Hospitalização privada pode contribuir para os ganhos em saúde;

Cimeira ibérica estreita relações entre os hospitais privados espanhóis e portugueses
Hospitalização privada pode contribuir para os ganhos em saúde
Em Espanha, a saúde privada representa 3,5% do PIB do país (36,226 mil milhões de euros) e quase 37% de todos os gastos em saúde.
A Alianza de la Sanidad Privada Española (ASPE) e a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), estruturas representativas da hospitalização privada de Espanha e Portugal, decidiram realizar anualmente uma cimeira ibérica de hospitais privados, que visa um diálogo mais profícuo entre as unidades privadas de saúde dos dois países. A primeira edição realizou-se recentemente, em Madrid, e motivou uma declaração conjunta sobre o seu contributo para a saúde e para a economia dos dois países. 
 
A ASPE e a APHP partilharam experiências e o desempenho da hospitalização privada em cada um dos países, apesar da reiterada discriminação de que são alvo, ao arrepio das recomendações de concorrência da União Europeia e do que são boas práticas em outros países da Europa. 
“Uma cooperação mais estreita entre a ASPE e a APHP beneficiará as relações entre os hospitais privados espanhóis e portugueses. Entre nós há muito mais do que proximidade geográfica e cultural. A realidade dos setores de Saúde em Espanha e Portugal aproxima as abordagens da hospitalização privada dos dois países”, justifica Óscar Gaspar, presidente da APHP, para quem o evento “favoreceu o conhecimento mútuo e o acesso a serviços de saúde inovadores” contribuindo, por isso, para a liberdade de escolha dos cidadãos e para a eficiência das instituições de saúde. 
“Esta iniciativa conjunta, que no próximo ano se realizará em Portugal, resulta da convicção de ambas as associações de que defendem a hospitalização privada como um pilar estruturante dos sistemas de saúde e que a sua expansão pode contribuir de forma decisiva para os ganhos em saúde”, afirma Cristina Contel, presidente da ASPE.
Em Portugal, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o contributo dos hospitais privados para o Sistema Português de Saúde é significativo e crescente. Desde 2016, os hospitais privados estão em maioria (são 114 de 225) e revelam um aumento de atividade em todas as áreas. O número de atendimentos nos serviços de urgência, de consultas médicas, de atos complementares de diagnóstico e de atos complementares de terapêutica “aumentaram entre 2015 e 2016, sempre de forma mais expressiva nos hospitais privados”, segundo o INE. O INE assegura ainda que os hospitais privados foram responsáveis por mais de 1,2 milhões de episódios de urgência, num crescimento de 9,2% face ao ano anterior; disponibilizaram mais de 11 mil camas de internamento; garantiram mais de 6,5 milhões de consultas de especialidade, num crescimento de 7,9% face ao ano anterior; e realizaram mais de 250 mil “grandes e médias cirurgias”. 
Em Espanha, a saúde privada é um importante setor produtivo. Representa 3,5% do PIB do país (36,226 mil milhões de euros) e quase 37% de todos os gastos em saúde. Além disso, emprega mais de 262 mil profissionais. Em média, a saúde privada realiza entre 20% e 30% das atividades de saúde na Espanha, razão pela qual contribui decisivamente para descongestionar o SNS e garantir a sua sustentabilidade, tanto económica como operacionalmente. Em Espanha, existem quase 10 milhões de pessoas com seguro de saúde privado (dois milhões são funcionários públicos).
Susana Almeida, 03/05/2018
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