Unidade de Grandes Contribuintes visa melhorar a eficiência fiscal;

Unidade de Grandes Contribuintes visa melhorar a eficiência fiscal
Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial recomendam esse tipo de estrutura.
A generalidade das administrações fiscais dos países economicamente mais desenvolvidos possuem serviços que se ocupam exclusivamente dos grandes contribuintes, tendo em conta a sua importância em termos de receita gerada e a complexidade das suas operações, parte das quais de natureza transfronteiriça.
A Unidade de Grandes Contribuintes (UGC) foi criada em muitos países com o objetivo de melhorar a administração tributária e fiscalizar de forma mais eficiente os contribuintes que têm grande impacto na arrecadação de impostos. 
A implementação de processos de integração e de coordenação específicas no tratamento dos grandes contribuintes permite aumentar a eficiência e eficácia de atuação da administração fiscal, melhorar a qualidade do serviço prestado e reduzir a litigância associada.
Grandes contribuintes, como grandes empresas, bancos, multinacionais e particulares com muito património, geralmente representam uma parcela desproporcional da arrecadação tributária. Em muitos países, um pequeno grupo de contribuintes pode ser responsável por mais de 50% da arrecadação total. A criação da UGC visa garantir que esses contribuintes sejam monitorados de forma mais próxima e eficiente.
 
Complexidade das operações tributárias
 
As grandes empresas costumam ter estruturas complexas, incluindo filiais no exterior, operações internacionais, diferentes regimes fiscais e grande volume de transações. Essa complexidade requer uma fiscalização especializada, com profissionais qualificados que compreendem questões como o planeamento tributário internacional, preços de transferência, fusões e aquisições e outros tópicos fiscais avançados.
 
Aumento da eficiência fiscal
 
Com uma unidade específica, a administração fiscal pode alocar seus recursos de forma mais eficiente, concentrando esforços onde há maior impacto económico. A UGC permite que a administração se concentre nos contribuintes que têm maior potencial de arrecadação ou risco de evasão fiscal.
 
Combate à evasão fiscal 
 
Grandes contribuintes podem estar envolvidos em práticas de evasão fiscal mais sofisticadas, como o uso de paraísos fiscais, planejamento tributário agressivo ou esquemas financeiros complexos para reduzir sua carga tributária. A UGC tem as competências necessárias para lidar com essas questões, controlando de perto essas práticas e implementando medidas de combate à evasão.
 
Melhoria na relação fisco-contribuinte:
 
A missão da Unidade dos Grandes Contribuintes consiste em assegurar no domínio da gestão tributária as relações com os contribuintes que lhe sejam atribuídos, estimular e apoiar o cumprimento voluntário das suas obrigações fiscais (redução da litigiosidade) e exercer em relação a estes a ação de inspeção e de justiça tributária, no âmbito de um novo modelo de relacionamento baseado em processos de cooperação e transparência entre as partes.
 
Adaptação às melhores práticas internacionais:
 
A criação de unidades específicas para grandes contribuintes segue uma tendência internacional de modernização das administrações tributárias. Órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial recomendam esse tipo de estrutura como uma forma eficaz de melhorar a arrecadação, combater a evasão fiscal e aumentar a eficiência dos órgãos fiscais.
 
Susana Almeida, 26/09/2024
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