LEO Pharma gera sinergias no mercado ibérico;

De acordo com Nuno Brás, diretor-geral da LEO Ibéria
LEO Pharma gera sinergias no mercado ibérico
Na perspetiva de Nuno Brás, a pandemia veio atribuir uma importância acrescida à investigação e ao desenvolvimento.
A LEO Pharma, empresa farmacêutica dinamarquesa, tem já uma forte presença no mercado ibérico. Apesar de o mercado ibérico contar com a sua sede em Barcelona, nem por isso a capital portuguesa deixa de contar com uma importante representação. A estratégia não passa por colocar os mercados português e espanhol a concorrerem entre si, mas antes garantir sinergias, sem colocar em causa as especificidades de cada região, referiu à “Vida Económica Nuno Brás, diretor-geral da LEO Ibéria.
Vida Económica - Como opera a empresa no mercado ibérico?
Nuno Brás - A LEO Pharma Ibéria é uma das filiais prioritárias para a LEO Pharma. A sede da LEO Pharma Ibéria está em Barcelona, mas, em Lisboa, contamos com presença e escritórios próprios há mais de 24 anos e uma equipa de 21 colaboradores. Uma empresa com presença global como a LEO Pharma trabalha em duas frentes que se complementam: as decisões e processos estratégicos a médio e longo prazo são responsabilidade de todo o grupo LEO Pharma e, por sua vez, a resposta às características e idiossincrasias de cada mercado são definidas e adaptadas localmente. Também em Portugal contribuímos para alcançar os objetivos estratégicos globais e tomamos as decisões adequadas para o bom funcionamento operacional diário e para a implementação da estratégia global na nossa realidade. Ao mesmo tempo que existe um verdadeiro espírito ibérico na companhia, somos também conscientes das particularidades de cada país em muitas áreas, como legislativas, políticas ou sociais. Neste sentido, a relação entre Portugal e Espanha existe e procuramos promovê-la cada vez mais, pois estamos convencidos de que melhora a nossa tomada de decisão e permite-nos “ter um pé” em cada país e, assim, fortalecer a nossa visão ibérica e dar resposta aos doentes dos dois países. Encaramos o mercado ibérico como uma oportunidade de partilhar conhecimento e de aprender com as diferentes perspetivas. Asseguramos que a identidade individual de cada país é totalmente respeitada e, por sua vez, geramos sinergias, graças ao trabalho de equipa.
VE - Quais as principais dificuldades com que se defronta?
NB - Não lhe chamaria “dificuldades”, mas sim desafios. O maior desafio serão sempre os nossos doentes e as suas necessidades diárias, às quais precisamos de dar resposta urgente com soluções inovadoras que melhorem a qualidade de vida. Por outro lado, a recuperação pós-COVID, aliada à sustentabilidade, será o próximo desafio que vamos viver. A pandemia veio reforçar a importância de um ecossistema de I&D e lembrar que a Indústria Farmacêutica é essencial e estratégica para promover esta recuperação, impulsionando o progresso médico e científico através da inovação e da I&D de novos medicamentos e terapêuticas e garantir que estes chegam a quem deles mais precisa.

VE – É um mercado muito concorrencial. Como se distingue a vossa empresa?
NB - A LEO Pharma é a única companhia que cobre todo o espetro da gravidade de doenças da pele, desde doenças de elevada prevalência a doenças raras, de moderadas a graves, e às quais conseguimos dar resposta através do nosso pipeline, do qual fazem parte os nossos produtos tópicos (cremes, pomada, gel e espuma) e produtos biológicos para os doentes elegíveis e em estádios mais graves de doença. Há muitos anos que nos colocamos na pele do doente e que estamos concentrados no desenvolvimento de soluções médicas que continuem a responder a necessidades que, em muitos casos, ainda não estão respondidas. Continuaremos, no futuro, também a consolidar o nosso negócio global na área da trombose.

Estratégia 2030

VE - Qual a estratégia definida para o mercado ibérico, em especial para Portugal?
NB - O ano de 2020 foi um ano muito importante para a LEO Pharma e em que demos início a uma ambiciosa Estratégia 2030 baseada na inovação e no crescimento, que vai permitir tornarmo-nos líderes em dermatologia médica. A Estratégia 2030 permitir-nos-á disponibilizar novos fármacos e mais inovadores, maior proximidade com o doente, com o médico e com as sociedades científicas. Estes objetivos só são possíveis de alcançar através de um forte e duradouro compromisso com a dermatologia, sustentado pelo nosso percurso e experiência de mais de 100 anos. Acreditamos no potencial do nosso portefólio e na investigação que temos vindo a desenvolver, assim como na nossa equipa altamente qualificada, autónoma e responsável e que contribui, diariamente, para levar a cabo este plano ambicioso.

VE  – Que mudanças vão ser feitas?
NB - A nossa Estratégia 2030 é uma estratégia de crescimento, baseada num sólido pipeline e simultaneamente em crescimento inorgânico, através da aquisição de outros ativos que complementem as nossas soluções. Vai permitir-nos disponibilizar tratamentos cada vez melhores e mais relevantes para os nossos doentes, cobrindo todo o espetro de gravidade em dermatologia e doenças raras da pele. Como parte desta estratégia, a Comissão Europeia acaba de aprovar o tratamento biológico inovador da LEO Pharma para doentes adultos com dermatite atópica moderada a grave, representando uma nova opção terapêutica para esta que é a doença inflamatória da pele mais comum e que se estima que afete cerca de 4,4% da população europeia e milhões de pessoas em todo o mundo.

VE - A legislação para o vosso setor de atividade é a adequada ou é excessiva e restritiva?
NB - O desenvolvimento e aprovação de um fármaco é um processo bastante complexo, que exige um controlo rigoroso, por forma a garantir a sua qualidade, eficácia e segurança. A regulamentação é, por isso, essencial e inerente a todo o processo, mas é preciso ter em conta que a velocidade da investigação é muito superior à dos tempos de resposta e, neste campo, ainda há muito a fazer. Cabe também à indústria farmacêutica trabalhar em conjunto com os diferentes agentes para encontrar formas que permitam implementar a inovação de uma forma mais célere, mas sem comprometer a sustentabilidade dos sistemas de saúde nem o futuro dos doentes.

VE – O que é a Leo Pharma, na sua essência?
NB - A LEO Pharma, com sede na Dinamarca, é a companhia farmacêutica líder em dermatologia médica. Fundada em 1908, pertence à Fundação LEO e dedica-se há décadas à investigação e ao desenvolvimento de soluções que permitem melhorar a vida de pessoas com doenças de pele. A companhia emprega, atualmente, cerca de seis mil pessoas em mais de 100 países de todo o mundo. Em Portugal, a LEO Pharma está presente desde 1997 e conta com um um robusto sistema de I&D, bem como uma vasta gama de terapêuticas, com base na investigação independente e na inovação tecnológica.
Susana Almeida, 09/07/2021
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