Jaguar F-Pace P400e: potência elegante em versão híbrida plug-in;

Ensaio
Jaguar F-Pace P400e: potência elegante em versão híbrida plug-in
Com o último “facelift”, o Jaguar F-Pace passou a estar disponível com uma versão híbrida plug-in P400e. O único PHEV da Jaguar tem uma potência de 404 cv, e apresenta vantagens fiscais em termos de ISV e tributação autónoma para empresas e profissionais.
Com o “facelift” que foi introduzido há quase dois anos, o Jaguar F-Pace passou a ter uma nova grelha e diferentes faróis (com tecnologia LED). As mudanças incluíram novos instrumentos digitais e um novo sistema de entretenimento com écran tátil com 11,4 polegadas. Este novo sistema acabou com as críticas ao interface anterior, proporcionando uma utilização rápida e intuitiva.
A versão híbrida plug-in combina o motor de quatro cilindros de 300 cv com um motor elétrico de 143 cv colocado na transmissão automática ZF de oito velocidades. A energia é armazenada numa bateria com uma capacidade de 17,1 kWh, e 13,8kWh úteis. O F-Pace P400e apresenta uma autonomia elétrica WLTP de 53 quilómetros.
No nosso ensaio verificámos que a autonomia elétrica é muito sensível ao tipo de utilização.
Na EN 13 entre Viana do Castelo e Valença conseguimos percorrer 52 km com 83% da bateria, o que representa uma autonomia superior a 60 km com 100% da carga. Mas, em autoestrada, a autonomia efetiva dificilmente atingirá os 40 km.
Numa tomada normal o carregamento completo da bateria levará 6 a 7 horas. Em alternativa é possível ligar o F-Pace a um carregador rápido e conseguir efetuar a carga em cerca de 30 minutos. A velocidade efetiva de carregamento é inferior a 30Kw/hora.
Com a tarifa noturna, o custo da energia para os 13,8Kw rondará 1,40 euros, o que representa um custo de 2,80 euros por 100 quilómetros, ou seja, o equivalente a menos de dois litros de combustível. Nos carregadores rápidos a tarifa será cerca de 4 vezes mais, rondando 10 euros em energia elétrica por cada 100 quilómetros.
Com o motor a gasolina, em autoestrada a uma velocidade próxima dos 130 quilómetros conseguimos um consumo a rondar os 8 litros aos 100, o que é razoável para um SUV de tração integral, com esta potência, este peso e este tamanho.
 
Condução com gestão eletrónica
O F-Pace P400e arranca sempre no modo híbrido, e a eletrónica do automóvel escolhe qual o motor ou motores usar. O híbrido plug-in F-Pace apresenta uma potência combinada de 404 cv, proporcionando uma aceleração de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos.
Graças a assistência elétrica, o motor turbo de dois litros não precisa trabalhar muito para responder às solicitações de uma utilização normal. O conta-rotações raramente ultrapassa as 3000 rpm. A bordo predomina o silêncio de funcionamento. O F-Pace utiliza um sistema que neutraliza os ruídos parasitas através de contra-ondas (Cancelamento Ativo de Ruído).
O modo totalmente elétrico é suficiente na cidade e em estradas secundárias.
Ao conduzir em cidade, verificamos que, após cada paragem, a eletrónica precisa de um breve instante para “pensar”, criando uma leve inércia. Ao pressionar o acelerador sente-se um pequeno solavanco. Com exceção deste pormenor, as transições entre os modos de condução e as mudanças da caixa de velocidades são quase transparentes e impercetíveis.
Se o condutor acelerar a fundo, o conta-rotações sobe de imediato e fica colado junto ao limite de 6000 rpm, transmitindo toda a potência do motor através das 4 rodas a um ritmo de aceleração que não se recomenda.
O F-Pace não é um automóvel leve, e toda a tecnologia híbrida representa 200 a 300 kg adicionais em comparação com uma versão Diesel ou gasolina.
Apesar do peso de quase 2100 kg, o F-Pace P400e é um SUV seguro e bastante agradável de conduzir. No entanto, o F-Pace não pode igualar a flexibilidade dos concorrentes equipados com suspensões pneumáticas.
Por fim, o alto peso também afeta o consumo – em particular o do motor elétrico. Mesmo os prometidos 53 km elétricos não foram alcançados pela bateria; 40-45 km é mais realista. Quando o de dois litros tem que trabalhar muito, o estrago não é muito grande: 8,5l/100km depois de uma longa viagem de autoestrada onde saímos com a bateria descarregada e presos ao limite de velocidade ainda é aceitável para um carro tão grande, alto e SUV pesado.
 
Custos competitivos
O Jaguar F-Pace teve uma evolução positiva com o “facelift”, e o híbrido Plug-in P400e é uma alternativa interessante. Tem um preço base a rondar os J80000 e beneficia de vantagens fiscais. O ISV é inferior e a tributação autónoma é reduzida a metade (17,5% em vez de 35%) para as empresas e profissionais. Só a diferença em tributação autónoma significa uma redução superior a 14000 euros.
O desempenho está muito próximo da versão de seis cilindros de três litros, e proporciona um consumo mais razoável e encargos fiscais muito inferiores.

Luis Marinho (agenda@grupovidaeconomica.pt), 22/09/2022
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