesma linha foi ilustrada por António Lobo Xavier, sócio e advogado da Morais Leitão Sociedade de Advogados, que enquadrou o tema nas suas múltiplas experiências, enquanto administrador ou líder de equipas em diversas empresas, onde as mulheres, possuindo igualdades de circunstâncias, são tão ou mais eficientes e eficazes que os homens. No entanto, enfatizou o facto de as mulheres trabalharem em média mais 3 a 5 horas por dia, segundo diversos estudos, o que, associado ao natural envolvimento de ser mãe, a coloca em desigualdade competitiva que pode ser ultrapassada e deve ser considerada, em especial recorrendo a flexibilidades laborais, teletrabalho, etc.
O tema apresentado de forma intensa foi depois debatido na mesa-redonda liderada por António Larguesa, jornalista do “Negócios”, que integrou Raquel Vieira de Castro, administradora da Vieira de Castro, onde mais de 60% dos empregados são mulheres, que salientou a sua experiência em contextos internacionais, nomeadamente de países asiáticos, Rui Amorim, da Cerealis e, Susana Meireles, da António Meireles, entidades ondes as administrações incluem membros mulheres que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento das suas empresas.
Uma breve síntese da manhã de trabalho foi efetuada por Paulo Ramalho, vice-presidente da Câmara da Maia, que reforçou a relevância das empresas familiares no município e a importância destes debates com pluralidade de ideias e espírito de partilha por parte de todos os participantes.

Temas para reflexão:
  • Como é que a nossa família se relaciona com a empresa que controla?
  • Estamos preparados para formalizar e profissionalizar a nossa atuação enquanto família empresária?
  • Em que é que a nossa empresa pode melhorar e incentivar a participação das mulheres?

António Nogueira da Costa
Especialista em Empresas Familiares
antonio.costa@efconsulting.pt
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http://www.facebook.com/ajncosta
@empresasfamiliaresdesucesso
 
Especialistas na consultoria a Empresas Familiares
e elaboração de Protocolos Familiares
http://www.efconsulting.pt
 
 
 
 


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