“Iremos continuar a registar um aumento da oferta de imóveis que leva a uma natural estabilização de preços”;

Rui Torgal, diretor-geral da ERA, considera
“Iremos continuar a registar um aumento da oferta de imóveis que leva a uma natural estabilização de preços”
Em entrevista, o responsável da ERA considera que, neste momento, os agentes encontram-se “completamente preparados para o novo confinamento e podem garantir que o acompanhamento, o apoio e a gestão dos projetos dos nossos clientes vão continuar a ser o foco”.
Qual é a expetativa da ERA sobre a atividade durante este ano?
O mercado imobiliário está sempre em constante evolução e, tal como noutros setores, é um momento difícil para fazer previsões, uma vez que ainda existe uma grande incerteza quanto ao futuro e os fatores de análise continuam demasiado voláteis. No entanto, no decorrer dos últimos meses, registámos um aumento da oferta de imóveis no mercado imobiliário português, o que fez com que começássemos a verificar uma tendência de estabilização de preços, resultado do crescente equilíbrio entre a oferta e a procura. Acreditamos que esta será uma tendência a manter-se ao longo deste ano na nossa atividade, assim como expectamos a total recuperação do dinamismo do setor imobiliário, pois estamos certos de que este é um dos grandes impulsionadores da economia portuguesa e fundamental para relançar o país.

Considera que as agências estão melhor preparadas para enfrentar o segundo período de confinamento?
Na ERA utilizamos os mais recentes instrumentos tecnológicos do mercado para dar resposta aos nossos clientes e à nova realidade que se instalou em Portugal, em que o contacto presencial, algo tão essencial à profissão de mediador imobiliário, ficou para segundo plano. Os nossos agentes estão totalmente adaptados às ferramentas tecnológicas e inovadoras que foram sendo instaladas na sua rotina de trabalho, fazendo já parte do seu dia a dia. Consideramos, por isso, que nos encontramos completamente preparados para o novo confinamento e podemos garantir que o acompanhamento, o apoio e a gestão dos projetos dos nossos clientes vão continuar a ser o nosso foco. Para isso, contamos com a nossa assistente virtual no Facebook Messenger, a vERA, e com as nossas redes sociais, para manter a ligação com todos os nossos clientes, parceiros e potenciais interessados durante este confinamento.
Contamos também com o nosso software de CRM imobiliário, o G.ERA, desenhado para ajudar os nossos consultores a gerir todo o trabalho diário, bem como a identificar as melhores oportunidades de negócio, contactar automaticamente os clientes, gerir ofertas, reservas e processos.
Iremos, ainda, concretizar visitas e open houses virtuais, assim como continuar a disponibilizar diversos vídeos e imagens em alta qualidade no nosso website para que os clientes continuem a ter acesso aos imóveis e consigam conhecer em detalhe todas as caraterísticas da casa.
A ERA coloca sempre o cliente em primeiro lugar e, neste momento tão atípico, não podia ser exceção. O foco é claro – dar resposta, da melhor forma possível, às necessidades dos nossos clientes.

Em termos de oferta/procura e comportamento dos preços da habitação, qual é a sua expetativa?
Em relação ao setor da compra e venda, podemos antever que iremos continuar a registar um aumento da oferta de imóveis no mercado, o que irá criar um equilibro entre a procura e a oferta e levar a uma natural estabilização de preços. Apesar da situação pandémica, estes imóveis têm-se revelado excelentes oportunidades de negócio para muitos clientes, nacionais e internacionais, o que demonstra a resiliência do setor em plena crise sanitária, mas vem também reforçar que o interesse dos investidores estrangeiros relativamente ao mercado imobiliário português não arrefeceu. Este interesse está muito associado às condições intrínsecas do nosso país e às boas oportunidades de negócio um pouco por todo o território nacional. Acreditamos, ainda, que os imóveis vão continuar a valorizar nos grandes centros urbanos e a reabilitação urbana terá também um papel importante na valorização das casas nestes locais.

É visível o aumento da construção de habitação para arrendamento, a preços acessíveis ou a valores do mercado?
Sim, já se começa a notar algum dinamismo nesta área um pouco por toda a Europa. Apesar de não ser o core business da ERA, acreditamos que a construção de habitação para arrendamento começa a ganhar força. O conceito poderá vir a ganhar espaço em Portugal nos próximos anos, especialmente nos grandes centros urbanos e ser muito procurado pela camada jovem. Este é um segmento alternativo de mercado que já desperta interesse na Europa e começa mesmo a atrair investimento devido ao facto de não existir resposta para a procura atual em diversas cidades europeias.

Em relação ao financiamento qual o comportamento esperado?
Apesar de o mercado imobiliário se manter resiliente em relação à pandemia e ter resistido bem ao choque económico provocado pela Covid-19, é sempre difícil fazer previsões quanto ao futuro, especialmente quando continuamos perante um cenário de incerteza.
Atualmente, o processo de aprovação e concessão de crédito é simples, isto se os critérios de aprovação estiverem dentro do que é razoável, o que nem sempre acontece porque a situação económica de muitas famílias se alterou com o impacto da crise sanitária. Os bancos têm igualmente vindo a transmitir-nos mensagens otimistas e realistas relativamente ao mercado, em que a cadência de crédito é semelhante ao período pré-pandémico e onde continuam a existir produtos muito competitivos na área do financiamento para a compra de casa.
Acreditamos, assim, que existe um conjunto de circunstâncias que podem fazer com que a avaliação em termos de risco seja diferente, isto porque as tendências de aprovação de crédito podem estar alteradas, como é completamente normal para o período em que vivemos hoje.
Susana Almeida, 22/01/2021
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